Curiosidades

Aparentemente você engorda por conta de seu melhor amigo

0

O aumento dos casos de obesidade é substancial ao longo dos últimos 30 anos. Para entender os fatores envolvidos, os pesquisadores Nicholas A. Cristakis e James H. Fowler realizaram uma análise quantitativa para identificar a natureza e extensão da problemática. E você sabe o que eles descobriram? Usando modelos estatísticos longitudinais, foi constatado que o ganho de peso em uma pessoa tem relação ao ganho de peso de seus amigos, irmãos, cônjuge e vizinhos. Está tudo conectado, como um “rede social”. Aparentemente, você engorda por conta de seu melhor amigo – e pelo seu irmão também. E pelo seu namorado. E pelos seus vizinhos. Enfim, a lista é longa.

Segundo estudo publicado pelo New England Journal of Medicine, a obesidade responde a um padrão de “contágio social”. Essa ideia foi postulada por dois pesquisadores, Nicholas A. Christakis e James H. Fowler, que analisam a tendência de repetir comportamentos entre pessoas pertencentes ao mesmo círculo de convivência.

A pesquisa

No total, 12.067 pessoas de uma mesma “rede de conexão” foram avaliadas entre 1971 a 2003 como parte do “Framingham Heart Study”. Os pesquisadores criaram um mapa com pontos e linhas representando conexões entre as pessoas envolvidas. Foi então que mostraram graficamente que, quando um “ponto” se tornava maior, isto é, quando determinada pessoa engordava, os “pontos” ao redor também o faziam. O fenômeno é similar aos contágios.

O mapa mostrou que existe uma alta probabilidade de ser biologicamente influenciado se você tem amigos próximos que estão ganhando peso – especificamente uma chance de 58%. Se o seu parceiro é quem está aumentando a massa corporal, essa porcentagem cai para 38%. Então sim, você engorda por conta de seu melhor amigo. Ao menos é o que a pesquisa indica como um dos fatores de influência.

Essas informações foram derivadas de folhas de rastreamento, manuscritas e arquivadas, que foram usadas desde 1971 para identificar pessoas próximas aos participantes do estudo. Essas fichas contêm informações valiosas, anteriormente não utilizadas, sobre redes de conexão porque identificam de forma sistemática e abrangente os parentes e amigos.

As planilhas de rastreamento fornecem informações completas sobre todos os parentes de primeira ordem (pais, cônjuges, irmãos e filhos), estejam eles vivos ou mortos, e pelo menos um “amigo íntimo” em cada um dos sete exames realizados entre 1971 e 2003.

Conexão social

Fenômenos de conexão social” parecem ser relevantes para o traço biológico e comportamental da obesidade, e a obesidade parece se espalhar através destes laços sociais. Esses achados têm implicações para intervenções clínicas e de saúde pública.

Para os autores desta pesquisa, a distância social é mais relevante do que a distância geográfica. Eles mostraram que, se os laços sociais são fortes, mesmo que a pessoa esteja a quilômetros de distância de outra pessoa com obesidade, ela tem o mesmo percentual de risco como se morasse próxima.

Naturalmente, a massa corporal não é obtida apenas observando a outra pessoa ganhar peso. A causa reside em hábitos de consumo, circunstâncias médicas, genéticas e ambientais, e até políticas alimentares. Este estudo é apenas uma indicação do motivo pelo qual deixamos de prestar atenção ao nosso corpo e às suas necessidades. Ou seja, ele interliga as influências do meio como agravantes do processo. De toda maneira, cada caso é um caso.

Entenda a obesidade

A obesidade consiste no acúmulo de gordura corporal e pode acarretar graves problemas de saúde. Em casos extremos, até a morte pode ser uma consequência. Segundo dados do IBGE, o Brasil tem cerca de 27 milhões de pessoas consideradas obesas. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante pode chegar a quase 75 milhões.

A problemática é fator de risco para uma série de doenças. O obeso tem mais propensão a desenvolver problemas como hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Além disso, há maior incidência de problemas físicos como artrose, pedra na vesícula, artrite, cansaço e refluxo esofágico.

Trisal de águias está intrigando cientistas

Artigo anterior

E se todos os vulcões da Terra entrassem em erupção de uma só vez?

Próximo artigo

Comentários

Comentários não permitido