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Como os cientistas da Antártica estão vivendo sem ser tocados pelo coronavírus

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O mundo está vivendo uma nova pandemia, dessa vez, causada pelo novo coronavírus. O que começou como um surto na cidade Wuhan, na China, logo se espalhou por todo o país. Ele não parou por lá e novos casos puderam ser notados na Ásia, dia após dia. O vírus chegou então à Europa e até então, ninguém imaginava que seria o maior terror em alguns países, como Itália, que registra mais mortes todos os dias.

O vírus já está presente em todos os continentes e cresce o número de infectados e mortos por ele, a cada momento. E por ser um vírus mortal, as autoridades de todo mundo estão se mobilizando com a situação.

Parece quase utópico, pensar que algum lugar do mundo, não foi afetado por essa nova pandemia global. E mesmo que ele exista isso, não quer dizer que a rotina das pessoas não foram afetadas pela pandemia mundial.

A Estação Davis fica na costa de  Ingrid Christensen, na Antártica. Lá, 24 pessoas passam todos os anos por um longo período de inverno. Por mais que isso seja uma coisa habitual com a equipe fazendo as observações atmosféricas, consertando as câmeras de aves marinhas e cuidando da estação, essas atividades esse ano estão diferentes.

“É um momento preocupante para todos nós aqui na Antártica. “Não temos muita ideia de como está realmente a vida em nossas casas”, disse David Knoff, líder da Estação Davis.

Pandemia

A pandemia de coronavírus está se espalhando pelo mundo, e ainda são poucos os lugares em que ela não conseguiu chegar. E mesmo que estejam a centenas de quilômetros acima da Terra, a tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) também está em alerta por causa do COVID-19.

Depois de semanas com astronautas em quarentena e tendo várias restrições para lançamentos, membros da Expedição 63 viajaram no foguete Soyuz até a estação espacial.

“Eu sabia que estaria em quarentena nessas duas semanas, mas o que é realmente diferente é que todo mundo ao nosso redor também está em quarentena”, disse o astronauta americano Chris Cassidy em uma entrevista pré-lançamento.

Na Estação Davis, o último time de verão saiu da estação na Antártica em meados de fevereiro. Nessa época os efeitos do coronavírus estavam começando a ser mais aparentes.

“Ninguém tinha ouvido falar do COVID-19 quando deixamos a Austrália em outubro. Mas ele começou a ter um impacto no Programa Antártico Australiano já no início de janeiro”, explica Knoff.

“As consequências de um surto na estação seriam devastadoras quando você considera que só temos um médico e uma suíte médica bem equipada, mas pequena”, continuou.

Antártica

Ao todo, são 70 bases na Antártica, e no inverno, cada uma delas tem cerca de mil pessoas. E no verão o número aumenta para quatro mil. Atualmente, a Divisão Antártica Australiana tem 89 pessoas da equipe de inverno em suas quatro estações. A equipe já está preparada para o inverno longo e frio. Mas com uma pandemia global acontecendo, a experiência é completamente diferente.

“Definitivamente, ficar fora de casa é um pouco mais desafiador. Normalmente, todo mundo estaria feliz em continuar com suas vidas em casa, mas agora com o COVID-19 as pessoas estão perdendo empregos, sendo forçadas a ficar em casa e não viajando, se preocupando com os entes queridos ficando doentes ou tendo que alterar drasticamente seu estilo de vida para se manterem seguros”, ressalta Knoff.

Na Estação Davis, os 24 australianos e neozelandeses estão se mantendo positivos. Eles têm grandes estoques de filmes, biscoitos, wi-fi, além dos animais marinhos do lado de fora.

“A primeira coisa que eu faria quando voltar seria ver minha família e amigos. Que agora seriam individualmente ou via Skype. Por enquanto, é melhor ficar aqui”, pondera Knoff.

Vida

Mesmo com a pandemia, o impacto do COVID-19 ainda não foi sentido na pesquisa. “O impacto do COVID-19 na pesquisa científica aqui em baixo, provavelmente, será sentido com maior intensidade no próximo verão”, disse Dan Dyer, cientista sênior de inverno da Davis.

“Embora nada esteja finalizado ainda, é provável que vários projetos científicos planejados para o próximo verão tenham que ser adiados ou reduzidos. Pois talvez não seja possível enviar alguns dos cientistas e seus equipamentos que estavam originalmente programados para estar aqui no próximo verão”, acrescenta.

A equipe de inverno da Estação Davis ainda tem meses até que a data de retorno chegue. E felizmente, a estação tem um estoque de alimentos para dois anos, caso alguma coisa dê errado.

“Há uma biblioteca bem abastecida, uma banda de emissoras, um cinema, esquis cross country. Além de uma pista de corrida, para os corajosos, e uma boa academia completa com sauna e spa para aquecer depois de uma corrida”, conclui Knoff.

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