Um caso de crime cibernético no colégio Santo Agostinho, na Barra da Tijuca, chocou a internet, e as investigações avançam.
Os responsáveis pelos alunos matriculados na unidade receberam, na quarta-feira (1º), uma comunicação da administração da escola.
O comunicado trata do uso de ferramentas de inteligência artificial pelos estudantes para criar montagens de fotos das alunas da instituição.
A Polícia Civil foi acionada, e o incidente está sob investigação na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
A circular, que está sendo compartilhada em grupos de pais, alunos e ex-alunos nas redes sociais, expressa pesar pelo fato de uma “ferramenta concebida para resolver problemas e apoiar a vida moderna” ter sido empregada de maneira inadequada.
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No comunicado, Frei Nicolás Peralta, diretor da escola, assegura que a instituição está à disposição das famílias das alunas afetadas pelas montagens. Além disso, forneceram orientações jurídicas aos pais.
O diretor também afirma que o colégio adotará medidas disciplinares apropriadas no âmbito escolar e destaca a atuação preventiva da instituição.
Ele faz um apelo aos pais para que monitorem a presença virtual de seus filhos.
Apuração no colégio Santo Agostinho
Conforme informado pela Polícia Civil em nota, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) iniciou um procedimento para apurar os acontecimentos.
Eles ouvirão os envolvidos, e diligências continuarão para identificar os responsáveis pelo crime e esclarecer o caso.
O delegado Marcus Vinícius Braga, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), confirmou que foram criadas imagens íntimas com o uso de inteligência artificial, e os suspeitos são estudantes do Colégio Santo Agostinho.
Em entrevista, ele informou que mais de 20 vítimas já foram identificadas, incluindo adolescentes que são alunas e não alunas da instituição.
As investigações começaram na sexta-feira, e a delegacia está atualmente ouvindo os envolvidos para aprofundar a apuração.
A mídia procurou o Colégio Santo Agostinho para obter comentários, mas até a publicação desta reportagem, não houve retorno.
Crime
Poucas pessoas reconhecem a situação, mas esse caso já se configura como criminoso, mesmo usando ferramentas tão recentes como inteligência artificial.
Ele envolve a criação e disseminação não autorizada de imagens íntimas, além de difamação e exposição de menores de idade.
Além disso, o uso indevido de inteligência artificial para criar essas imagens pode agravar a situação, implicando possíveis violações de privacidade e segurança.
A Polícia Civil está investigando o incidente, e dependendo das conclusões da investigação, os responsáveis podem enfrentar acusações criminais, como invasão de privacidade e outros delitos relacionados.
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Além disso, existem outras problemáticas envolvidas nesse sentido, especialmente por ser uma escola de jovens. Conforme as declarações não-oficiais, os acusados acreditavam que não seriam pegos.
Isso porque se trata de alunos com boa posição social, dinheiro e privilégios, expondo as alunas e ex-alunas de maneira íntima e vergonhosa.
Os pais das alunas entraram com diversos recursos, e as fotos estão sendo apagadas, mas é difícil controlar a disseminação do conteúdo na internet. Por isso, fazem apelos para que as pessoas que receptarem também excluam.
Com o avanço da inteligência artificial, tornou-se cada vez mais importante a vigilância e implementação de leis associadas à tecnologia. Nos últimos anos, o Brasil implementou normas contra crimes digitais, inclusive abuso e exposição.
Contudo, a ocorrência com inteligência artificial deixa o caso mais difícil, pois não são, realmente, as meninas. Por outro lado, utiliza seus rostos e difama sua imagem social.
Dessa forma, é preciso um acompanhamento de perto das autoridades para entender qual a melhor punição e, principalmente, como evitar que situações como essa, do colégio Santo Agostinho, aconteçam novamente.
Fonte: CNN
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