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Seres humanos podem hibernar?

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Pesquisadores apontam que em certas condições, se a comida fosse escassa ou houvesse uma onda de frio, seria possível que os humanos já tivessem hibernado.

Nesse estado de baixa energia, as pessoas que hibernam podem se defender de diversas ameaças, de dentro para fora. Apesar do frio extremo e a fome ser óbvio, a hibernação também ajuda a combater as condições que afligem os humanos modernos, incluindo a doença de Alzheimer, derrame e ataque cardíaco.

Ela também é apontada como uma chave para a longevidade e colonizar o espaço. Por isso, alguns estudiosos estão ansiosos para reestabelecer essa característica humana que pode ter sido perdida há muito tempo.

A ideia de que humanos antigos podem ter hibernado aumentaram com as evidências de que muitos mamíferos mantêm a capacidade de entrar em estado de energia reduzida.

“A distribuição de espécies hibernantes na árvore dos mamíferos leva à provável conclusão de que o ancestral comum de todos os mamíferos era um hibernador”, diz Sandy Martin, da Universidade do Colorado. “É possível que todos nós tenhamos o hardware genético.”

Agora, o objetivo do pesquisador é descobrir se este hardware pode ser ativado para nós para ceder algumas das propriedades protetoras da hibernação.

Replicando os efeitos da hibernação em humanos

Foto: iStock | yogidan/

Brian Barnes, zoologista na University of Alaska Fairbanks, também estuda sobre a possibilidade de hibernação em humanos. Um estudo feito por ela em 2021 mostra que ursos em hibernação conseguem desativar os genes envolvidos na quebra dos ossos durante esse processo.

Os pesquisadores apontam que um dia pode existir a possibilidade de prever o mesmo processo em humanos para prevenir a osteoporose. De acordo com Barnes, esse processo poderia ajudar pessoas em repouso prolongado, que seria o mais próximo da hibernação para humanos atuais.

Além disso, é importante destacar que os ursos conseguem diminuir sua respiração e os batimentos cardíacos em cerca de 75%, por meses e de uma vez só, enquanto mantêm a temperatura corporal alta.

O processo citado acima poderia ajudar a proteger pessoas em tratamento intensivo. Barnes explica que ataques cardíacos e AVCs reduzem o fornecimento de oxigênio e nutrientes ao cérebro. Para ela, essa falta seria menos danosa caso os médicos conseguissem, de forma rápida, diminuir a demanda ao colocar o paciente em um estado similar ao de hibernação.

Barnes relata que as vítimas de AVC têm uma probabilidade maior de se beneficiar de um tratamento na primeira hora depois do ataque

Os médicos chamam esse período de “hora de ouro”. Caso os médicos consigam replicar a hibernação ao ponto em que a necessidade do cérebro não é maior que a oferta, “essa hora de ouro poderia se tornar uma semana de ouro, ou três semanas”, diz ele.

Estudo similar

Foto: iStock/ Getty Images

Em março de 2021, pesquisadores nos Estados Unidos e China, inspirados pelas hibernações do mundo animal, propuseram um estudo que utilizaria a combinação da droga sedativa prometazina e da droga antipsicótica clorpromazina para desenvolver um “estado de hibernação” temporário em vítimas de AVC, com a meta de preservar a função cérebro.

Elena Gracheva, neurofisiologista da Universidade de Yale, EUA, que passou parte da sua carreira trabalhando com esquilos terrestres em hibernação, faz parte de uma equipe de pesquisadores estudando as mudanças cerebrais que provocam um comprometimento cognitivo em pessoas com a doença de Parkinson

Agora ela vai trabalhar na sequência de genes para ajudar a entender sobre a modificação genética entre as células cerebrais que são vulneráveis à doença de Parkinson e as que não são afetadas.

Para isso, ela utilizará algumas abordagens que já está usando em seus estudos de hibernação. 

“Estudar ursos e mamíferos pode nos contar algo bem fundamental sobre como os sistemas nervosos humanos funcionam.”

Fonte: New Scientist, Superinteressante, Socientifica

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