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Um dos peixes mais raros do mundo atinge seu maior número em 25 anos

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Os peixes são animais que acabam atraindo a atenção de muita gente. E como seu habitat são os rios e oceanos, que é um dos ecossistemas menos explorados pelo ser humano, novas descobertas surpreendentes podem ser feitas com certa frequência.

Por exemplo, de acordo com os biólogos, houve um aumento surpreendente no número de peixinhos-do-buraco-do-diabo (Cyprinodon diabolia), que é uma das espécies de peixes mais raras do mundo. Para se ter uma ideia, conforme as contagens anuais feitas na primavera do hemisfério norte, foram observados 191 peixes. Esse foi o maior número visto em 25 anos, conforme o Serviço Nacional de Parques dos Estados Unidos.

Isso é algo positivo para esse peixe que vive na caverna submersa Devils Hole perto da Reserva Nacional da Vida Selvagem de Ash Meadows, em Nevada, nos Estados Unidos, e é criticamente ameaçado.

Peixe

Galileu

Esses animais têm o menor habitat de qualquer espécie de vertebrado, sendo quase 25 metros da caverna. Além disso, eles são dependentes de uma prateleira rasa e iluminada pelo sol na entrada para conseguirem se alimentar e fazer sua desova.

Em agosto de 2023, os restos do furacão Hilary acabaram afetando a caverna desses peixes. Contudo, mesmo as inundações tendo efeitos negativos para os animais a curto prazo, elas promoveram benefícios especialmente para o ecossistema. Isso porque trouxeram nutrientes da superfície terrestre em volta do local.

“É emocionante ver uma tendência crescente, especialmente nesta população altamente variável [de peixe]. O aumento dos números permite às agências de gestão considerar pesquisas que podem não ter sido possíveis no passado, quando até mesmo pequenas perturbações no habitat ou nos peixes tinham que ser completamente evitadas”, disse Michael Schwemm, Biólogo Sênior de Peixes do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA.

A contagem dos peixes é feita toda primavera e outono no hemisfério norte e segue os protocolos que são padronizados. Na última contagem feita, nos dias seis e sete de abril, foi usado um equipamento de mergulho para andar por toda caverna e os pesquisadores contaram a quantidade de peixes que tinham na prateleira rasa de água.

Maior número

Galileu

Antes dos anos 1990, existiam entre 200 a 250 peixinhos-do-buraco-do-diabo a cada primavera norte-americana. Aproximadamente durante 20 anos, essa população caiu para 90 indivíduos. E em 2013 ela atingiu o seu mínimo histórico com somente 35 peixes.

“As altas contagens [desse peixe] na primavera e outono recentes mostram a importância de manter dados de longo prazo enquanto trabalhamos para descobrir o que mudou”, disse Kevin Wilson, Ecologista Aquático do Parque Nacional do Vale da Morte.

Esse aumento sugere que aconteceram mudanças positivas no ecossistema dos peixinhos-do-buraco-do-diabo. Tanto que a quantidade vista em abril desse ano foi a maior desde 1999.

Caraterísticas

Science alert

Os peixes se destacam por diferentes características. Como no caso desse que muda sua cor e consegue “ver” através da sua pele. De acordo com um novo estudo dos EUA, é dessa maneira que o chamado peixe-porco consegue detectar suas próprias cores.

“Eles parecem estar observando a própria mudança de cor. Se você não tivesse um espelho e não pudesse dobrar o pescoço, como saberia se está vestido adequadamente?”, disse a bióloga Lori Schweikert, atualmente na Universidade da Carolina do Norte.

A cor para o peixe-porco, que vive em constante ameaça de predadores, é mais do que somente uma questão estética. A mudança para que sua sombra corresponda ao fundo onde ele está é realmente uma questão de vida ou morte.

Por volta dos três anos de idade, eles passam de fêmea para macho quando juntam um harém de fêmeas jovens para acasalar e proteger. Outro momento em que a mudança de cor tem um propósito, podendo cortejar seus companheiros e ameaçar os rivais.

O peixe consegue fazer essas mudanças através de células cheias de pigmento chamadas cromatóforos, assim como é visto em todos animais que conseguem mudar a cor da sua pele, como o polvo e o camaleão.

Esses pigmentos se amontoam dentro das células para fazer com que a polpa branca abaixo possa brilhar. E conforme as combinações de pigmentos vermelhos, amarelos ou pretos vão se espalhando, as células da superfície se transformam em matiz e sombra.

Já estudos com outro peixe, no caso a tilápia do Nilo, viram que as opsinas, que são moléculas sensíveis à luz, podem ter uma influência na cor do cromatóforo. Sabendo disso, Schweikert e sua equipe fizeram a análise das amostras de pele do peixe-porco através da técnica de rotulagem de proteínas e imagens de microscópio eletrônico de transmissão.

Eles fizeram o rastreamento das moléculas de opsina até as células que estavam diretamente embaixo dos cromatóforos dos peixes. Eles viram que essas células que produzem opsina são mais sensíveis aos comprimentos de onda azuis curtos que passam pelos cromatóforos. E os níveis de luz também são variáveis conforme a quantidade de ospina que é liberada.

Isso sugere que, provavelmente, as opsinas regulam o nível de pigmento nos cromatóforos, da mesma maneira que é visto na tilápia do Nilo. Contudo, a exata forma de como as opsinas influenciam os cromatóforos ainda não foi definida.

“Os animais podem literalmente tirar uma foto de sua própria pele por dentro. De certa forma, eles podem dizer ao animal como é a sua pele, já que ele não consegue se curvar para olhar”, explicou Sönke Johnsen, biólogo marinho da Universidade Duke.

“O feedback sensorial é um dos truques que a tecnologia ainda está tentando descobrir. Este estudo é uma boa dissecação de um novo sistema de feedback sensorial”, concluiu ele.

Fonte: Galileu, Science alert

Imagens: Galileu, Science alert

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