Cobras não são os animais mais amados pelas pessoas. Algumas acham elas simpáticas mas a maioria tem pavor. E o pior é que elas podem aparecer em lugares que, teoricamente, elas não tinham que estar, como por exemplo, nesse caso em Jaraguá do Sul, no norte catarinense.
O caso aconteceu na segunda-feira dessa semana quando uma jararaca foi capturada em uma loja. A cobra estava embaixo de um contêiner e foi resgatada por biólogos da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama).
Por conta da posição em que a cobra se encontrava, o biólogo Christian Raboch usou a própria mão para contê-la durante o resgate. De acordo com ele, a jararaca tinha aproximadamente 80 centímetros de comprimento.
Resgate
“É mais arriscado, mas diminui as chances do animal fugir. Importante salientar que isso não deve ser repetido em casa. Uma pegada errada ali e ela poderia me picar “, disse ele.
A cobra em questão é a jararaca (bothrops jararaca), uma cobra venenosa que se alimenta de ratos e pode aparecer perto de casas justamente para se alimentar. O animal que foi resgatado essa semana media quase um metro, o que é considerado grande para essa espécie.
O que fazer se for picado?
Ninguém quer ser picado por uma cobra, mas isso pode acontecer. Caso isso aconteça, não se deve amarrar o local onde foi picado. De acordo com o biólogo Christian Lempek, fazer isso pode aumentar o risco de necrosar a região e ter que amputá-la. Além disso, também não se deve cortar, fazer perfuração ou sucção no local.
O que se deve fazer é lavar o local da picada com água e sabão e levar a vítima o mais rápido possível para um hospital. E também é importante tentar identificar qual foi a cobra que deu a picada, pode ser com uma foto, por exemplo. Isso é importante porque facilitará no momento da escolha do soro antiofídico a ser aplicado.
Para onde ligar?
Se alguém for picado, entre em contato com os Bombeiros (193) ou com a Polícia Ambiental da sua cidade (190). Além deles, também é possível entrar em contato com o Samu (192), os Bombeiros (193) ou então ir ao hospital público mais próximo.
Cobras mais venenosas
Se encontrar uma cobra em casa ou no local de trabalho é uma coisa que você tem pavor, você não ficará satisfeito em saber que no Brasil as cobras venenosas são distribuídas em 61 espécies. Elas são divididas em duas famílias: Elapidae e Viaperidae. E para classificá-las não é uma tarefa fácil. É preciso um grande conhecimento das espécies e suas singularidades.
Dentre todas essas espécies existem as que são mais venenosas. Uma delas é a coral verdadeira. Ela é uma cobra de pequeno porte, caracterizada pela sua aparência colorida. Ela possui um tipo de veneno neurotóxico que atinge o sistema nervoso, causando dificuldades respiratórias e prejudicando o funcionamento do diafragma.
A cascavel é outra cobra bastante venenosa. Todo mundo sabe que se trata de uma cascavel por conta do seu inconfundível chocalho. Ela geralmente fez de seu habitat áreas abertas, como campos e cerrados. Seu veneno é tão perigoso que pode causar visão dupla e pode paralisar os músculos.
Já a surucucu pico-de-jaca tem fama de ser uma das mais venenosas de toda a América do Sul. O veneno da surucucu pico-de-jaca é neurotóxico e pode levar a vítima a sofrer queda de pressão arterial, dor local e edema. Também surgem sintomas como redução da frequência cardíaca, insuficiência renal, vômito, diarreia e necrose no local da picada. É um veneno perigoso e letal.
Claro que a jararaca também figura entre as cobras mais venenosas do país. Justamente por isso que o biólogo ressaltou o perigo de imobilizar o animal com a mão. O veneno dela atua de forma proteolótica, causando sintomas como: náusea, vômitos, hematoma local, falência dos rins e hemorragia intracraniana. O soro usado para tratamento é o Botrópico.
Uma outra variação dela é a jararaca de alcatrazes. A primeira vez que essa cobra foi vista foi em uma ilha de nome Alcatrazes, no literal de São Paulo. Seu veneno é bastante similar ao da jararaca. As jararacas de alcatrazes são extremamente venenosas e perigosas à saúde humana. E, segundo outros pesquisadores, devido à degradação do seu habitat natural, elas estão correndo sérios riscos de extinção.
Fonte: G1
Imagens: G1, Canal tech
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