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Veja o motivo de você sentir dor durante a noite

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A maioria das pessoas já sentiu alguma dor durante a noite, seja ela nas costas, cabeça, joelho ou qualquer outra parte do corpo. Apesar de ela estar presente durante o dia, na hora de dormir ela se torna mais intensa e não nos deixa descansar.

Por isso muitas pessoas se questionam por que sentimos dor com mais intensidade à noite e qual a visão da ciência sobre isso.

O que é a dor?

Foto: Getty Images

Todas as pessoas já sentiram dor em algum momento, por isso ela não é um fenômeno desconhecido para ninguém. No entanto, quando precisamos definir o que é dor costumamos nos complicar.

De acordo com Rocío de la Vega de Carranza,  pesquisadora de psicologia da Universidade de Málaga, na Espanha, após várias alterações, a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP, na sigla em inglês) definiu que a dor é “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ou similar a uma lesão real ou potencial dos tecidos”.

Por isso, o consenso é que a dor seja uma experiência dos sentidos, que possui um componente emocional desagradável e relembra o que sente no caso de dano físico.

Para que a dor serve?

Foto: Getty Images

A dor serve para nos avisar que algo não está certo. É um mecanismo de sobrevivência que auxilia a nos salvar de perigos que podem ameaçar a nossa integridade física.

Para fazer uma analogia, a dor é um sistema de alarme que nosso cérebro possui para nos avisar que estamos em risco e precisamos nos proteger. O incômodo é justamente para sentirmos a necessidade de evitá-la.

No entanto, ela não é um estímulo, como se pensava no tempo de Descartes, já que quanto tocamos em algo e a dor nos salva da queimadura porque nos faz retirar a mão. A concepção atual é que a dor é como um produto do nosso cérebro, o órgão responsável por nos informar onde, quanto e de que forma sentimos dor.

Vale destacar que os estímulos externos, como o calor citado acima, enviam um sinal para os nervos periféricos conectados ao cérebro. Logo em seguida, o cérebro irá processar esse sinal e convertê-lo na chamada nocicepção. Porém, isso é apenas uma parte da experiência, já que a dor inclui a nossa interpretação cognitiva e emocional da nocicepção.

Por isso, a dor nem sempre está ligada diretamente à quantidade de estímulos dolorosos que recebemos, visto que ela pode ser percebida na sua ausência. Um exemplo extremo é que o cérebro de algumas pessoas produz dor em uma parte do corpo que já foi amputada.

A teoria da porta de controle

Foto: Shutterstock

Para explicar por que sentimos mais dores à noite é preciso considerar a relação dos sistemas de processamento do nosso cérebro e da ciência da percepção.

Nos anos 1960, o psicólogo Ronald Melzack e o neurocientista Patrick Wall propuseram sua teoria das comportas da dor. De acordo com a tese, existe na medula espinhal uma comporta que permite ou não a passagem dos estímulos dolorosos para o cérebro.

Resumidamente, haverá certas coisas que farão com que a comporta se feche e outras que farão abrir, o que provoca a dor com maior intensidade. Um exemplo é que ao esfregar a região quando nos machucamos, a fricção concorre com a dor e diminui a sua intensidade.

Na noite escura, não existem imagens, sons e interações humanas que nos distraiam e ajudam a fechar a comporta.

O pior momento

Foto: Getty Images

Após os anos 1960, novas teorias e descobertas surgiram sobre a ciência da dor. Uma pesquisa publicada na revista Brain no último mês de setembro também indica os ritmos circadianos como um agente para a intensificação da dor durante a noite.

A pesquisadora Inès Daguet e seus colaboradores realizaram um experimento de laboratório inovador que descobriu que o momento do dia em que a dor é percebida com mais intensidade é às quatro da madrugada.

Uma explicação é a falta de sono, isso porque sua influência também foi demonstrada. No entanto, no modelo de Daguet, o peso dos ritmos circadianos foi maior. Brussas mudanças podem estar relacionadas aos níveis críticos de hormônios que temos durante o dia, como o cortisol e melatonina.

No entanto, é preciso destacar que esse é um estudo experimental, em um ambiente de laboratório. Os participantes não estavam dormindo em seu ambiente natural, em sua cama, e receberam estímulos de dor de maneira artificial, através de uma máquina indutora de calor.

Ameaça de predadores

Foto: iStock

Os cientistas Hadas Nahman-Averbuch e Christopher D. King publicaram um comentário ao estudo anterior, apontando que considerando o ponto de vista evolutivo, somos mais vulneráveis aos predadores à noite, quando estamos dormindo. Por isso, uma menor intensidade de estímulos é o suficiente para nos acordar devido a um perigo em potencial.

O que parece é que nosso cérebro segue tentando nos proteger enquanto dormimos. Porém, mais pesquisas são necessárias para explicar por que sentimos mais dores à noite.

Fonte: BBC

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