Ciência e Tecnologia

Entenda a relação entre raios e a vibração elétrica de nossas células

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Em uma pesquisa recente, Colin Price, da Universidade de Tel Aviv, propôs que poderia haver uma relação entre as vibrações naturais atmosféricas causadas por raios e a vibração do zumbido elétrico da atividade celular animal de baixa frequência. Ou seja, uma relação entre raios e a vibração elétrica de nossas células.

Uma vez que os raios atingem o solo, eles criam ondas de energia eletromagnética de baixa frequência. Essas ondas se propagam pela atmosfera da Terra, em um fenômeno chamado “ressonância de Schumann”. Dessa forma, o pesquisador sugere que as células que são primordiais podem ter sincronizado suas atividades elétricas com as ressonâncias naturais da atmosfera. Isso explicaria, por exemplo, a origem do zumbido.

O que é a “ressonância de Schumann”?

Dizendo assim, a sincronização de atividades elétricas com as ressonâncias naturais da atmosfera podem soar como um fenômeno extremamente raro. Contudo, na verdade, é bem comum. Desse modo, o nosso “relógio biológico”, ou ritmos circadianos, são sincronizados com as estações e os dias. “Por volta de 20 anos atrás, começamos a descobrir que vários sistemas biológicos”, afirma Price. Assim, “dos organismos mais simples aos mais complexos, têm atividade elétrica exatamente na mesma faixa da frequência da atividade global dos raios”, completa o pesquisador.

Para a equipe de pesquisadores, é bastante provável que as formas de vida tenham se adaptado às frequências naturais. Isso aconteceria da mesma forma que “relógio biológico” está sincronizado com os dias, por exemplo. Ou ainda, é possível que eles tenham sincronizado suas próprias frequências a elas.

De toda forma, os pesquisadores ainda não conseguiram identificar como a ressonância dos relâmpagos e da atividade elétrica biológica pode estar sincronizada. Nesse sentido, uma possível explicação para o fenômeno estaria na reação que acontece entre os raios. Aqui, quando eles ocorrem, a transferência de íons de cálcio para as células é afetada. “Existem mais e mais evidências que sugerem relações entre as frequências atmosféricas naturais e organismos biológicos”, afirma Price. “Mas, nós não entendemos quais são as conexões e como estão funcionando. Por isso, esse é apenas um começo. Nós apenas publicamos a descoberta para divulgá-la. Espero que outros possam avançar e avançar mais”, completa o pesquisador.

Por segundo, de 50 a 100 relâmpagos atingem o solo

Em todo o planeta, relâmpagos atingem o solo de 50 a 100 vezes por segundo. Portanto, não é de hoje que estamos familiarizados com esse fenômeno. Desde os anos 1960, a queda de relâmpagos é conhecida por criar esse tipo de onda em torno da atmosfera da Terra. Dito isso, essas ondas cercam o planeta há bilhões de anos ou, pelo menos, desde o que planeta possui uma atmosfera. Assim, por serem tão comuns, o seu efeito pode ser facilmente confundido com outros sinais elétricos.

Segundo James Lin, professor emérito na Universidade de Illinois, mesmo com essas evidências, ainda resta pesquisar como essa conexão, de fato, acontece. Isso porque, para ele, a teoria ainda é bastante especulativa. Dessa forma, ele aponta a existência de outros sinais elétricos mais relacionados à massa corporal. Por exemplo, Lin observa que alguns sinais elétricos, como os que controlam a frequência cardíaca, estão mais relacionados a massa corporal do que a “ressonância de Schumann”.

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