Ciência e Tecnologia

Satélite se prepara para cair do espaço e fazer reentrada na Terra

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No próximo mês, a queda de satélite de volta na atmosfera terrestre entrará na mira da Nasa. Um satélite chamado Salsa será direcionado para reentrar na atmosfera terrestre, onde se desintegrará sobre uma área isolada do Pacífico Sul.

Essa manobra controlada marca um passo significativo na estratégia de “reentrada guiada” da Agência Espacial Europeia (ESA), destinada a minimizar o risco de detritos espaciais atingirem regiões habitadas.

O Salsa será o segundo satélite a ser submetido a esse procedimento, seguindo o sucesso da desorbitação do satélite meteorológico Aeolus em 2023.

Lançado em 2000 para estudar o campo magnético da Terra, o Salsa faz parte de uma constelação de quatro satélites conhecida como Cluster. Originalmente projetados para uma missão de dois anos, esses satélites continuam a fornecer dados científicos valiosos, mesmo após quase 25 anos de operação.

No entanto, com a crescente preocupação em relação ao acúmulo de detritos espaciais, a ESA optou por uma abordagem mais responsável para encerrar a vida útil dessas sondas.

Via PIXNIO

Reentrada controlada de satélite gera menos detritos espaciais

A reentrada guiada, programada para o dia 8, tem como objetivo reduzir os riscos associados à queda descontrolada de satélites. Embora a probabilidade de um satélite causar danos na Terra seja pequena, a ESA está comprometida em diminuir esses riscos ainda mais.

Analisar como o Salsa se desintegra e quais partes podem sobreviver nos ajudará a projetar satélites que produzam menos detritos, declarou Tim Flohrer, chefe do Escritório de Detritos Espaciais da ESA, em um comunicado.

A queda do satélite e a reentrada do Salsa se diferencia da do Aeolus devido à sua órbita altamente excêntrica, que varia de 100 km a 130 mil km de distância da Terra.

Em janeiro de 2024, o Salsa executou uma manobra que o colocará em uma trajetória de reentrada controlada, com seu ponto mais próximo da Terra atingindo 80 km antes de se desintegrar sobre o Pacífico Sul.

Assim, este experimento permitirá à ESA obter dados valiosos sobre o comportamento de satélites em diferentes ângulos de reentrada.

Após a reentrada do Salsa, os três satélites restantes do Cluster – Rumba, Tango e Samba – também serão desorbitados nos próximos anos, completando essa série de experimentos inovadores. O Rumba está planejado para reentrar em 2025, enquanto as reentradas do Tango e do Samba ocorrerão em 2026.

A ESA espera que esses testes contribuam para o desenvolvimento de satélites que minimizem a geração de novos detritos espaciais, protegendo tanto o ambiente espacial quanto a Terra.

É perigoso?

Via Pexels

A reentrada de satélites na atmosfera terrestre é geralmente algo seguro e apresenta riscos muito baixos para a Terra. A maioria dos satélites se desintegra completamente ao reentrar na atmosfera devido ao calor e à fricção intensos, queimando antes de alcançar a superfície.

Nos casos em que pequenas partes sobrevivem à reentrada, elas normalmente caem em regiões remotas, como oceanos, que cobrem a maior parte do planeta.

A Agência Espacial Europeia (ESA) adota a estratégia de reentrada guiada justamente para minimizar os riscos associados. Esse método permite que satélites sejam direcionados para reentrar em áreas seguras, longe de regiões habitadas.

Dessa forma, embora o risco de causar danos seja muito baixo, as agências espaciais tomam medidas adicionais para assegurar a segurança e proteger tanto a Terra quanto seus habitantes de eventuais detritos.

Claro, sempre existem pequenas possibilidades, como a queda do satélite gerar alguns detritos que se espalham sem controle. Se o equipamento continuar sua trajetória, pode cair em alguma área urbana, por exemplo.

Contudo, isso é mais difícil de acontecer. O que se espera é uma recuperação tranquila dos aparelhos, sem maiores acidentes.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Pexels, PIXNIO

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