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Caminhada de bilionário infringiu lei espacial de quase 60 anos

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Com o passar do tempo e com os avanços tecnológicos, a ida ao espaço não se limitou mais apenas aos astronautas. Empresas como a SpaceX, Boeing, Virgin Galatic, Blue Origin e SNC têm projetos para fazer o turismo espacial se tornar cada vez mais popular. Tanto que, nos últimos anos, várias pessoas não astronautas conseguiram ir ao espaço. E, recentemente, um bilionário entrou para a história sendo o primeiro civil a fazer uma caminhada espacial.

Esse feito aconteceu na última quinta-feira, quando Jared Isaacman fez sua caminhada na missão Polaris Dawn. Contudo, de acordo com especialistas, a caminhada espacial feita por ele não somente foi um feito histórico como também infringiu uma lei espacial de quase 60 anos.

A missão foi financiada pelo bilionário. Nela, ele caminhou pelo espaço com a engenheira Sarah Gillis, da SpaceX. Um dos objetivos da missão Polaris Dawn era também fazer o teste dos trajes EVA feitos pela SpaceX especialmente para essa missão.

Até o momento, as caminhadas espaciais tinham sido feitas somente por programas espaciais de governos. E por conta da missão Polaris Dawn não ser da NASA, ela não é regulada pelo governo dos EUA. Foi isso que fez com que a caminha espacial de Isaacman se tornasse um ponto de debate a respeito da lei espacial internacional.

Caminhada espacial quebrando lei

The Star

A lei espacial internacional foi um tratado assinado por vários países do mundo, até mesmo o Brasil. Ele foi proposto pela ONU para que a corrida entre EUA e União Soviética fosse regulamentada.

Conforme o Artigo VI desse tratado é especificado que as atividades de entidades não governamentais no espaço sideral “precisam de autorização e supervisão contínua por parte do respectivo Estado Parte do Tratado”.

Tendo ele como base, os EUA deveriam ter feito a supervisão da caminha espacial feita por Isaacman, já que a SpaceX é uma empresa norte-americana.

De acordo com a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA), a lei federal norte-americana não permite que o órgão faça a regulação da segurança de voos espaciais comerciais tripulados. Por conta dessa lacuna legal que a SpaceX é a única responsável pelas atividades feitas durante a caminhada espacial.

Conforme os especialistas, por enquanto, os EUA não tem um risco de receberem sansões pela quebra do tratado. Além disso, por ser a ONU, é bem difícil que a caminha espacial feita pelo bilionário trará alguma medida legal.

No entanto, se o órgão ficar permissivo, isso pode trazer consequências no futuro conforme a exploração espacial comercial vai aumentando. Tendo como resultado as empresas privadas não obedecendo a soberania de nenhum país. Por conta disso que a missão Polaris Dawn pode ser um alerta para uma atualização das leis e tratados que regem o espaço sideral.

Fonte: Gizmodo

Imagens: The Star

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