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Por que somos menos exigentes quando escolhemos um par romântico?

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O filósofo alemão Friedrich Nietzsche disse que “sempre há algo de loucura no amor, mas sempre há algo de razão na loucura”. O amor é, de fato, um sentimento capaz de nos levar à loucura, e a busca por um par romântico é um marco importante e que exige ponderação e análises bem cuidadosas.

Para escolhermos um par romântico, geralmente queremos uma pessoa que tenha planos futuros parecidos com os nossos. Além de a pessoa ser alguém que nos atraia e com que possamos nos sentir confortáveis dividindo as mais variadas coisas, sejam elas contas, casa e até mesmo cuidado com os filhos. Tudo isso é levado em consideração porque, em teoria, a pessoa será um parceiro para vida toda.

Contudo, por mais que pensemos que somos muito seletivos com o possível par romântico, pesquisas mostram que, na realidade, damos chances para as pessoas mesmo que elas não atendam exatamente aos nossos critérios.

Nesse ponto, quando a pessoa escolhe um par romântico, ela é levada por uma tendência psicológica chamada “viés de progressão” para que continue no relacionamento sem acabá-lo.

Segundo os psicólogos, Isso quer dizer que as pessoas são projetadas para ficarem em um relacionamento amoroso, mesmo que a nova geração esteja com a tendência de rejeitar o casamento e ficar solteira. Contudo, conhecer o seu viés de progressão pode te ajudar a entender o motivo da escolha de determinado par romântico e porque se acaba ficando com ele.

Relacionamento

Hypeness

Normalmente, as pessoas são condicionadas a pensar que um namoro é como um processo de seleção bem rigoroso. Tanto que um estudo feito em 2020 pelo Centro de Pesquisa Pew em Washington, nos Estados Unidos, mostrou que 75% dos norte-americanos acham difícil encontrar uma pessoa para namorar.

Além disso, os jovens estão levando um tempo maior para estabelecerem relações, e também priorizam a estabilidade financeira, sem contar que levam mais tempo para se conhecer antes do casamento quando comparados às pessoas de outras gerações.

Entretanto, segundo Samantha Joel, professora de psicologia da Universidade do Oeste, e Geoff MacDonald, professor de psicologia da Universidade de Toronto, ambas no Canadá, as pessoas não são tão seletivas a respeito do seu par romântico como elas acreditam.

Os dois publicaram um estudo teórico, em julho de 2020, fazendo um resumo sobre as maneiras de como o viés de progressão impulsiona as pessoas a começarem e a manterem relacionamentos com uma quantidade de critérios menor do que elas pensam.

Descobertas

Tribuna do Paraná

Com o estudo, eles descobriram duas coisas. A primeira é que existem evidências substanciais de vários outros estudos que mostram que as pessoas são muito menos seletivas para escolher alguém para namorar do que elas pensam. Até porque, elas são atraídas por uma série bem mais amplas de potenciais parceiros do que elas imaginam.

Com isso, as pessoas se dispõem a ajustar seus padrões e a relevar possíveis falhas do par romântico, além de ficarem rapidamente ligadas a esses potenciais parceiros, mesmo eles não sendo o seu parceiro ideal.

A segunda descoberta foi a de que além de as pessoas serem menos seletivas do que elas imaginam a respeito das pessoas com quem elas namoram, elas também têm a tendência de ficar no relacionamento e tentar fazer com que ele progrida ao invés de findá-lo.

Há milhões de anos, ser muito exigente com relação ao parceiro teria impedido que os ancestrais humanos encontrassem alguém. Além disso, ficar com o mesmo parceiro por um longo período de tempo também era uma vantagem evolutiva.

Por mais que os tempos tenham mudado, esses comportamentos ainda podem ser vistos nos dias atuais, como aponta Alec Beall, pesquisador em pós-doutorado na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, que estuda a evolução e a psicologia de namoro e atração.

“Muito embora algumas das vantagens dos relacionamentos amorosos de longo prazo não sejam tão fundamentais hoje em dia como eram na pré-história, essas pressões de seleção ainda causam efeitos sobre o nosso comportamento moderno até hoje”, disse ele.

“A cultura ocidental valoriza o casamento como o tipo mais importante de relacionamento íntimo, tratando o ato de casar-se como uma realização pessoal ou indicador de maturidade. O casamento traz um status social que pode incentivar as pessoas a se estabelecer, independentemente de quem seja o seu parceiro atual ou da qualidade que esse relacionamento pode ter”, continuou.

Equilíbrio

Sandra Franco consultoria

Essa tendência de persistir no relacionamento e em um par romântico pode ser benéfica, já que significa se comprometer com alguém e enfrentar qualquer problema junto com a pessoa.

“À medida que o tempo passa, você começa a desenvolver um histórico de relacionamento, a narrativa sobre aquilo que vocês fizeram juntos e, particularmente, os obstáculos que vocês superaram. Tudo isso é positivo e mantém você no relacionamento, mesmo quando a situação fica um pouco difícil”, disse Robert Levenson, professor de psicologia da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Entretanto, as pessoas não conhecerem o viés de progressão pode fazer com que elas vão para o caminho errado e acabem ficando com uma pessoa que não combina com elas.

“O lado ruim é que, às vezes, as pessoas ficam em relacionamentos quando deveriam sair”, concluiu Levenson.

Fonte: G1

Imagens: Tribuna do Paraná, Hypeness, Sandra Franco consultoria,

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