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Britânica rejeita transplante de mãos por órgãos serem de uma pessoa negra

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O avanço da medicina possibilitou que várias coisas, antes pensadas como impossíveis, pudessem se realizar, como por exemplo, um transplante de mãos. Contudo, mesmo que a medicina avance, a mentalidade de algumas pessoas ainda parece estar presa no passado, e isso acaba fazendo com que a vida delas fique ainda mais difícil.

Isso aconteceu com uma mulher britânica de 61 anos que estava na fila esperando por um transplante duplo de mãos. Ela já estava na fila há cerca de seis anos, e mesmo assim, quando foi contemplada com os órgãos, ela os rejeitou. No caso, Kim Smith não quis fazer o seu procedimento depois que descobriu que as mãos eram doadas de uma pessoa negra e de um homem.

De acordo com o The Independent, por conta dessa desistência, Smith foi informada de que irá ter que esperar bem mais para fazer o transplante se ela só quiser aceitar doadoras mulheres.

Rejeição

Bons fluidos

“Quero que sejam mãos pequenas. Antes das amputações, eu tinha 1,52 metros. Tinha mãos pequenas”, explicou ela.

O médico que é responsável pelo caso de Smith disse que entende esse pensamento dela. “Todos nós variamos enormemente na medida em que aceitamos mudanças em relação à nossa própria aparência natural. Se as mãos transplantadas não forem aceites pelo receptor, existe um grande potencial de rejeição psicológica que leva ao não cumprimento da medicação imunossupressora e, por conseguinte, à rejeição imunológica”, disse.

Transplante

The Times

Essa mulher pode ter rejeitado os órgãos recebidos, mas ao contrário dela, outras pessoas já fizeram esse procedimento, como por exemplo, o escocês Steven Gallagher.

Ele fez o transplante duplo de mãos ano passado. E mesmo esse procedimento sendo uma coisa pioneira e arriscada, o homem estava sem dor e sentindo que tem uma nova vida somente cinco meses depois da cirurgia. O motivo pelo qual o homem de 48 anos precisou do transplante foi porque ele desenvolveu uma erupção incomum nas bochechas e no nariz há 13 anos. Além disso, ele também sentia dores em seu braço direito.

A princípio, os médicos pensaram que era lúpus e, depois, síndrome do túnel do carpo. Tanto é que Steven chegou a ser operado com base nesse diagnóstico. No entanto, quando a dor voltou nos dois braços, ele foi encaminhado para um especialista. Foi então que o homem foi diagnosticado com esclerodermia. Ela é uma doença autoimune que causa cicatrizes na pele e nos órgãos internos.

“Minhas mãos começaram a se fechar, chegou ao ponto em que eram basicamente dois punhos, minhas mãos ficaram inutilizáveis. Eu não podia fazer nada além de levantar coisas com as duas mãos. Eu não conseguia pegar nada, era uma luta para me vestir e coisas assim”, lembrou.

Por conta dessa situação, Steven teve que deixar o seu trabalho na construção civil. Então, ele foi encaminhado ao professor Andrew Hart, cirurgião plástico e de mãos em Glasgow, na Escócia. Foi ele quem sugeriu a possibilidade de um transplante duplo de mãos.

Depois de várias conversas com Hart, Steven foi conversar com Simon Kay, cirurgião plástico consultor do Leeds Teaching Hospitals NHS Trust. Até porque, foi ele quem liderou a primeira operação de transplante duplo de mãos do Reino Unido em 2016. Na conversa, os dois médicos disseram todos os riscos que o transplante poderia ter.

“Eles foram realmente francos e muito abertos sobre o que poderia acontecer, que eu poderia perder minhas mãos completamente. Eles disseram que era improvável, mas era um risco. Minha esposa e eu conversamos sobre isso e concordamos sobre a operação. Eu poderia acabar perdendo minhas mãos de qualquer maneira, então decidimos avisá-los que toparíamos a cirurgia”, contou.

Antes de que o transplante fosse realmente feito, Steven passou por uma avaliação psicológica para garantir que ele estava realmente pronto para a cirurgia.

Acredita-se que Steven seja a primeira pessoa do mundo com sua condição a ter feito esse transplante. A operação durou ao todo 12 horas e contou com uma equipe de 30 profissionais de várias especialidades. O transplante foi feito em dezembro do ano passado em Leeds, na Inglaterra, depois que um doador adequado foi encontrado.

“Depois da operação, acordei e foi bastante surreal. Essas mãos são incríveis, tudo aconteceu muito rápido. No momento em que acordei da operação já conseguia movê-las”, disse Steven.

Fonte: Jornal de Brasília, UOL

Imagens: The Times, Bons fluidos

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