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Cientistas descobrem que ser atingido por raio cria uma assinatura mortal no fundo dos ossos

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Em suma, ser atingido por um raio parece bastante improvável e bem assustador. Até porque, dados numéricos afirmam que, durante um ano inteiro, se tem apenas uma em 700 mil chances de ser atingido por um. E, em toda a sua vida, esse percentual seria de um em três mil. Um raio pode ter uma temperatura cinco vezes maior do que a do Sol. Cerca de 27.760ºC e medir cerca de 1 bilhão de volts.

Aqueles que por acaso foram atingidos por um e conseguiram sobreviver recebem uma marca para se lembrar do momento para o resto de suas vidas. Essa marca se chama figura de Lichtenberg.

Existem casos, mesmo os dados mostrando a improbabilidade disso acontecer. Se sabe que, pelo menos, 4.500 pessoas morrem por conta de raios anualmente. E de acordo com algumas estimativas, esse número pode chegar a dezenas de milhares.

Atingido

O fato é que não se tem dados bons a respeito de morte por eletrocussão natural. Já que muitos casos acontecem em lugares remotos e as evidências desse tipo de morte nem sempre são fáceis de coletar.

Quando um raio atinge uma pessoa várias coisas acontecem no corpo. Eles deixam várias evidências físicas naqueles que sobrevivem. Como por exemplo, danos à pele, marcas de queimadura e traumas em vários órgãos.

No entanto, e se todo o tecido se decompor? Será possível identificar a causa da morte apenas com algum traço perceptível no esqueleto? Um novo estudo disse que sim.

“Nosso trabalho é a primeira pesquisa que identifica marcadores únicos de danos causados ​​por raios nas profundezas do esqueleto humano e nos permite reconhecer os raios quando apenas o osso seco sobrevive”, disse o antropólogo forense Nicholas Bacci, da Wits University na África do Sul.

Raio

Anteriormente, em outros estudos, Bacci e sua equipe tinham identificado esses marcadores únicos em ossos de animais observando uma extensa microfratura e fragmentação da matriz óssea nos ossos de porco que se submeteram a alta corrente de impulso, simulando o choque elétrico de um raio.

No mesmo estudo, essa microfratura também foi vista nos ossos de uma girafa selvagem que tinha morrido por conta de um raio. No entanto, não tinha ficado claro se os esqueletos humanos também teriam essa mesma assinatura.

Agora, graças a cadáveres doados para a ciência se tem a resposta. Os pesquisadores observaram padrões parecidos de microfratura nos ossos humanos.

“O dano causado pelo raio assume a forma de rachaduras que se irradiam do centro das células ósseas ou que saltam irregularmente entre grupos de células. O padrão do trauma é idêntico, embora a microestrutura do osso humano seja diferente do osso animal”, explicou o antropólogo forense Patrick Randolph-Quinney, da Universidade Northumbria, no Reino Unido.

Assinatura

Por mais que os padrões sejam os mesmos, a intensidade vai depender da fonte. Por exemplo, a girafa mostrou “uma ocorrência marcadamente maior de microfraturas e microfraturas mais irregulares em geral” do que os ossos humanos”, explicaram os pesquisadores.

Além da intensidade, outro fator que afeta a propagação de microfraturas nos esqueletos humanos é a densidade óssea. Ela diminui com a idade depois que as pessoas chegam aos 40 anos. Com isso, se fica mais suscetível a fraturas induzidas por raios. Justamente pelos ossos serem mais frágeis.

De acordo com os pesquisadores, um mecanismo duplo explica por que as microfraturas nos ossos têm essa forma.

“Em primeiro lugar, a própria corrente produz uma onda de choque de alta pressão ao viajar através do osso. Especialistas em raios chamam isso de barotrauma: a passagem de energia elétrica literalmente destrói as células ósseas”, explicaram os pesquisadores.

Já o segundo mecanismo é um exemplo do efeito piezoelétrico, que afeta a forma como o osso se comporta quando está em um campo elétrico.

“O colágeno, a parte orgânica do osso, se organiza como fibras ou fibrilas. Essas fibrilas se reorganizam quando uma corrente é aplicada. Isso faz com que o estresse se acumule no componente mineralizado e cristalizado do osso, levando à deformação e rachaduras”, continuaram os pesquisadores.

Essa descoberta de padrões de microfratura pode ser uma grande ajuda para os patologistas forenses indicando a causa provável da morte em fatalidades até então misteriosas onde não existe nenhuma outra evidência.

Fonte: https://www.sciencealert.com/lightning-strikes-carve-a-deadly-signature-deep-inside-the-bones-scientists-discover

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