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Variantes genéticas raras podem estar por trás da calvície em homens

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A calvície é um dos problemas estéticos, e de saúde, que mais perturba os homens. Isso porque, apesar de existirem mulheres que sofrem com o problema, é mais comum encontrar homens nessa situação. Além disso, mesmo estando mais comumente ligado à genética, a maioria tende a relacionar este fato à idade e, por isso, tenta esconder a queda de cabelo ou até impedir que isso aconteça.

Também chamada de alopecia androgenética (AGA), ela é a forma mais comum de perda de cabelo. Progressiva, ela pode ser caracterizada pelo recuo dos fios na frente da linha capilar, o que é chamado popularmente de entrada; pela queda na coroa da cabeça; e também pelo cabelo ficar disposto em um formato de ferradura.

Por ser um problema tão recorrente, pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, analisaram como variações genéticas raras contribuem para a calvície. Para o estudo, eles analisaram sequências genéticas de 72.469 pessoas que participaram do UK Biobank, sendo todas elas do sexo masculino.

Até agora, a maior parte dos estudos relacionados à calvície focou nas variantes genéticas comuns que são vistas em mais de 350 loci, que é onde um gene está localizado no cromossomo. O gene principal é o receptor de andrógeno, localizado no cromossomo X herdado da mãe. Isso porque a contribuição de variantes raras para a calvície é considerada baixa, mas ainda são necessários mais estudos sistemáticos.

Estudo

Trends BR

As análises estatísticas fazem parte dos estudos genéticos. Nesse novo estudo, elas são mais complexas porque as variantes raras aparecem em poucas ou em uma única pessoa. Por conta disso, não é somente preciso analisar um grupo grande de pessoas, mas também fazer o sequenciamento do genoma ou do exoma das pessoas que são afetadas com o problema.

Com isso, o estudo viu que as variantes raras relacionadas com à calvície foram vistas em cinco genes. Foram eles: EDA2R, WNT10A, HEPH, CEPT1 e EIF3F. Desses, os dois primeiros já eram considerados possíveis candidatos por conta de análises anteriores feitas nas variantes comuns.

“Nosso estudo fornece mais evidências de que esses dois genes desempenham um papel [na AGA], e que isso ocorre por meio tanto de variantes raras quanto das comuns”, explicou Stefanie Heilmann-Heimbach, coautora do artigo.

Ainda conforme ela, os genes CEPT1 e EIF3F estão em regiões genéticas que até o momento não tinham sido relacionadas com a calvície. Por conta disso, os pesquisadores acreditam que as variantes raras podem ajudar na predisposição genética desse tipo de alopecia.

“HEPH, CEPT1 e EIF3F representam novos genes candidatos altamente plausíveis, dada sua função previamente descrita no desenvolvimento e crescimento dos cabelos”, pontuou ela.

A pesquisadora também tem a suspeita de que genes conhecidos por causarem doenças hereditárias raras, tanto de pele como de cabelo, também podem ter um papel no desenvolvimento da calvície. Depois dessas descobertas, os pesquisadores querem aumentar o entendimento sobre a queda de cabelo e melhorar as estratégias para tratá-la.

Calvície

Ric mais

A calvície pode ser um motivo de preocupação, mas em 2022 ela virou moda entre os jovens. Um corte de cabelo que imita a calvície virou tendência entre os jovens e viralizou na internet. O estilo tem até um nome: o Calvão D’cria.

O corte também é chamado de degradê invertido e surgiu no município de Três Passos, no Rio Grande do Sul. O lugar tem pouco mais de 20 mil habitantes, e está a cerca de 472 quilômetros de Porto Alegre, mas isso não impediu que a tendência iniciada lá se espalhasse por todo o país.

A ideia para o corte que imita a calvície surgiu de um encontro de amigos entre o barbeiro Mateus Felipe e os adolescentes Robert Macedo e Hiago Santos. Em algum momento da conversa, eles viram a foto de uma pessoa com calvície e então o barbeiro fez um desafio para seus amigos para ver quem tinha coragem de fazer um corte que imitasse a condição.

Depois de alguns dias, tanto Robert como Hiago foram até o trabalho de Felipe para fazer o corte. Nesse momento, Marcio Campos, dono da barbearia e barbeiro há três anos na região, gravou o resultado e postou no Tik Tok.

“Eu postei no Tik Tok de noite, lá por sete oito (horas), quando foi as 23h já tinha passado de 20 mil visualizações. Foi estourado. Agora está quase em quatro milhões”, disse Marcio.

Depois dos amigos de Felipe, quem fez o “Calvão D’cria” foi o jovem Guilherme Senger, mas dessa vez quem cortou o cabelo do jovem foi o próprio Marcio. Ele também postou o resultado nas redes sociais.

O corte imitando a calvície fez com que os vídeos e fotos viralizassem na internet e se tornassem memes. Com isso, tanto barbeiros como adolescentes de outros estados começaram a repostar o vídeo. Como resultado, mais clientes adeptos à “calvície” foram atraídos.

“Veio gente de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais me ligando e mandando foto para dizer que fizeram o corte”, contou Marcio.

O nome para o corte veio da gíria usada entre os jovens da cidade. Geralmente, eles usam o apelido “cria” para chamar os adolescentes que moram desde crianças no lugar, da mesma forma que é visto em comunidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

“Eles fazem para curtir, ir para as festas e zoar. A maioria já está falando de fazer para o final de ano”, disse o dono da barbearia.

De acordo com Marcio, logo depois do primeiro corte imitando a calvície apareceram outros clientes querendo fazer igual. A partir do corte “Calvão D’cria” foram surgindo outras variações, como por exemplo, “calvão da nike” e “calvão + oclin”.

Embora o corte tenha virado tendência, ele imita uma condição que várias pessoas tentam esconder ou têm problemas com ela. Nesse ponto, quando Marcio foi perguntado sobre a repercussão do corte entre as pessoas que possuem calvície, ele disse que a maioria dos comentários foi feito em tom de brincadeira.

“Não teve críticas negativas de quem é calvo, só comentários brincando sobre o assunto como: ‘meu vô sempre esteve na moda’, ‘até que em fim algum corte de cabelo que eu possa me encaixar (risos)’”, pontuou ele.

Fonte: Galileu, Ric mais

Imagens: Trends BR, Ric mais

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