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A carta de suicídio de Kurt Cobain

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No dia 5 de abril de 1994 o mundo se despedia do despenteado vocalista da banda Nirvana, Kurt Cobain. O cantor, segundo o relatório da polícia, foi encontrado morto, no chão de sua casa, em Seatle, nos Estados Unidos; com um ferimento explícito na cabeça.

Não demorou muito até que as autoridades envolvidas no caso e a imprensa começassem a falar em suicídio. E foi assim que ficou o laudo de morte do cantor, que teria se matado com um tiro de espingarda na cabeça, contrariam a frase famosa de sua música “I swear that I don’t have a gun” (Eu juro que não tenho uma arma, em português).

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Mas, nem todo mundo engoliu essa “versão oficial” dos fatos. Muita gente acreditava na hipótese de que a esposa de Kurt, Courtney Love, estivesse envolvida no crime. Aliás, foi sob essas circunstâncias que o famoso detetive das celebridades, como era conhecido Tom Grant; começou a trabalhar nesse caso.

(Clique para ler também: Os músicos de rock, blues e o “Clube dos 27″ – coincidência ou razões sobrenaturais?).

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Em meio a suas investigações na casa do músico, o detetive teria encontrado a suposta carta de despedida de Kurt à Courtney, como você confere abaixo. O detetive teria usado a máquina de fax da casa para fazer uma cópia do bilhete a fim de analisá-lo detalhadamente.

Aliás, depois de estudar o manuscrito, Grant estava certo de que aquele recado se tratava de algo antigo, uma carta escrita pelo cantor à esposa, contando a ela sobre sua intenção de deixá-la e de abandonar de vez o mundo da música. Essa suspeita fez com que o detetive duvidasse do suicídio de Kurt, já que a única referência estranha que a carta continha e que pudesse remeter ao ocorrido eram algumas frases separadas do texto, no final; que pareciam ter sido acrescentadas às pressas.

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Grant, então, fez com que a perícia analisasse a carta deixada pelo cantor, que foi dada como original no relatório oficial. O último bilhete de Kurt, segundo as autoridades de fizeram a análise, foi comparado ao diário do cantor a outras cartas escritas por ele, que seguiam o mesmo padrão.

Mesmo assim, o detetive que estava no caso – antes de se calar sobre os fatos – alegou que o relatório oficial do crime não distinguia as linhas que ele chamou de “questionáveis” das outras. Ele acrescentou ainda que o documento teria concluído tudo com base na totalidade do conteúdo do bilhete. Complicado, não?

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Tom Grant, o detetive

Abaixo, você vai poder ler, traduzida, a tão carta de suicídio de Kurt Cobain. Mas, antes de tudo, é preciso fazer algumas “traduções” sobre passagens do manuscrito que faziam sentido apenas para o casal:

1. Boddah era o amigo imaginário que Kurt teve durante sua infância.
2. “É melhor queimar do que se apagar aos poucos” faz referência ao verso “It’s better to burn out than to fade away” da música Hey Hey, My My; de Neil Young.

Leia:

“Para Boddah

Falando como um simplório experiente que obviamente preferiria ser um efeminado, infantil e chorão. Este bilhete deve ser fácil de entender.

Todas as advertências dadas nas aulas de punk rock ao longo dos anos, desde minha primeira introdução a, digamos assim, ética envolvendo independência e o abraçar de sua comunidade, provaram ser verdadeiras. Há muitos anos eu não venho sentindo excitação ao ouvir ou fazer música, bem como ler e escrever. Minha culpa por isso é indescritível em palavras. Por exemplo, quando estou atrás do palco, as luzes se apagam e o ruído ensandecido da multidão começa, nada me afetava do jeito que afetava Freddie Mercury, que costumava amar, se deliciar com o amor e a adoração da multidão – o que é uma coisa que admiro e invejo totalmente.

O fato é que não consigo enganar vocês, nenhum de vocês. Simplesmente não é justo para vocês e para mim. O pior crime que posso imaginar seria enganar as pessoas sendo falso e fingindo que estou me divertindo cem por cento. Às vezes acho que eu deveria acionar um despertador antes de entrar no palco. Tentei tudo que está em meus poderes para gostar disso (e eu gosto, Deus, acreditem-me, eu gosto, mas não o suficiente). Me agrada o fato de que eu e nós atingimos e divertimos uma porção de gente. Devo ser um daqueles narcisistas que só dão valor às coisas depois que elas se vão. Eu sou sensível demais. Preciso ficar um pouco dormente para ter de volta o entusiasmo que eu tinha quando criança.

Em nossas últimas três turnês, tive um reconhecimento por parte de todas as pessoas que conheci pessoalmente e dos fãs de nossa música, mas ainda não consigo superar a frustração, a culpa e a empatia que tenho por todos. Existe o bom em todos nós e acho que eu simplesmente amo as pessoas demais, tanto que chego a me sentir mal. O triste, sensível, insatisfeito, pisciano, pequeno homem de Jesus. Por que você simplesmente não aproveita? Eu não sei! Tenho uma esposa que é uma deusa, que transpira ambição e empatia, e uma filha que me lembra demais como eu costumava ser, cheia de amor e alegria, beijando todo mundo que encontra porque todo mundo é bom e não vai fazer mal a ela. Isto me aterroriza a ponto de eu mal conseguir funcionar. Não posso suportar a ideia de Frances se tornando o triste, autodestrutivo e mórbido roqueiro que eu virei.

Eu tive muito, muito mesmo, e sou grato por isso, mas desde os sete anos de idade passei a ter ódio de todos os humanos em geral. Apenas porque parece muito fácil se relacionar e ter empatia. Apenas porque eu amo e sinto demais por todas as pessoas, eu acho. Obrigado do fundo de meu nauseado estômago queimando por suas cartas e sua preocupação ao longo dos anos. Eu sou mesmo um bebê errático e triste! Não tenho mais paixão, então lembrem-se, é melhor queimar do que se apagar aos poucos. Paz, Amor, Empatia.

Kurt Cobain

Frances e Courtney, estarei em seu altar. Por favor, vá em frente, Courtney, por Frances. Pela vida dela, que vai ser bem mais feliz sem mim.

EU TE AMO, EU TE AMO!”

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