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Um mês depois de entrevista sobre fome que comoveu o país, Dona Janete celebra volta aos estudos

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Dona Janete concedeu uma entrevista durante o RJ1 no dia 21 de junho e emocionou o país. Isso porque ela relatou a dificuldade que estava tendo enfrentando a fome. Ela não tinha o que comer e nem como alimentar sua família, o que causou lágrimas tanto nela quanto na repórter que a entrevistava. Agora, na última sexta-feira (15), Dona Janete postou um vídeo celebrando um sonho concretizado.

“Dia 26 agora eu volto para a escola. Muito obrigada”, disse Janete. De acordo com a mulher, ela irá estudar no período da noite na Escola Professor Lourenço Filho, no Grajaú, perto de onde vive, no Morro dos Macacos. Assim, aos 57 anos anos, ela irá cursar a 4ª série.

Relembre o caso

A entrevista com Janete Evaristo ocorreu numa manhã de terça-feira quando ela estava na fila do Prato Feito Carioca. O programa da Prefeitura do Rio de Janeiro distribui refeições a quem passa fome, sendo que essa era a realidade na casa de Dona Janete.

Assim sendo, além de estar desempregada e ter netos para alimentar, a idosa ainda sofre com a dor do luto de ter perdido uma filha, há dois anos, e seu marido, há sete meses. Ao relatar essa dificuldade que agrava a fome em casa, a mulher começou a se emocionar.

Foi nesse momento que a repórter Lívia Torres interrompeu a entrevista. No entanto, Janete pediu a palavra com o intuito de relatar a fome que passa por conta da dificuldade de colocar comida na mesa.

“Domingo a gente não tinha nada para comer. Eu estou desempregada, está muito difícil. Eu estou catando latinha, mas não dá. Não tenho ajuda de muita gente, então domingo a gente não tinha mesmo nada. Está muito difícil”, disse, voltando a chorar e enxugando o rosto. A repórter também chorou.

Fome no Brasil

prisciane alexandre no programa prato feito carioca

Cristina Boeckel/g1 Rio

Segundo o Mapa da Fome, só no Estado do Rio, mais de 1,2 milhão de pessoas não conseguem colocar comida o suficiente na mesa. Isso equivale a 6,8% de toda a população do estado.

Dessa forma, outra pessoa que estava presente na fila do Prato Feito Carioca do Andaraí era Priciane Alexandre, de 30 anos, que mora no Morro dos Macacos e é mãe de duas meninas. Ele relatou que a situação da família piorou na pandemia, ao ponto de todos perderem peso.

“O coração cortava. Eu ficava nervosa, estressada por saber que estava chegando a hora de não ter comida”, contou Priciane. A mulher perdeu sua avó há apenas um mês. Era ela que cuidava do irmão, que é portador de necessidades especiais.

Agora, Priciane assumiu os cuidados do irmão. Ela tenta, lentamente, superar as dificuldades e dar a volta por cima com a ajuda de benefícios do poder público, em conjunto com pequenos trabalhos.

Dona Janete recebe doações

Depois que a entrevista repercutiu por todo o Brasil, diversas pessoas se organizaram para ajudar a senhora. Assim, com essa ajuda, ela sonha em pagar a faculdade da neta, sendo que outra meta era voltar a estudar.

“Reformar a minha casa, pagar a faculdade da minha neta, pagar a formatura dela. Meu neto queria jogar futebol. E voltar a estudar, que seria meu sonho, pra mim ter um trabalho digno e mostrar a meus netos que eu posso”, foi o que ela disse em entrevista ao RJ1.

Janete Evaristo tem 57 anos, nasceu e cresceu no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Dessa forma, ela vive numa casa localizada no Carandiru, região que ganhou nome por ser parecida com o presídio desativado em São Paulo, em 2002. Com ela vivem cinco netos, todos menores de idade.

Dona Janete conta que, antes da pandemia, ela conseguia se sustentar cuidando das crianças, mas perdeu o emprego há dois anos e passou a viver em situação de extrema pobreza, enfrentando a fome.

Fonte: G1

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