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Algum animal pode viver sem oxigênio?

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O oxigênio é o elemento da vida, sendo responsável por nosso processo de respiração. Ou seja, ele é essencial à nossa vida, afinal não conseguiríamos sobreviver sem respirar. A maioria de nós, seres humanos, podemos ficar sem oxigênio por aproximadamente meio minuto, até o nosso corpo exigir respirar este gás. Algumas pessoas conseguem um pouco mais que isso. O recorde mundial da pessoa que ficou mais tempo sem respirar pertence ao mergulhador alemão Tom Sietas. O homem conseguiu ficar 22 minutos e 22 segundos debaixo da água, sem respirar.

A grande maioria dos seres vivos necessita do oxigênio, que está diretamente envolvido no clico energético dos mesmos. Mas a pergunta que fica é: existe algum animal que pode viver sem oxigênio? Aparentemente sim.

O animal

Em 2010, um grupo de cientistas encontrou, no fundo do Mar Mediterrâneo, evidências de um animal que é capaz de viver toda a sua vida sem oxigênio. Essa descoberta trouxe uma grande novidade para os livros de biologia. Nenhuma outra espécie animal entre as milhares conhecidas consegue sobreviver na ausência desse gás.

Independente da forma física, o oxigênio é considerado vital para a vida animal. Então, a existência dessas criaturas, pode representar um furo nessa teoria. Essa descoberta pode trazer um novo entendimento sobre a vida na Terra.

Os animais mediterrâneos, encontrados em um dos ambientes mais extremos da Terra, pertencem a um grupo chamado loriciferas. Essa categoria de animais é tão incomum que só foi descoberta na década de 1980.

Os loriciferas são do tamanho de uma ameba grande, mas não maior do que um décimo de milímetro. Seu habitat natural é formado por sedimentos lamacentos no fundo do mar. Teoricamente, essa lama deveria conter algum oxigênio para possibilitar a respiração dos animais. Porém, a lama na Bacia Atalante no fundo do Mediterrâneo, onde foram encontrados, não tem nenhum vestígio do elemento.

Roberto Danovaro, da Universidade Politécnica de Marche, na Itália, e sua equipe analisaram as profundidades da Atalante por uma década. A Bacia de Atalante fica a 3,5 km abaixo da superfície. A parte interna é totalmente destituída de oxigênio, devido os depósitos antigos de sal enterrados a baixo do solo do mar. Ao se dissolver no oceano, esse sal deixa a água ainda mais densa e salgada.

Essa água não se mistura com o solo abaixo dela, que geralmente é rico em oxigênio, e fica presa em pedaços de solo marinho. A água sem oxigênio está lá há mais de 50 mil anos.

A descoberta

Justamente pelo fato da lama no fundo da Bacia de Atalante ser totalmente livre de oxigênio, os cientistas não esperavam encontrar “formas de vida evoluídas” vivendo lá. Ao encontrar três novas espécies de loriciferas, que aparentemente vivem naquela lama, os pesquisadores ficaram surpresos. “Quando os vimos pela primeira vez não conseguimos acreditar”, disse Danovaro.

A maior surpresa foi o fato de que essas criaturas minúsculas conseguiam viver completamente sem oxigênio. “Nós sabíamos que alguns animais, como as tênias, nematódeos parasitas, conseguem viver partes de suas vidas sem oxigênio, vivendo no intestino”, diz Danovaro. “No entanto, elas não passam seu ciclo de vida inteiro assim. Nossa descoberta contesta todos os pensamentos e suposições sobre o metabolismo dos animais”.

Então a resposta é sim, pelo menos até o momento, existe apenas uma única espécie de animal que conseguir viver sem oxigênio.

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