Natureza

Sítio arqueológico de 3 mil anos é encontrado em Goiás

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Uma descoberta feita no estado de Goiás pode revelar ainda mais detalhes sobre os habitantes antigos do nosso planeta. Na cidade de Montes Claros de Goiás, foi encontrado um sítio arqueológico de 3.250 anos e milhares de artefatos foram recolhidos do local.

Iphan

O coordenador de campo da pesquisa e arqueólogo, Matheus Araújo, da empresa Sapiens Arqueologia, explica que a descoberta foi feita após uma solicitação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para licenciamento ambiental em uma área de plantio de cana-de-açúcar.

“A gente está vibrando, porque não é fácil encontrar um sítio arqueológico com uma preservação tão grande. É uma conquista não só para a comunidade científica, mas para o público em geral, pois podemos falar um pouco de como nossos antepassados eram antes da chegada dos colonizadores”, comemora Matheus.

O coordenador explica que o achado é muito significante para a ciência. Segundo Matheus, é difícil encontrar sítios arqueológicos nas condições deste de Montes Claros de Goiás, onde há grande quantidade de vestígios, grupos distintos e datação. Ao todo, foram encontrados 3.229 artefatos de pedra e cerâmica, como pedaços de vasilhames, ferramentas de corte e raspadores de pedra, além de restos ósseos de mamíferos e porções de carvão.

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O achado

Os artefatos estavam espalhados por uma área de 7.640 metros quadrados, escavada a profundidades de até 2,5 metros em alguns pontos.  O arqueólogo do Iphan Goiás, Danilo Curado, também ressalta a relevância da descoberta.

“É um conjunto de informações que o torna único em termo de preservação. Ele representa a gênesis de ocupação do homem no estado de Goiás, por isso é tão simbólico e importante, por todo seu contexto e características, suas ocupações e itens importantes, como pinturas rupestres, que mostram o pensar do homem na época”, afirma Danilo.

Sapiens Arqueologia

Após autorização do Iphan, as amostras de carvão foram encaminhadas para o Laboratório Beta Analityc, em Miami, nos Estados Unidos, para datação por radiocarbono, que confirmaram a “idade” do sítio. Segundo o Iphan, o sítio foi identificado em 2019, mas o resgate, que é o salvamento do sítio, só foi feito em janeiro deste ano. Isso se deu porque quando um sítio é descoberto, ele passa por diversas fases, primeiro a identificação, depois a delimitação e, por fim, o resgate.

Quem viveu no local?

De acordo com o Iphan, o primeiro grupo que passou pelo sítio foi considerado como de humanos “caçadores-coletores”. Já o segundo é o de “horticultores-ceramistas” que, segundo o coordenador de campo Matheus, usavam vasilhames para guardar água e comida.

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“Essas pinturas estavam bastante desgastadas, porque o abrigo não tinha muita proteção de vegetação e o sol tem incidência na parte da manhã inteira, fora a ação da chuva e do vento. Mas identificamos padrões geométricos e cruciformes”, salienta Matheus.

Segundo o Iphan, na cidade de Montes Claros de Goiás já foram identificados outros 19 sítios arqueológicos, que foram cadastrados pelo Centro Nacional de Arqueologia (CNA) do instituto. Além disso, o instituto informou que toda a área já foi delimitada e está sendo preservada.

Sapiens Arqueologia

O novo sítio histórico foi cadastrado e os artefatos desenterrados foram entregues aos cuidados do Museu Histórico de Jataí (GO), instituição que apoia as pesquisas arqueológicas no Parque Industrial do Setor Elétrico de Bioenergia e que está habilitada para receber e manter sob sua guarda o acervo resultante.

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