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Por que prédios em construção usam sainha de tela? Ela realmente funciona?

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Uma coisa comum de todas as grandes cidades são os prédios em construção. E uma das coisas que eles têm em comum é uma sainha de tela em volta deles. Com certeza as pessoas já notaram isso, mas para que elas servem? Esse “véu” colocado em volta dos prédios é feito de poliéster e serve para evitar a queda de materiais, seja no canteiro, em propriedades vizinhas ou na rua.

Conforme a norma regulamentadora nº 18 quanto ao município de São Paulo pela lei nº 16.642 de obras e edificações, o uso dessa tela é obrigatório e por conta disso é vista cada vez mais no alto dos prédios em todas as capitais do país.

De acordo com a pesquisa feita pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda e Administração de Imóveis (Secovi-SP), apenas em dezembro do ano passado, 5.730 unidades dessas saias foram vendidas e lançadas 9.828 unidades residenciais novas em São Paulo.

Há alguns anos a construção residencial está em alta e, em 2021, teve um marco importante. Nessa época foi registrado, pela primeira vez, que o número de residências em prédios tinha passado o número de residências em casas.

De acordo com a pesquisa feita pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, nos últimos 20 anos, a casas foram de 1,23 milhão para 1,3 milhão, enquanto o número de apartamento foi de 767 mil unidades em 2000 para 1,38 milhão em 2020.

Função da tela

Só telas

Quando as construções não são de alvenaria estrutural, que são as que não usam pilares ou vigas, a tela fica presa entre a bandeja primária e a secundária de segurança, estruturas de madeira que são construídas em cima de um suporte metálico.

Quando a primeira laje é construída e o prédio tem entre três e quatro metros de altura, a bandeja primária é colocada. Depois disso a concretagem dos outros pavimentos começa. E quando ela chega ao terceiro pavimento, mais ou menos nove metros de altura, é preciso colocar a bandeja secundária. A cada nove metros é preciso colocar outra bandeja secundária e outra tela. Isso deve ser repetido até o fim da construção dos prédios.

No caso das construções de alvenaria estrutural, a tela também é presa na bandeja primária em todo perímetro do prédio, mas aparece somente no fim da construção. Nesse caso, a tela vai da bandeja até o topo.

“A tela só não é colocada quando o engenheiro analisa e vê que não existe risco de queda de materiais, não passa ninguém ao lado nem tem circulação de colaboradores. Sem a aplicação de bandejas e telas, o risco é muito grande de quedas de materiais”, explicou Álvaro Vasconcellos, diretor de planejamento e controle da Múltipla Engenharia e representante da APEOP (Associação para o Progresso de Empresas de Obras de Infraestrutura Social e Logística) no CMH (Conselho Municipal de Habitação do Município) de São Paulo.

Prédios

Americanas

Mesmo que a tela pareça frágil, se ela for colocada da maneira certa, ela consegue sim fazer a prevenção de queda dos resíduos da construção. E se eles caírem, esses resíduos baterão na tela e cairão na bandeja primária, que é colocada na horizontal justamente para amortecer as quedas.

Essas bandejas têm a mesma estrutura, mudando somente a projeção delas. enquanto a primária tem 2,5 metros de projeção na horizontal, a secundária fica com 1,5 metro. E elas aguentam entre 15 e 20 quilos. E a tela funciona somente para fazer com que os resíduos caiam na direção correta.

Ainda de acordo com Vasconcellos, a tela colocada nos prédios é vazada por um motivo bem importante. Isso porque se ela fosse fechada, o material iria rasgar bem fácil somente com a passagem do vento.

Mesmo protegendo a queda de materiais, a tela não protege a queda dos trabalhadores. “Você tem que contar com a proteção presente na periferia do prédio, como o guarda-corpo, que é metálico e fixado em volta da edificação, e uma tela cor de laranja, que é presa à estrutura e tem uma força maior para evitar queda de pessoas. A cor desta tela serve exatamente para avisar o trabalhador que ele está chegando em uma área de risco”, concluiu Vasconcellos.

Fonte: UOL

Imagens: Só telas, Americanas

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