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Terremotos no Japão: como o país conseguiu impedir um desastre ainda maior?

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Terremotos ocorrem em vários lugares do mundo todos os anos. Alguns, de proporções massivas, acabam chamando atenção da mídia, devidos aos grandes estragos que eles acabam causando. Enquanto outros, sequer são sentidos. A não ser pelos sensíveis aparelhos que os cientistas utilizam para estudá-los.

Infelizmente, esse tipo de desastre natural acontece com uma frequência, como por exemplo, os vários terremotos que atingiram o Japão na segunda-feira dessa semana. Por conta deles, a contagem de mortos passou das 70 pessoas e 300 feridos. Além dos destroços, em determinados locais as estradas estão bloqueadas e destruídas, possíveis deslizamentos podem acontecer e há falta de água.

O terremoto que aconteceu nesse semana foi de 7,6 na escala Richter. Ele foi um dos maiores no país desde o visto em 2011. Na época, logo depois do terremoto veio um tsunami que provocou o desastre nuclear de Fukushima, deixando mais de 20 mil mortos.

Forma de prevenção do Japão

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Como o país não consegue de prevenir dos abalos sísmicos em si, ele adota várias medidas para impedir que aconteça uma destruição ainda maior, como o que foi visto em 2011. Ou então como o que aconteceu em outros países, como por exemplo, os tsunamis da Indonésia, em 2018; e do Sri Lanka em 2004.

Segundo Pietro Moscardini, gerente de desastres e ex-bombeiro da Defesa Civil que já participou de 16 missões, o Japão está enfrentando danos bem menores do que outros lugares que também tiveram situações parecidas.

Na visão dele, isso acontece por conta do sistema de alertas japonês, também à prontidão da ação e à arquitetura que faz uma barreira natural e diminui o risco de mortes e de destruição.

Segundo o jornal O Globo, em 2022, Tóquio destinou 15 trilhões de ienes para projetos de resistência aos desastres naturais. Esses projetos foram pensados até 2040.

Além disso, a capital do Japão também faz revisões periódicas do plano de gerenciamento de desastres. Nesse ponto, Moscardini conta que “ter imaginação” é uma coisa fundamental para que eles consigam se preparar para todos os cenários, já que nenhum terremoto é igual ao outro.

Em 2000, o país fez uma reformulação dos padrões para as residências que tinham estruturas de madeira. Com isso, elas começaram a ter paredes resistentes e com suporte para terremotos. Além disso, as casas só podiam ser construídas tendo pesquisas de solo prévias para ter a certeza que o lugar era adequado.

Já em 2011, a capital se esforçou para fazer com que os bairros se tornassem à prova de fogo. Para isso, ela ofereceu subsídios e isenções fiscais para que todas as vizinhanças fizessem as atualizações necessárias para as versões mais resistentes.

Outro ponto é que o Japão tem um código de construção estabelecendo algumas das normas de construção mais rígidas do mundo. E também atualiza tecnologias e métodos de engenharia à medida que eles vão surgindo.

Mais medidas contra terremotos

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Como se todas as medidas tomadas não fossem o bastante, o Japão também tem outras, como rotas de emergência e sistemas de alerta. Para se ter uma ideia, uma lei no país designou algumas estradas para serem exclusivas para emergências no caso de terremotos ou outros desastres naturais.

Por conta disso, os civis são proibidos de circularem nelas. O que pode andar nessas estradas são ambulâncias, bombeiros e mercadorias. Além disso, Tóquio tem parques de prevenção de desastres e espaços públicos que se transformam em locais de evacuação, com energia e água.

Tipo

Revista Planeta

Uma coisa que muitas pessoas podem não saber é que não apenas a atividade tectônica pode causar terremotos. Tanto que, uma equipe de pesquisa canadense-alemã documentou um novo tipo de terremoto na Colúmbia Britânica, no Canadá. Esse novo tipo de terremoto é diferente dos outros convencionais da mesma magnitude. Eles são mais lentos e duram mais.

Esses eventos são um novo tipo de terremoto induzido que foi desencadeado por conta de um fraturamento hidráulico. Esse é um método usado no oeste do Canadá e em outros lugares do mundo para se extrair petróleo e gás.

Os pesquisadores do Geological Survey of Canada, da Universidade McGill, no Canadá, e da Ruhr-Universität Bochum (RUB), na Alemanha, conseguiram registrar cerca de 350 terremotos. Eles fizeram isso através de uma rede de oito estações sísmicas ao redor de um poço de injeção a distâncias de alguns quilômetros.

Como resultado, aproximadamente 10% desses terremotos localizados mostraram características únicas. Isso sugere que eles provocam rupturas de forma mais lenta. Assim, esse fato se torna parecido com o que se observou anteriormente, principalmente nas áreas vulcânicas.

Os pesquisadores foram liderados por Hongyu Yu, que era primeiro da RUB e depois foi para o Canadian Geological Survey of Canada, e pela professora Rebecca Harrington, da RUB.

Até agora, o terremoto no processo de fraturamento hidráulico foi explicado pelos pesquisadores em dois processos. O primeiro explica que o bombeado na rocha gera um aumento de pressão suficiente para que uma nova rede de fraturas nas rochas subterrâneas seja gerada. Como resultado, esse aumento da pressão pode ser tão grande que consegue liberar as falhas existentes e provocar um terremoto.

O segundo processo para explicá-lo diz que, o aumento da pressão do fluido da injeção na subsuperfície também provoca mudanças de tensão elástica nas rochas. Elas podem ser transmitidas por longas distâncias. Caso essas mudanças de tensão aconteçam nas rochas que têm falhas pode desencadear uma mudança que faz com que a falha deslize e cause um terremoto.

Recentemente, modelos numéricos e análises de laboratório previram um processo em falhas perto de poços de injeção, que também se observou em outros lugares com falhas tectônicas. Esse processo se chama deslizamento assísmico e começa com um deslizamento lento que não tem nenhuma energia sísmica.

Entretanto, esse deslizamento lento também pode causar uma mudança de estresse em algumas falhas que estiverem perto. Fazendo, assim, com que elas deslizem de uma forma rápida e acabem levando a um terremoto.

Esse tipo de terremoto é difícil de se observar na natureza justamente por conta dessa falta de energia sísmica do deslizamento assísmico e do tamanho das falhas envolvidas.

Portanto, os pesquisadores ainda não conseguiram documentar o deslizamento assísmico de uma maneira ampla. Com isso, o novo estudo dá evidências indiretas de carregamento assísmico e uma transição de deslizamento assísmico para sísmico.

O novo tipo de terremoto descoberto foi interpretado pelos pesquisadores como uma forma intermediária de terremoto convencional e deslizamento assísmico. Por isso, ele é uma evidência indireta de que o deslizamento assísmico também pode acontecer perto de poços. Então, eles apelidaram esses eventos de terremotos em forma de onda de frequência híbrida de “EHW”, sigla em inglês.

“Se entendermos em que ponto a subsuperfície reage ao processo de fraturamento hidráulico com movimentos que não resultam em um terremoto e, consequentemente, não causam danos à superfície, poderemos usar essa informação idealmente para ajustar o procedimento de injeção de acordo”, afirmou Rebecca Harrington, chefe do Grupo de Hidrogeomecânica da RUB.

“Presumimos que os terremotos induzidos se comportam como a maioria dos outros terremotos e têm aproximadamente a mesma velocidade de ruptura de dois a três quilômetros por segundo”, concluiu.

Fonte: Olhar digital, Revista Planeta

Imagens: Olhar digital, Revista Planeta

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