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‘Sacolé com bala’ viraliza no carnaval do Rio. Saiba por que você não deve experimentar

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Os brasileiros gostam de celebrar a vida e as tradições, e uma das mais conhecidas, até internacionalmente, é o carnaval, uma festa cheia de cores, ritmos e que honra várias tradições. Contudo, essa festividade tem o costume de trazer novidades para as ruas com o intuito de animar ainda mais a folia. Esse ano é o “sacolé com bala”, ou MD, mas a ingestão dessa droga pode ser bem perigosa.

Para quem não sabe, bala é o nome popular da droga MDMA. No mês passado, um post sobre o “sacolé com bala” viralizou no Twitter. De acordo com os presentes, ele foi vendido em um ensaio de um bloco no Aterro do Flamengo, na zona sul. O casal que estava vendendo esse produto tinha uma placa anunciando os sacolés com vodka, por R$ 30, e também o sacolé com bala.

“Eu soube porque eles estavam falando: ‘sacolé com bala’. Aí questionei: ‘Bala? Que bala?’ Pensei: mentira. Deixa eu tirar uma foto. Foi tudo muito rápido. Não comprei, mas um conhecido meu comprou”, disse Tiago Ribeiro, ator e jornalista, que fez a foto do sacolé e compartilhou no Twitter.

De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, “esse tipo de material em redes sociais deve tornar-se objeto para procedimento investigativo”. Ainda conforme ela e a Prefeitura do Rio, não foi feita nenhuma ocorrência a respeito da comercialização da droga na região.

Riscos

Terra

Por mais que pareça uma coisa “legal” para ser feita no carnaval, tomar esse sacolé com bala traz vários riscos para a saúde. De acordo com Mariana Sgarbi, médica psiquiatra e professora da Faculdade Souza Marques, misturar droga, álcool e o calor intenso é bem perigoso.

No caso, o MDMA é uma droga sintética derivada das anfetaminas, que estimulam o sistema nervoso central. Então, elas agem amentando a liberação de neurotransmissores, como a dopamina, serotonina e noradrenalina, que são responsáveis pelos sentimentos de bem-estar, satisfação e aumento da energia do organismo.

“O principal efeito do MDMA é a euforia, que atinge seu pico cerca de uma hora após o consumo da droga. Também são frequentes efeitos como agitação motora, desinibição social, perda de apetite, redução do sono e aumento da libido”, explicou Mariana.

Quando a droga é consumida junto com o sacolé, isso pode disfarçar os efeitos dela em um primeiro momento, o que faz com que as pessoas corram um maior risco de intoxicação.

“O uso habitual da droga é feito por meio de comprimido ou pela forma macerada dele. Entretanto, tem sido frequente sua mistura em bebidas, picolés, sorvetes e sacolés, que são grandes atrativos diante do calor. Desta forma, há menos controle da quantidade ingerida. O MDMA pode ser consumido em quantidades maiores e sem a percepção real do usuário, levando à intoxicação de forma mais rápida”, disse a médica psiquiatra.

Além disso, um outro risco do consumo do sacolé com bala é baixar a concentração de sódio no sangue. Isso é um dos efeitos causados pela intoxicação de grandes quantidades da droga e pode levar a convulsões, confusão mental, edema cerebral e até a morte.

“Como qualquer substância que altera a química dos neurotransmissores, o MD pode causar vício, principalmente se usado com frequência. Seu uso frequente também pode causar redução de liberação de alguns neurotransmissores, o que aumenta a chance de desenvolver quadros como ansiedade e depressão”, concluiu Mariana.

Droga

Canaltech

As experiências com drogas psicodélicas podem ser boas ou ruins, assustadoras e desconfortáveis, mas elas são um ramo crescente de pesquisa. E no fim das contas, elas podem trazer bons resultados.

De acordo com um teste clínico feito em humanos, foi possível alcançar resultados estatisticamente bem significativos, além de terem tido uma taxa de segurança excelente, demonstrando, assim, que a terapia psicodélica assistida com MDMA pode ser um tratamento eficaz para transtorno de estresse pós-traumático grave e crônico (TEPT). Esse novo estudo é mais uma onda da redescoberta do potencial terapêutico de outros psicodélicos, como por exemplo LSD e cogumelos mágicos.

Depois do fim do ensaio randomizado, fase 3, que foi feito pela Associação Multidisciplinar sem fins lucrativos de Estudos Psicodélicos (MAPS), 67% dos participantes que fizeram três sessões de terapia assistida pela droga já não eram diagnosticados com TEPT. E 88% deles tiveram uma diminuição significativa, clinicamente, em seus sintomas.

O estudo tratou ao todo 90 pacientes com TEPT grave e crônico de qualquer duração com uma duração média de 14 anos. E eles replicaram os resultados bem sucedidos dos ensaios da Fase 2.

Dentre os participantes do estudo estavam pessoas com TEPT causado por eventos relacionados ao combate, como por exemplo acidentes, abusos e abusos sexuais. E de todos os participantes, 84% tinham um histórico de trauma infantil.

“Embora muitas formas de terapia com TEPT envolvam recordar traumas anteriores, a capacidade única do MDMA de aumentar a compaixão e a compreensão, ao mesmo tempo em que absorve o medo, é provavelmente o que permite que seja tão eficaz”, disse Jennifer Mitchell, Ph.D., principal autora.

A conclusão de eficácia da terapia com MDMA se baseou na mudança da linha de base em uma entrevista clínica avaliada de forma independente a respeito da gravidade do TEPT depois de 18 semanas.

Os pesquisadores também mediram a variação média do comportamento funcional no trabalho ou escola, na vida social e na vida familiar. Dentre os participantes que fizeram a terapia assistida com MDMA, 88% deles tiveram uma diminuição significativa dos sintomas em comparação com 60% do grupo do placebo.

Agora, o MAPS planeja fazer outros estudos para explorar mais o potencial desse tipo de tratamento para outras condições de saúde mental. No entanto, eles sempre ressaltam que essa terapia experimental “requer o cenário adequado para realmente orientar mudanças e recuperação”.

Fonte: UOL

Imagens: Terra, Canaltech

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