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“Chuva de laboratório” existe? Saiba a teoria criada depois do dilúvio em Dubai

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Com o passar dos anos, a temperatura média de todo o mundo tem sofrido altas terríveis e as consequências disso estão sendo vistas. Por exemplo, na última terça-feira aconteceu uma tempestade recorde em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que fez cair uma chuva estimada para o ano todo em somente um dia.

Na visão dos especialistas, o culpado disso foi o aquecimento global. Contudo, também foi bastante especulado a respeito do procedimento chamado “semeadura de nuvens”, que é como se fosse uma chuva criada em laboratório.

Chamada em inglês de cloud seeding, essa semeadura é a geração artificial de chuvas a partir da manipulação de nuvens que já existem. Normalmente, esse processo é feito quando as condições do vento, umidade e poeira não são suficientes para que a precipitação aconteça.

Técnica

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Para quem não sabe, as nuvens são feitas de minúsculos cristais de gelo ou gotículas de água, e são formadas quando o vapor da água esfria na atmosfera. No caso da precipitação, que é a água que cai como chuva ou neve, ela acontece quando as gotículas se condensam e são combinadas com as partículas de poeira, sal ou fumaça. Por conta dessa ligação é criada uma gota ou um floco de neve, que é composto por milhões dessas gotículas, e podem cair da nuvem.

Na semeadura de nuvens, os meteorologistas observam os padrões de precipitação nas nuvens e conseguem identificar quais são adequadas para serem semeadas. Por conta disso é que pode ser dito que a chuva é criada em laboratório.

Com as nuvens escolhidas, drones, pequenos aviões ou helicópteros voam entre elas e liberam partículas de agentes químicos, como por exemplo, iodeto de prata. Por conta disso, o vapor de água tem condições para se condensar de forma mais fácil e se transformar em chuva.

Essa não é uma técnica nova, ela já existe há décadas e os Emirados Árabes a usam para ajudar com seu clima desértico. De acordo com a revista Time Out Dubai, o programa de semear nuvens começou no país no fim da década de 1990 e é responsável pela produção de, no mínimo, 15% de chuva adicional anualmente.

Mesmo que essa técnica já seja implantada há tempos, ainda é difícil determinar qual é o impacto real dessa semeadura das nuvens na chuva. Segundo a CNN, não existem muitos estudos controlados que mostram que essa técnica fez chover de forma relevante.

O que explica a chuva incomum?

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Ainda não existe um consenso para explicar a tempestade vista em Dubai. De acordo com a apuração da agência de notícias Associated Press, esse recorde de chuva pode ter sido acentuado por conta da semeadura de nuvens que teria sido feita bem antes da tempestade.

Contudo, segundo fontes ouvidas pelo The National News, dos Emirados Árabes, esse processo não teria como resultar nas fortes chuvas que caíram no país inteiro. Nessa mesma linha, um porta-voz do Centro Nacional de Meteorologia dos Emirados Árabes reforçou que era impossível relacionar a semeadura de nuvens com a tempestade.

De acordo com os especialistas ouvidos pelo jornal, é claro que mesmo que se a semeadura não tivesse acontecido as chuvas extremas ainda teriam caído no país. Segundo a BBC, especialistas pontuam que focar na semeadura é algo enganoso e que ela pode até ter tido um efeito, mas bem pequeno, sobre a tempestade.

E mesmo que seja difícil atribuir um evento climático às mudanças climáticas, é fato que o aumento das temperaturas do mundo todo está fazendo com que os fenômenos meteorológicos fiquem mais extremos, como no caso da chuva nos Emirados Árabes.

Além disso, a intensidade das chuvas está aumentando no mundo todo conforme o clima esquenta por conta de a atmosfera estar mais quente e retendo mais umidade. “Primeiro, é preciso umidade. Sem ela, não haveria nuvens”, explicou Friederike Otto, professora do Imperial College London.

Especialistas explicaram ao The New York Times que a tempestade foi, provavelmente, resultado de um fenômeno climático regular sobrecarregado pelas mudanças climáticas. “É altamente provável que o aquecimento global tenha desempenhado um papel na intensidade do evento”, disse Janette Lindesay, cientista da Universidade Nacional Australiana.

E a causa principal das chuvas fortes teria sido um sistema de tempestades que passava pela Península Arábica e atravessava o Golfo de Omã. Esse sistema de baixa pressão acabou interagindo com partes de uma corrente de jato, que são ventos fortes que vão de oeste para leste sobre latitudes temperadas no Hemisfério Norte, resultando em chuvas.

Fonte: UOL

Imagens: UOL

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