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5 heróis medíocres que foram reinventados de forma brilhante

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Muitos heróis nem sempre tiveram as mesmas características que tanto conhecemos hoje. Alguns foram deixados no limbo por muito tempo, outros foram introduzidos ás pressas no mundo dos quadrinhos e ainda houve aqueles que não sabiam exatamente o que eram.

O mais importante fr tudo isso é que alguns ganharam uma bela segunda chance. Foram personagens que passaram por processos de reinvenção e, por isso, conseguiram seu lugar ao sol junto a vários outros ícones do meio. Ou, como cantariam as Musas em Hércules, eles foram “de zero a herói”! Separamos cinco deles que merecem destaque por sua brilhante volta a nona arte. Confira!

5 – Gavião Arqueiro

Apesar de ter sido um dos primeiros Vingadores, Clint Barton não teve tanta sorte em seu começo nos quadrinhos. Suas habilidades com o arco e a flecha não foram suficientes para que ele vingasse, até que o personagem foi esquecido e largado em algum canto. Embora as HQs, ocasionalmente, sugerissem que seus talentos se aproximavam ao sobre-humano, ele era apenas um cara comum que gostava (muito) de usar roxo.

Apesar de na Marvel existir outros heróis sem super poderes, poucos precisam dividir a cena com deuses, gigantes, monstros radioativos e um playboy bilionário. E como Gavião Arqueiro nunca foi (e não será) parecido com Batman, ele sempre pareceu deslocado. Tanto que no próprio filme dos Vingadores (2015) há um momento em que o personagem solta: “A cidade está voando, estamos lutando contra um exército de robôs e eu tenho um arco e flecha, nada disso faz sentido”. Basicamente, para incapacita-lo basta retirar esses dois elementos e pronto.

Claro que isso não significa que o personagem não tenha tido boas histórias com a equipe, inclusive, muitas vezes foi ele quem manteve o equilíbrio da situação. Aquela velha história de “humano comum em um mundo de super-humanos” e, como todo jogador de RPG sabe, não custa nada manter um arqueiro por perto. A editora até tentou algumas vezes mudar o personagem, colocá-lo em novas roupas e reformular sua história, mas ninguém soube muito bem o que fazer com ele.

A reinvenção

Em 2012, o roteirista Matt Fração junto com o desenhista David Aja e o colorista Matt Hollingsworth (e mais alguns artistas convidados) fizeram de Gavião Arqueiro um herói novamente relevante. A equipe teve uma ideia tão simples que chega a ser brilhante: contar histórias curtas – de um ou dois arcos – e levar as aventuras para mais perto da realidade, ao menos a realidade dos quadrinhos. Suas histórias agora são mais “pé no chão”, o personagem não usa mais aquele uniforme que muitas vezes era considerado brega – no máximo uma camiseta roxa. E são elementos que se encaixam perfeitamente com sua nova persona.

Nessa nova fase, muitos dos personagens são pessoas que moram no mesmo prédio que Clint, no Brooklyn. O cenário lembra séries sitcom, contudo, ao invés de ser chato, é ótimo. Melhor de tudo, ele tem uma grande amiga, Kate Bishop, que muitas vezes atua como sua sidekick. A relação de ambos é muito boa, com os dois aprendendo um com o outro diariamente. Com bastante charme, humor e personalidade, o novo Gavião Arqueiro prova que o problema nunca foi com o personagem.

4 – Aquaman

Arthur Curry foi criado como um ser humano que rapidamente descobre que é herdeiro do trono de Atlântida. Dotado de super força, agilidade e poderosa telepatia, ele reina como Soberano dos Sete Mares. Também conhecido como Aquaman, o personagem foi (e alguns hábitos são difíceis de largar) muito zoado, e até hoje constantemente ele é alvo de chacotas e piadinhas.

Embora tenha incríveis poderes, o herói ficou conhecido apenas como “o cara que conversa com peixes”. Dentro da DC Comics, o pessoal sempre soube o potencial que o personagem tinha e, por isso, tentaram legitima-lo aos olhos dos fãs. Por isso o Aquaman ganhou cabelos longos, uma barba selvagem, revestimento de metal em metade do busto, um gancho no lugar de uma das mãos e cabelo no peito. Só que isso tudo apenas serviu para, no final, ele parecer um cyborg pirata.

A reinvenção

Muitos não gostaram do reboot que a DC Comics fez com Os Novos 52, em 2011, mas parte do trabalho ficou impecavelmente bem feito, exemplo disso é o próprio Aquaman. Embora seu traje tenha permanecido fiel ao clássico, o comportamento de Arthur Curry mudou bastante. Ele não é mais aquele homem abobalhado; agora ele é áspero, sério e bastante decidido. Logo na primeira edição de Liga da Justiça (Novos 52) o Aquaman tenta manter claro que ele não “fala com peixes” e sim os controla psiquicamente, e não apenas peixes, como todas as criaturas que vivem sob a água.

Aquaman continua rei de Atlântida e sempre foi um bom personagem, a DC só tinha de encontrar um jeito de fazer as pessoas se lembrarem que ele não é apenas um homem vestido de laranja que sai pelo mar andando em golfinhos.

3 – Monstro do Pântano

Alec Holland era um botânico comum estudando a vida no pântano, até que uma explosão, com centenas de produtos químicos, o transformou em uma coisa horrível. Destinado a viver seus dias como uma coisa, ele foi morar no pântano e usou seus poderes para combater o mal. Apesar de ser chamado de Monstro do Pântano, suas primeiras aventuras foram em vários lugares longe dali. O personagem sempre foi visto como uma coisa coberta por gosmas verdes e não rolava muito respeito para o lado dele. O que fazer então? Qual tal chamar um bruxo inglês, barbudão a rabugento para mudar tudo isso?

A reinvenção

O brilhante Alan Moore assumiu o comando do personagem logo em seu segundo ano de vida e foi com a edição Anatomy Lesson que o cenário mudou, tanto para o Monstro do Pântano, quanto para os quadrinhos de forma geral. Moore, juntamente com os desenhistas Stephen Bissette e John Toleben, deram a história uma linguagem poética, visuais sonhadores e layouts inovadores.

Anatomy Lesson conta a história de um Monstro do Pântano “morto”, congelado para estudo depois de ter sido despedaçado na última edição. Esse arco é um marco para o personagem não apenas pela sua qualidade, ou pelo fato de que Moore e companhia trouxeram a figura de volta dos mortos, mas também porque, fundamentalmente, mudou a natureza do Monstro. Antes, os leitores entendiam que Alec Holland se tornara a tal coisa por causa dos produtos químicos que cobriram seu corpo com a explosão do laboratório. Porém, é nesta edição que aprendemos: o Monstro do Pântano é na verdade o resultado de uma entidade orgânica que assumiu a forma do botânico depois que ele morreu. O Monstro nunca foi humano, ele apenas pensava que era.

Depois que o personagem descobriu suas verdadeiras origens, que ele era essencialmente um elemento da terra, todo seu conhecimento e compreensão cresceram, inclusive sobre seu próprio poder. Ele descobriu que era apenas uma das várias coisas que o pântano havia criada com os anos; que suas habilidades lhe permitiam habitar qualquer planta. Como consequência, ele pode se tele transportar ao redor do mundo, basta o lugar ter algum vegetal. Agora sim um personagem para respeitar.

2 – Batwoman

A maioria esmagadora dos heróis mais famosos momento ou outro ganhará uma versão feminina. Acontece bastante. Aqui, muito antes de Barbara Gordon assumir o manto de Batgirl e Kara Danvers começar suas atividades como Supergirl, houve Kathy Kane como Batwoman. Secretamente ela era herdeira e ex artista de circo. E apesar de boa parte dessas versões serem criadas para aumentar as vendas por meio da sexualização, com Batwoman foi diferente.

Antes de mais nada, aqui vai um fato curioso. Nos Estados Unidos da década de 1950, existiu um homem muito perturbado e sem muito o que fazer chamado Frederick Wertham. Na época, ele alegou que histórias em quadrinhos estavam corrompendo a juventude daquela nação e, sabe-se os deuses o porquê, o Congresso do país concordou. Por isso, eles criaram a Comics Code Authority (algo como Código de Autoridade dos Quadrinhos) que basicamente era um tipo de censura. Uma das maiores implicâncias de Wertham era com Batman e Robin, ele bateu o pé e gritou para quem quisesse ouvir que os dois heróis mantinham uma relação homoafetiva. Algo que para a década de 1950 era inadmissível. Apavorada com toda a atenção negativa em torno dela, a DC Comics não viu outra saída a não ser introduzir uma versão feminina do Batman nas histórias. Foi assim que em 1956, Batwoman fez sua estreia na nona arte.

Claramente percebemos que foi algo feito às pressas. A personagem, além do nome, pegou muitas características do próprio Batman, exceto seu cinto utilitário, já que no lugar ela tinha uma… Bolsa de utilidade. É sério. No começo, Kathy Kane era apenas um acessório nas histórias de Batman, jogada para escanteio e sendo constantemente humilhada por todos. Batwoman deixou de existir completamente em 1985 em Crise nas Infinitas Terras, evento que revolucionou toda a editora. Embora não tenha sido a melhor maneira de ir embora, podemos considerar um ato de misericórdia.

A reinvenção

Agora esqueça aquela personagem deslocada de décadas atrás. Batwoman agora é Kate Kane, mulher que, devido ao trauma sofrido pelo sequestro e morte de sua mãe e irmã, se dedicou aos serviços militares como fuzileira naval para impressionar seu pai. Kate não perdeu e, ao contrário de sua primeira versão, já em Batwoman: Elegy (primeira edição da nova fase) a personagem mostrou que finalmente não depende mais de ninguém.

Ao revelar que era gay, a personagem é renegada pelo pai e vaga sem rumo por um tempo. Quando tem uma experiência de quase morte, Kate é salva por Batman e encontra nele inspiração para transformar sua própria vida, assumindo dessa forma a persona de Batwoman. A equipe com o roteirista Greg Rucka, J.H. Williams III nos desenhos e Dave Stewart nas cores, conseguiram levar respeito e criativos layouts para nova heroína, além de uma antagonista muito interessante. Batwoman tem como nêmeses Alice, uma maníaca obcecada pelas maravilhas do mundo do crime. O que torna essa relação ainda mais instigante é que Alice, na verdade, é a irmã de Kate, que voltou dos mortos e se encontra totalmente enraizada da Religião do Crime.

Infelizmente nem tudo são flores e a DC Comics não é perfeita. Em uma atitude extremamente conservadora e retrógrada, ela encerrou a série da Batwoman simplesmente porque a equipe criativa queria casar a protagonista com sua parceira de longa data. Lamentável.

1 – Deadpool

O personagem como conhecemos hoje é um mercenário pirado que adora quebrar a quarta parede, possui habilidade fora do comum e um corpo coberto por câncer, estando vivo apenas pelo seu fator de cura. Contudo, ele nem sempre foi assim. Quando Deadpool entrou em cena pela primeira vez em Novos Mutantes, ele não era o tagarela que conhecemos hoje. Wade Wilson ainda era uma arma de matar muito inteligente, mas seu comportamento era bem diferente na época. Ele era mais frio e assustador, não tinha o humor negro do qual nos acostumamos, no começo seus piadas soavam muito mais como ameaças do que aquela piscadinha básica para os leitores.

A reinvenção

Renascido pelas mentes e mãos do roteirista Joe Kelly e do desenhista Ed McGuiness, Deadpool se tornou um personagem muito mais agradável. Vários fatores, incluindo um novo elenco de apoio, piadas essencialmente engraçadas e histórias criativas, contribuíram para o sucesso. Wade Wilson transformou-se em um anti-herói que até tenta fazer o bem, mas não sabe exatamente como agir ou qual caminho certo seguir. Deadpool levou bem menos tempo que Batwoman e Gavião Arqueiro para ganhar uma reinvenção e dado o sucesso que o personagem conseguiu com a adaptação cinematográfica, outra repaginação do tagarela é bem improvável, ao menos não tão cedo.

Então, concordam com a lista? Qual outro personagem que foi tão bem reinventado que merece destaque? Compartilhe sua opinião conosco! Lembrando que não temos a intenção de impor verdade, desrespeitar e nem ofender ninguém. Nosso intuito é apenas de informar, instigar e entreter mentes curiosas.

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