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Animais de estimação parecem retardar o declínio cognitivo em idosos que moram sozinhos

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Nada é mais agradável do que os nossos queridos e fiéis animais de estimação. Dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem. Mas pode-se discordar desde que a pessoa tenha outro amiguinho em casa. O fato é que ter um pet pode ser uma proteção contra o declínio mental que pode ser um prelúdio da demência nas pessoas mais velhas e que vivem sozinhas.

Essa descoberta foi feita através de um estudo do Reino Unido com praticamente oito mil pessoa. As conclusões reunidas por ele se unem às evidências que já existem nos EUA sobre como ter animais de estimação pode ajudar a atenuar os efeitos do envelhecimento cerebral nas pessoas com mais de 65 anos que moram sozinhas.

A descoberta é importante porque a solidão e a demência são problemas globais que estão crescendo. Para se ter uma ideia, é estimado que o número de pessoas com demência no mundo todo irá aumentar dos 57 milhões vistos em 201 para entre 130 e 175 milhões em 2050. E no caso da solidão, ela também tem aumentado no mundo todo e é relacionada com um risco maior de desenvolver demência na velhice.

Então, para as pessoas com mais de 65 anos que não conseguem sair de casa, ter animais de estimação pode dar a elas uma estrutura para o dia a dia e um companheirismo que as manterá ativas fisicamente, falantes e com relações com vizinhos que também vivam sozinhos e tenham um pet.

Isso pode ter sido sentido por várias pessoas durante a pandemia. E vários estudos mostram que os animais de estimação, seja do tipo que forem, podem fazer com que as pessoas se sintam mais conectadas.

Animais de estimação e idosos

UOL

No entanto, até onde ter animais de estimação pode contrabalançar a queda na capacidade mental nos idosos que vivem sozinhos não foi bastante estudado. Então, Yanzhi Li, pesquisador de saúde pública da Universidade Sun Yat-sen, na China, e seus colegas fizeram a análise de dados de 7.945 pessoas do Estudo Longitudinal Inglês do Envelhecimento (ELSA), que é um estudo em andamento com pessoas que moram no Reino Unido e têm mais de 50 anos.

Os dados sobre ter animais de estimação foram coletados entre junho de 2010 e julho de 2011. Além disso, os pesquisadores acompanharam as pontuações das funções cognitivas das pessoas até julho de 2019.

Como resultado foi visto que comparados com os idosos que vivem totalmente sozinhos, os que têm seus animais de estimação tinham taxas mais lentas de declínio cognitivo nas três áreas principais. São elas: cognição verbal, memória verbal e fluência verbal.

No caso de idosos que moravam com outras pessoas, os animais de estimação não fizeram diferença. Contudo, para os que viviam sozinhos, ter um pet “compensou completamente” os efeitos que são conhecidos por viver sozinho como na memória verbal e na fluência.

“Nossos resultados fornecem evidências mais fortes e percepções mais diferenciadas sobre os benefícios de ter animais de estimação na memória verbal e na fluência verbal entre adultos mais velhos que vivem sozinhos”, escreveram os pesquisadores.

Observações

MetLife

Entretanto, Li e seus colegas reconhecem que a cognição tem mais fatores do que somente processar, entender e lembrar de palavras e falar fluentemente. Por isso que outros fatores como atenção, raciocínio, velocidade de processamento, memória episódica e precisão, além de outros da função cognitiva, poderiam ser analisados em estudos futuros com idosos que têm e não têm animais de estimação.

Outro ponto a ser analisado é que, nesse caso, a maioria dos participantes eram brancos. Por isso que uma amostragem maior com outras etnias é necessária para ver se outros grupos também têm o mesmo benefício com os pets.

Além disso, esse estudo também não fez o registro a respeito de quanto tempo as pessoas tinham seus animais de estimação. Por conta disso é difícil saber se ter um animal recente poderia retardar o declínio mental da mesma maneira que um companheiro de anos.

Assim como em todo estudo observacional, esses resultados somente sugerem essa relação entre ter animais de estimação e a função cognitiva e não dá nenhum tipo de evidência direta, como estudos clínicos dariam.

“Se os ensaios clínicos randomizados confirmarem as nossas descobertas, ter animais de estimação pode ajudar a retardar o declínio cognitivo e a prevenir a demência”, concluíram os pesquisadores.

Fonte: Science alert

Imagens: UOL, MetLife

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