Viajar é algo que praticamente todos, ou ao menos a maioria das pessoas, gostam. Essa é uma das melhores atividades do mundo. Geralmente, quando alguém planeja uma viagem de férias ou com amigos, os destinos a serem considerados são aqueles tidos como bonitos, interessantes e cheios de atrações. Até porque, quem quer visitar lugares feios? Infelizmente, isso não quer dizer que o mundo não tenha lugares feios ou com algumas características nada atrativas, como no caso da cidade do lixo.
O povo conhecido como Zabbaleen, que quer dizer “homens do lixo” em árabe, tem aproximadamente 70 mil pessoas que vivem da coleta e seleção de lixo no Cairo, no Egito. Eles moram em vários bairros, mas cerca de 30 mil, moram em Manshiyat Naser, na base das colinas de Mokattam. É esse local que é conhecido como cidade do lixo.
Os Zabbaleen se sustentam desde os anos 1940 recolhendo lixo na porta dos moradores do Cairo. Tanto que com o passar do tempo, eles criaram um dos sistemas mais eficientes do mundo, capaz de reciclar até 80% dos resíduos que são coletados.
Cidade do lixo
De acordo com o documentário “Zabbaleen: Cidade do Lixo”, de Artyom Somov e Vitaly Buzuev, feito em 2016, quem recolhe o lixo geralmente são homens acompanhados de crianças. Eles fazem esse trabalho com carroças puxadas por burros e caminhonetes. Depois, eles voltam com os resíduos para a comunidade em Mokattam. Lá, as mulheres da família fazem a separação deles.
O lixo é dividido em 16 tipos categorias principais, como papel, plástico, papelão e latas. E toda triagem é uma coisa demorada, chegando a algo entre 10 e 12 horas por dia. Quando ela termina, o lixo é subclassificado em papel branco, papel amarelo, papel grosso, jornal, papel fino, entre outros. Então, cada material é vendido para as fábricas e empresas.
Contudo, o que diferencia os Zabbaleen de outras pessoas que também fazem a coleta de lixo é que eles investem em equipamentos que conseguem transformar os resíduos em materiais vendáveis, como por exemplo, granuladores de plástico, compactadores de papel, moedores de tecidos, fundições de alumínio e processadores de estanho. Tudo isso faz com que o valor de mercado deles aumente.
Trabalho
“A região tem um odor característico e insuportável, mas muitas famílias vivem lá por gerações e estão acostumados. A polícia não vai, táxi e Uber também se recusam a fazer o trajeto. A comunidade tem suas próprias regras, e a maioria dos moradores é cristão copta, que convive pacificamente com os muçulmanos”, disse a jornalista Evelyn Koch, em seu blog Vida no Egito.
Ainda conforme ela, para visitar a cidade do lixo é necessário uma programação com antecedência para encontrar uma pessoa que esteja disposta a fazer o trajeto.
Fonte: Casa e jardim
Imagens: Casa e jardim