Cientistas encontram antigo sistema fluvial gigante embaixo da Antártida

Os cientistas da expedição descobriram um antigo sistema fluvial sob uma grande camada de gelo na Antártica Ocidental.

Segundo os investigadores, o ambiente na Antártida há milhões de anos era muito diferente e esta descoberta mostra o impacto das alterações climáticas que já ocorrem na Terra.

Em junho, uma equipe publicou um estudo na revista científica Science Advances, contando sobre a descoberta no rio.

Os cientistas estavam estudando amostras de solo no Mar de Amundsen quando encontraram evidências de um sistema fluvial de 40 milhões de anos fluindo sob o manto de gelo da Antártida Ocidental.

De 34 a 44 milhões de anos atrás, durante o período final conhecido como Eoceno, a atmosfera da Terra mudou dramaticamente. Os níveis de dióxido de carbono estão a aumentar e o arrefecimento global levou à formação de glaciares em áreas anteriormente sem gelo.

O coautor do estudo, Johann Klages, disse que estudar o registro histórico de desastres semelhantes na Terra é “importante para a compreensão das futuras mudanças climáticas extremas”.

Klages destacou ainda que os cientistas desta expedição estão interessados ​​em saber como aconteceu esse clima maravilhoso na Antártica, especialmente no contexto das atuais mudanças climáticas.

No entanto, a dificuldade é que grande parte da Antártida Ocidental está coberta por gelo, dificultando o acesso aos fósseis marinhos, um recurso vital para estudar o passado.

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A descoberta do sistema fluvial antigo

Em 2017, Klages e outros cientistas embarcaram numa expedição utilizando modernos equipamentos marinhos para recolher fósseis do gelo marinho. Ao cavar 30 metros no fundo do mar, a expedição encontrou camadas de solo de dois períodos diferentes.

A camada inferior foi formada há 85 milhões de anos, durante o período Cretáceo, segundo datação radiométrica de elementos como chumbo e urânio.

A camada superior contém fósseis do período Eoceno, cerca de 30 a 40 milhões de anos atrás. Depois de analisar essas camadas, os cientistas encontraram vestígios de estruturas fluviais de sistemas como o Delta do Mississippi.

Além disso, os cientistas também encontraram características moleculares de cianobactérias de água doce, o que reforça a ideia da existência de antigos sistemas fluviais na Antártica.

Surpreendentemente, a maioria destes objetos e detritos vieram de algum outro lugar na Antártica, apontando algum lugar nas Montanhas Transantárticas como a origem do rio.

Segundo os cientistas, essas montanhas não estão em altitudes muito elevadas, mas começaram a crescer gradativamente a partir do final do período Eoceno. O crescimento das montanhas está relacionado com um evento tectônico que dividiu a Antártida em dois blocos geográficos: Leste e Oeste.

A elevação das Montanhas Transantárticas criou uma massa de detritos erodidos, incluindo rochas e minerais. Os cientistas acreditam que um sistema fluvial transportou esses detritos para o Mar de Amundsen após a dissolução da Antártica.

A existência de um antigo sistema fluvial transcontinental sugere que, ao contrário de hoje, a maior parte da Antártida Ocidental estava acima do nível do mar como uma vasta planície costeira.

O que é um sistema fluvial?

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Um sistema fluvial é um conjunto de cursos d’água, como rios e riachos, interligados que drenam uma determinada área geográfica, geralmente uma bacia hidrográfica.

Esse sistema é composto pelo rio principal e seus afluentes, que são rios menores que deságuam no rio principal. O sistema fluvial desempenha várias funções importantes.

Por exemplo, ele coleta e transporta a água das precipitações (chuva, neve) para fora da bacia hidrográfica, regulando o fluxo e prevenindo inundações.

Os rios também transportam sedimentos (areia, argila, cascalho) e nutrientes do solo de áreas mais altas para áreas mais baixas, contribuindo para a formação de planícies de inundação e deltas ricos em nutrientes.

Os sistemas fluviais oferecem habitat para uma diversidade de espécies de plantas e animais, tanto aquáticos quanto terrestres. Isso inclui peixes, aves, mamíferos e insetos.

Além disso, rios e riachos fornecem água para consumo humano, irrigação agrícola e indústrias. Além disso, são importantes para a pesca, navegação e recreação. Esse papel foi o mais importante na descoberta do antigo sistema fluvial na Antártida, pois representa possibilidade de vida.

Os corpos d’água nos sistemas fluviais ajudam a regular o clima local, influenciando a umidade e a temperatura.

Por fim, os rios e seus ecossistemas conseguem filtrar e decompor poluentes, ajudando a manter a qualidade da água.

 

Fonte: UOL

Imagens: Pexels, Pexels

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