Curiosidades

Videogames melhoram memória, atenção e função em pessoas com Parkinson

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A doença de Parkinson é uma das várias doenças que as pessoas podem ter. Ela é caracterizada pela lenta deterioração do cérebro devido ao acúmulo de alfa-sinucleína. Essa é uma proteína que danifica os neurônios. Isso leva a movimentos lentos e bastante rígidos que muitas pessoas já associam à doença.

Mesmo sabendo um pouco sobre essa doença, ela ainda tem vários mistérios que a circundam, sendo um deles a sua própria explicação. Justamente por isso que estudos são feitos para descobrir não somente a causa do Parkinson, mas também formas de tratá-lo.

Tanto que, um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com a Universidade de Palermo, na Itália, mostrou os efeitos positivos de treinos com exergames, que são os videogames que tem esforço físico, na reabilitação de pessoas que tem Parkinson.

“A reabilitação da pessoa com Parkinson é absolutamente fundamental e deve ser feita por um time multidisciplinar. Hoje, temos a reabilitação convencional, com evidências bem estabelecidas para protocolos de fisioterapia que se concentram em trabalho de marcha, equilíbrio, postura, dupla-tarefa etc. Mas também temos essa outra vertente, flagrantemente menos utilizada na prática, que é o uso da realidade virtual, da realidade aumentada ou dos exergames para viabilizar tarefas motoras e/ou cognitivas por meio de uma interface tecnológica e lúdica”, disseram os pesquisadores.

Estudo

G1

Nesse estudo, os pesquisadores partiram da hipótese de que os exercícios virtuais podiam estimular determinadas áreas do cérebro. Como consequência, isso causaria mudanças neurofuncionais que iriam melhorar a estrutural neuronal e a conectividade.

Normalmente, os estudos que falam a respeito dos benefícios da reabilitação virtual usam escalas clínicas para confirmar que o paciente está evoluindo. Contudo, nesse, os pesquisadores quiseram avaliar os efeitos neurofuncionais do treinamento através da ressonância magnética.

Para o estudo foram selecionados dez pacientes. Eles foram submetidos a uma avaliação, incluindo desempenho cognitivo e ressonância magnética. Isso foi feito antes e depois dos treinamentos com o Wii, o exergame usado, e também no grupo de controle que fez o treinamento convencional.

Esses treinamentos foram feitos durante dez dias, em duas semanas consecutivas. Depois de 45 dias de intervalo, aqueles que treinaram com o Wii mudaram para o treinamento convencional, e vice-versa. Então, todos participantes passaram de novo pela avaliação cognitiva e ressonância depois do tempo de treino.

Resultados

VivaBem

Nos resultados foram vistos melhoria na memória, na atenção, nas funções executivas e visuoespaciais quando comparadas ao começo do treinamento. E não foram vistas diferenças na cognição na prática do exergame quando comparado com o treinamento de controle.

Além disso, as ressonâncias magnéticas funcionais deram a entender que o treinamento com Wii poderia gerar melhorias na conectividade funcional do cérebro. Isso poderia ser visto especialmente nas áreas relacionadas com a execução motora, planejamento, funções visuais, de memória e somatossensoriais.

“Esse estudo é mais uma fonte de evidência sobre a importância do papel da reabilitação virtual em pessoas com Parkinson, neste caso, mostrando que um protocolo com Wii melhorou o desempenho cognitivo dos voluntários que participaram da pesquisa, implicando também em possível melhora da conectividade cerebral”, disse André Carvalho Felício, neurologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

Ainda conforme o neurologista, esses exergames são usados há muito tempo na pesquisa clínica, no entanto, ainda não existe uma cultura consolidada do uso dessa modalidade na prática clínica.

“Atualmente, usamos na prática clínica os principais consoles vendidos comercialmente como XBOX, Nintendo e Playstation. Ainda não existem consensos quanto a protocolos, jogos e tempo de utilização. Ainda são necessários também mais estudos sobre a segurança como risco de queda durante o uso do console”, disse Felício.

Outro ponto destacado por ele foi um estudo feito por pesquisadores do Einstein que analisou o impacto do uso da realidade virtual na reabilitação das pessoas com Parkinson. Os resultados que eles tiveram também mostraram melhorias nas funções motoras e na qualidade de vida dos pacientes, principalmente o aumento da dopamina cerebral.

Parkinson

Jornal da Paraíba

Ter um diagnóstico de Parkinson o quanto antes faz toda a diferença. Por isso que um teste de laboratório que possa informar aos médicos se uma pessoa tem essa doença é uma coisa extremamente buscada.

O diagnóstico é dado pelos médicos hoje em dia procurando pelos sintomas físicos que podem revelar a doença, como por exemplo, tremores, marcha hesitante, rigidez ou problemas de equilíbrio. No começo, esses sinais podem ser bastante sutis. Por isso que existe uma dificuldade em diferenciar o Parkinson de outras doenças até que ele esteja mais avançado e tenha afetado o cérebro.

E justamente por não existirem testes de laboratório que detectam a doença logo nos estágios iniciais, a busca por novos tratamentos para o Parkinson também não aconteceu.

O estudo é difícil porque analisar um grupo de pessoas que tenham os mesmos sintomas de movimento pode acabar incluindo, de forma inadequada, as pessoas que têm a condição causada por um outro fator. Isso implica que normalmente as pessoas são estudadas com a doença já em andamento.

No entanto, essa realidade pode mudar logo. Isso porque novos testes conseguiram detectar vestígios de uma proteína-chave que se decompõe e acaba obstruindo áreas específicas do cérebro. Ela se chama alfa-sinucleína. E o teste chamado SYNTap, que procura sementes dessa proteína no fluido espinhal, foi aprovado em um grande estudo feito pela Fundação Michael J. Fox, na Iniciativa do Marcador de Progressão de Parkinson.

Com isso, o SYNTap se junta ao Syn-One, um teste que consegue detectar traços dessa proteína na pele. Desde 2019 esse teste está disponível e é estudado sendo financiado pelo National Institutes of Health.

Embora esses novos testes não tenham identificado o Parkinson, eles conseguiram mostrar um grupo de distúrbios causados pela aglomeração anormal da proteína alfa-sinucleína. Dentre eles, a demência com corpos de Lewy e a atrofia de vários sistemas que resultam em danos no cérebro. Desses distúrbios, o Parkinson é o mais comum.

Até hoje, a causa exata do Parkinson é desconhecida. No entanto, esses testes são o começo de “um novo capítulo para nós na doença de Parkinson, onde podemos realmente nos concentrar na biologia”, disse a Dra. Kathleen Poston, professora de neurologia e ciências neurológicas na Universidade de Stanford.

“Acho que isso acelerará muito nosso engajamento e ensaios clínicos e, espero, nos permitirá ter mais ensaios clínicos terapêuticos bem-sucedidos nos próximos cinco anos”, disse.

Fonte: VivaBem, CNN

Imagens: G1, VivaBem, Jornal da Paraíba

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