Afinal, panelas antiaderentes fazem mal para saúde?

Panelas antiaderentes podem acabar com nosso medo de não conseguir tirar o ovo frito da frigideira e colocá-lo em um prato. Mas para muitos, esse mesmo revestimento liso – geralmente feito de um grupo de produtos químicos sintéticos chamados PFAS (substâncias perfluoroalquil e polifluoroalquil) – levanta preocupações sobre seu impacto potencial na saúde e no meio ambiente.

Retardantes de chamas e resistentes à água, os PFAS tornaram-se onipresentes na fabricação desde que foram introduzidos em 1946. Assim, atualmente, existem mais de 600 tipos exclusivos desses produtos químicos usados para fabricar de tudo, desde roupas resistentes à água e vernizes para madeira até utensílios de cozinha e embalagens de alimentos de conveniência.

Desse modo, os PFAS são “produtos químicos eternos” que podem viajar pelo ar e pela água e se acumular no meio ambiente ou no corpo humano por anos. Em 2002, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos começou a desencorajar o uso de um dos principais PFAS – PFOS – e depois expandiu-o para incluir outro tipo, chamado PFOA, com base em evidências sugerindo que eles podem ser tóxicos para os seres humanos.

Além disso, nas últimas duas décadas, pesquisas ligaram a exposição a PFOS e PFOA, especificamente, com baixo peso ao nascer, problemas de fertilidade, menor eficácia da vacina e alguns tipos de câncer, entre outros problemas de saúde, como colesterol alto.

Em resposta, as empresas desenvolveram PFAS de próxima geração que são supostamente mais seguros do que seus antecessores. No entanto, aqueles que os estudam, como Tamara Tal, pesquisadora de toxicologia do Centro Helmholtz de Pesquisa Ambiental – UFZ, na Alemanha, dizem que eles ainda podem ser prejudiciais à saúde humana.

Panelas antiaderentes são seguras?

Reprodução/Casa e Jardim

A boa notícia é que é improvável que você obtenha níveis tóxicos de exposição através de panelas antiaderentes, diz Suzanne Fenton, Ph.D., endocrinologista reprodutiva do Programa Nacional de Toxicologia. Dito isso, a grande maioria dos PFAS não é bem estudada e há regulamentações limitadas que regem como esses produtos químicos são incorporados aos bens de consumo.

Por exemplo, um relatório de 2020, da organização ambiental sem fins lucrativos O Centro de Ecologia, encontrou PFAS nos revestimentos de 11 das 14 marcas populares de panelas antiaderentes testadas. E aqueles com alegações como “livre de PFOA” não estavam livres de todos os tipos de PFAS.

Como escolher panelas mais seguras

Embora a maioria das pesquisas sobre PFAS e saúde humana se concentre na água potável poluída da fabricação, qualquer coisa que você possa fazer para diminuir sua exposição é uma boa ideia. Para evitar esses produtos químicos em suas panelas e assadeiras, use ferro fundido, cerâmica, aço inoxidável e vidro, diz Tal, que os usa em sua própria cozinha. Além disso, uma frigideira de ferro fundido bem preparada é praticamente antiaderente.

Dito isso, pode haver momentos em que você queira fritar um ovo em uma panela antiaderente – como Fenton. A chave, diz ela, é optar por produtos com fabricação em locais com regulamentos seguros sobre PFAS, que variam muito em todo o mundo, e seguir as instruções de cuidados do fabricante.

A exposição mais provável ao PFAS de panelas antiaderentes, acrescenta Fenton, é de resíduos em uma frigideira nova ou quando o revestimento fica arranhado, desgastado ou aquecido a uma temperatura mais alta do que a recomendada. Então, lave a panela assim que a levar para casa e evite cozinhar em fogo médio-alto.

Use utensílios de madeira ou silicone. Os PFCs podem ser desalojados se o revestimento antiaderente for arranhado. É por isso que é importante usar apenas utensílios de madeira ou silicone em suas panelas antiaderentes. Por fim, opte por lavar as panelas antiaderentes à mão. Isso porque máquinas de lavar aquecem e estimulam a liberação de PFCs.

Fonte: Tramontina