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Repelente caseiro funciona contra o mosquito da dengue?

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A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do mundo. A doença febril aguda é causada por um vírus e seu principal vetor de transmissão é o famoso mosquito Aedes aegypti. A doença tem quatro tipos porque o transmissor dela tem quatro sorotipos diferentes. São eles: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Em nosso país, já foram encontrados todos esses tipos de dengue.

Por conta disso, a doença sempre foi uma preocupação no Brasil e as autoridades estão sempre monitorando o avanço da dengue. Infelizmente, esse avanço não foi pouco esse ano. 

Justamente por isso que a prevenção contra a doença tem que ser intensificada. Além de não deixar água parada, muitas pessoas recorrem aos repelentes para espantar o Aedes aegypti, mosquito responsável pela transmissão da dengue e outras doenças. Contudo, os repelentes caseiros não são os melhores para serem usados com o intuito de proteção.

Funciona ou não?

Santo remédio

“Não existe nenhum repelente caseiro que tenha evidência científica robusta que sustente a sua eficácia”, disse Luana Araújo, médica infectologista.

Por isso que os repelentes comerciais, que são os vistos em farmácias e supermercados, ainda são as melhores opções para essa proteção contra o mosquito da dengue. No entanto, Luana ressalta que é importante uma consulta com um profissional da saúde para que ele faça a orientação correta desse uso, especialmente gestantes e crianças.

No caso dos repelentes comerciais, os que têm sua eficácia comprovada contra o transmissor da dengue são os que têm substâncias como DEET, IR3535 e icaridina, explicou Raquel Stucchi, médica infectologista e professora da Unicamp.

Além do repelente

Como dito, usar repelente é apenas uma forma de se prevenir contra a doença. “Qualquer estratégia com relação à dengue não anula a outra”, destacou Luana.

Uma coisa crucial no combate e na prevenção é limpar e remover os recipientes que acumulam água parada. Além disso, a hidratação e controlar os sintomas são importantes no tratamento das pessoas que já estão infectadas com o vírus. E remédios como ácido acetilsalicílico (AAS) deve ser evitado por conta dos seus riscos de complicações.

Vacina

CNN

Felizmente, em dezembro de 2023, o governo anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) terá a vacina contra a dengue Qdenga. Nosso país é o primeiro que oferece o imunizante através do sistema público. Ao todo, serão entregues 6,5 milhões de doses.

Essa nova vacina foi feita pela Takeda Pharma Ltda, uma empresa japonesa. Ela se chama Qdenga e é feita por quatro tipos do vírus, o que faz com que sua proteção contra a doença seja maior.

Esse imunizante é dado em duas doses com um intervalo de três meses entre elas. E de acordo com a avaliação clínica, a eficácia dessa vacina foi de 80,2%. Segundo os estudos, a proteção que ela dá contra a dengue vale por 12 meses depois que a pessoa tomou as duas doses. Além disso, a vacina também conseguiu diminuir a hospitalização das pessoas em 90%.

De acordo com a Anvisa, as pessoas que podem tomar essa vacina são crianças de quatro anos até adultos de 60. Agora que a vacina foi aprovada, a Takeda Pharma Ltda pode comercializá-la. Depois que a aprovação foi feita, até o momento o Ministério da Saúde não disse se vai ou não colocá-la na rede pública.

A aprovação pela Anvisa foi um grande marco porque essa foi a primeira vacina aprovada para ser aplicada em pessoas que nunca tiveram dengue. Isso porque, em 2015, a DengVaxia, vacina da Sanofi, foi aprovada. Contudo, essa vacina era indicada para aqueles que já tinham tido algum dos subtipos de dengue. A restrição acontecia porque a DengVaxia podia agravar o quadro de uma pessoa que pegasse dengue pela primeira vez.

Além da vacina da Takeda Pharma Ltda, o Instituto Butantan está trabalhando em uma vacina. Esses estudos começaram há mais de uma década e agora estão em sua fase final. O imunizante se chama Butantan-DV e teve uma eficácia de 79,6%. Os estudos vão até o ano que vem, quando os voluntário terão sido acompanhados por cinco anos.

E no caso da Qdenga, não apenas o Brasil autorizou o seu uso. Em dezembro do ano passado, a European Medicines Agency, que é a “Anvisa” europeia, também autorizou o imunizante por lá.

Esses imunizantes são um importante passo no combate da doença. Até porque, de acordo com um estudo publicado pela revista Nature Microbiology, a doença será uma epidemia global em 2080. Segundo os pesquisadores, 6,1 milhões de pessoas do mundo correrão o risco de contrair dengue no período, o que equivale a 60% da população. Esse aumento nos casos tem dois fatores. O primeiro é o crescimento da população, e o segundo, o aquecimento global.

Mesmo com a vacina, as autoridades apontam que é essencial que medidas para combater o mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença, sejam adotadas. O principal a ser feito é não deixar água parada em locais como caixas d’água e piscinas, tampas de garrafa e vasos de planta.

Fonte: UOL, Olhar digital

Imagens: Santo remédio, CNN 

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