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China prepara expansão e mudança no formato da sua estação espacial

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Quando pensamos em Estação Espacial, ou em alguma coisa que envolva espaço e missões para fora da Terra o primeiro país que vem em mente é os Estados Unidos. Contudo, a China está investindo muito em seu programa espacial. Não é novidade nenhuma que o país tem se mostrado cada vez mais ambicioso. Tanto que ele segue investindo em seu programa para competir na corrida espacial.

Nesse ponto, no começo de 2019, por exemplo, o país enviou, pela primeira vez na história, uma nave ao hemisfério lunar que nunca pode ser visto daqui da Terra. Agora, nessa semana, a Agência Espacial Tripulada da China (CMSA) fez o anúncio que sua próxima missão de carga para a Estação Espacial Tiangong, a Tianzhou-7, já está preparando para ser lançada no começo de 2024.

Até que essa data chegue, essa espaçonave irá passar por montagem, testes e outras tarefas. E ela já foi transferida para o local de Lançamento de Naves Espaciais de Wenchang, na província de Hainan, no sul da China.

Outro anúncio feito pela CMSA foram os quatro logotipos das suas missões programadas para o ano que vem. Delas, duas são de carga: Tianzhou-7 e Tianzhou-8; e outras duas tripuladas, as Shenzhou-18 e Shenzhou-19.

Expansão

R7

Desde a sua conclusão em 2022, a China começou um plano de 10 anos de aplicação e desenvolvimento da estação espacial. Nesse tempo, o objetivo do país é enviar duas missões tripuladas e entre uma ou duas missões de carga para Tiangong.

De acordo com Lin Xiqiang da CMSA, no futuro a China pretende lançar um modelo de extensão para sua estação. Com isso, Tiangong irá deixar de ter um formato de T, que é feito pelo módulo central Tianhe e os módulos de laboratório Wentian e Mengtian, e passará a ter um formato de cruz.

Essa não é a única mudança que pode acontecer. A estação pode ter mais dois módulos que irão dobrar o tamanho atual.

Logos das próximas missões da China

Kevin James Ng

Como dito, um dos anúncios foram os logos das missões para a estação espacial. Eles fazem referência aos avanços da indústria espacial chinesa.

O logo da Tianzhou-7 mostra uma espaçonave no centro, o que simboliza uma benção para a missão. E a chama que sai da espaçonave forma o número 7.

Para a missão Tianzhou-8, a chama tem a forma de um 8 e as cores azul, amarelo e vermelho. Essas cores representam a inclusão da causa espacial da China, mas também o desenvolvimento harmonioso e diverso da indústria espacial do mundo todo.

Na missão Shenzhou-18, o logo tem a Tiangong no centro para deixar claro e destacado onde a espaçonave irá pousar. E ao fundo tem o número 18.

O logo da missão Shenzhou-19 é composto por um dragão ascendente que é parte da mitologia da China. Além dele, também é possível ver 19 estrelas representando a prosperidade da indústria espacial do país.

Corrida espacial

Folha de São Paulo

Todas as conquistas feitas pelo país, junto com as recentes sondas que ele enviou para a lua e Marte, mostram que a China está correndo uma verdadeira maratona espacial, ao invés de competir em uma corrida com os EUA.

Além disso, em uma das raras visitas que a mídia estrangeira pôde fazer à base de foguetes do país no dia 29 de novembro foi visto que o programa espacial chinês está bastante avançado com relação aos seus objetivos. Na visita, funcionários espaciais chineses de alto escalão deram entrevistas ao The New York Times.

“Acho que é perfeitamente possível que eles possam nos alcançar e nos ultrapassar, com certeza. O progresso que eles fizeram foi impressionante –incrivelmente rápido”, disse a tenente-general Nina Armagno, diretora de estado-maior da Força Espacial dos EUA, numa conferência em Sydney um dia antes do lançamento da Shenzhou 15.

Para se ter uma ideia, o programa espacial chinês começou em 1986, já décadas depois da corrida espacial entre EUA e União Soviética. Nessa época, Deng Xiaoping, então líder supremo da China, aprovou o chamado Projeto 863. Ele era um programa de desenvolvimento de ciência e tecnologia com planos para uma espaçonave tripulada.

Contudo, foi apenas em 1992 que ele começou a ganhar velocidade com o Projeto 921. “O objetivo estabelecido naquela época era concluir a construção da estação espacial chinesa por volta de 2020”, disse Zhou Jianping, designer-chefe do programa espacial tripulado.

Embora no começo as coisas não tenham sido tão boas, com os foguetes explodindo, nos outros anos Pequim acelerou o ritmo. Com isso, empresas dos EUA que estavam buscando uma forma barata de colocar seus satélite no espaço acabaram ajudando a China com relação aos problemas de qualidade dos seus foguetes.

Por conta disso, em 2011, o Congresso dos EUA proibiu que as agências espaciais do país gastassem qualquer quantia em dinheiro para ajudar a China. Isso aconteceu porque os EUA estavam preocupados com o roubo de tecnologia e violações dos direitos humanos.

Além dos EUA, a China também fez uso da experiência da Rússia durante os anos. Isso acontece desde 1958, quando Jiuquan foi inaugurada como sendo uma base militar para o desenvolvimento de seus primeiros mísseis balísticos intercontinentais. Tanto é que a nave que leva as missões da Shenzhou é bem parecida com a Soyuz russa.

Contudo, de acordo com as autoridades chineses, todas as peças da sua nave são fabricadas no país. No entanto, elas reconhecem que foram beneficiadas pela Rússia ao longo desses anos. “O voo espacial tripulado da China também teve muitos intercâmbios com a Rússia no processo de desenvolvimento —100% de localização não significa que não haja intercâmbio ou cooperação”, disse Zhou.

Agora, a China busca seus próprios programas e não fez parceria com a Rússia. Tendo todos esses avanços nos últimos anos, as autoridades do país traçaram quais são os próximos planos do país para os anos que virão.

O país quer que sua estação espacial seja ocupada de forma contínua por, pelo menos, três astronautas, o que irá expandir para seis a bordo no momento da sobreposição de uma semana a cada seis meses quando a troca for feita.

Além disso, esse ano a estação terá um telescópio, o Xuntian, que será lançado de forma separada e irá orbitar as proximidades com o objetivo de pesquisar o espaço em comprimentos de onda ópticos e ultravioleta.

Mesmo enfrentando dificuldades, a China quer manter seus planos espaciais de longo prazo. “Pousar na Lua, pousar em Marte, é um progresso muito significativo no desenvolvimento da civilização humana. Podemos entender e perceber seu valor adicional passo a passo. Mas seu papel no desenvolvimento denossa civilização humana é enorme, então vale a pena nossos esforços —vale a pena lutar por isso”, concluiu Zhou.

Fonte: Olhar digital, Folha de São Paulo

Imagens: R7, Kevin James Ng, Folha de São Paulo

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