Curiosidades

Gêmeos Miguel e Davi nascem em dias e estados diferentes

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Gêmeos sempre geram uma curiosidade por si só nas pessoas. Eles podem ser univitelinos ou bivitelinos. Os univitelinos se desenvolvem a partir de um mesmo óvulo, que foi fecundado por um único espermatozoide. Portanto, eles serão gêmeos idênticos. Se forem bivitelinos, quer dizer que dois óvulos diferentes foram fecundados por dois espermatozoides diferentes. Ou seja, eles vão ser parecidos como outros irmãos que se parecem, mas que não são gêmeos, só que não serão idênticos.

Claro que uma futura mãe de gêmeos também tem que estar preparada para a chegada dos filhos. Quando a arquiteta e empresária Marina Kirzner Malagueta, de 34 anos, descobriu que estava grávida de gêmeos, ela logo planejou todos os detalhes.

Nos planos de Marina, ela viajaria para o Recife, sua cidade natal, para ter seus filhos perto da sua família. Se tudo corresse como o planejado, a futura mãe faria uma cesárea com 38 semanas de gestação. Contudo, como diz aquela máxima: “quando a gente faz planos, Deus ri”,

Gêmeos

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Na 27ª semana de gestação, Marina deu à luz os gêmeos Miguel e Davi. O caso poderia ser apenas mais um de gêmeos nascendo prematuramente, contudo ele é mais do que isso.

O impressionante e curioso é que Miguel nasceu no dia 28 de janeiro de 2022, às 5h36, em Resende, Rio de Janeiro, enquanto Davi nasceu no dia 29 de janeiro de 2022, às 18h10, em São Paulo capital. Mesmo sendo gêmeos, cada um nasceu em um dia diferente, mais precisamente 36 horas e 34 minutos de diferença, e em estados diferentes.

Isso aconteceu porque, no dia 26, Marina estava sozinha em sua casa, em Resende, quando sua bolsa estourou. Então, ela pediu carona para a diarista, Rose, e foi para o hospital. Quando ela chegou lá, a futura mãe fez exames e descobriu que estava com três centímetros de dilatação e que Miguel já estava encaixado e pronto para sair.

“Fiquei desesperada, tinha muito medo dos meus filhos nascerem tão prematuros e morrerem”, lembrou.

Primeiro nascimento

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Por conta dessa situação, Marina foi transferida para a Maternidade Apmir e tomou um remédio para tentar inibir o trabalho de parto. Isso porque ela já tinha contrações a cada 10 minutos. Enquanto tudo isso acontecia, Marina conseguiu falar com sua família para que eles viessem ficar com ela.

O marido de Marina, o engenheiro Thiago Malagueta, de 36 anos, estava em Belo Horizonte em uma viagem de trabalho. Sua mãe, a pediatra neonatologista Verônica estava em Recife, onde mora, e sua irmã Paula, que é médica intensivista, estava trabalhando em São Paulo.

Claro que nenhuma mãe gostaria que seus filhos nascessem prematuros. Tanto que, todos da família rezavam para que os gêmeos ficassem, pelo menos, mais uma semana na barriga de Marina. No entanto, com 27 semanas e quatro dias, Miguel nasceu de parto normal e a placenta foi tirada do útero da mãe.

“Miguel nasceu roxo, pesando 1,100 kg, muito magrinho. Logo foi intubado e levado para a UTI neonatal”, contou ela.

“Após o nascimento de Miguel, esperamos na sala de parto por aproximadamente 1 hora, mas Marina parou de ter contrações. Podemos dizer que houve uma pausa na evolução das contrações, ou seja, um período de latência no trabalho de parto”, contou Camila Fernandes, ginecologista e obstetra que fez o parto.

A obstetra também ressaltou que não existe um tempo definido para o nascimento do segundo gêmeo depois que o primeiro nasce. “Em geral, e na maioria dos casos, acontece espontaneamente alguns minutos ou horas depois. No caso da Marina, esse intervalo foi prolongado e atípico, mas existem relatos de situações semelhantes na literatura”, explicou.

Caminho

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Depois do parto de Miguel e com Davi na barriga, o quadro de Marina era estável. Além disso, um ultrassom mostrou que Davi estava bem na barriga da mãe. “Tomei um banho e fui ver o Miguel. A cena foi chocante. Ao vê-lo tão pequeno e frágil, minha vontade era que Davi permanecesse dentro de mim o máximo de tempo possível para ganhar peso e continuar se desenvolvendo”, disse Marina.

Mesmo sendo bem atendidos na Apmir, Marina e sua família se sentiram mais seguros se Davi nascesse em um  hospital com uma estrutura maior e com mais recursos disponíveis para os dois gêmeos prematuros.

“Era um risco, mas sabia que era o melhor que podia fazer pelos meus filhos. Começamos uma corrida contra o tempo ligando para as principais maternidades de São Paulo para ver quem aceitava o meu caso, mas recebemos três negativas. Foi um caos. Minha mãe ligou para uma prima perguntando se a obstetra dela não aceitaria fazer o meu parto. Ela aceitou e ligou para o diretor do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, da Rede D’Or São Luiz, que conseguiu as três vagas”, lembrou Marina.

O transporte para ir até lá foi conseguido pelo avô dos gêmeos com duas ambulâncias com UTIs através do convênio médico. Nesse ponto, Miguel já tinha nascido há mais de 30 horas e seu irmão continuava no útero da mãe.

Segundo Karla Giusti Zacharias, ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, que fez o parto de Davi em São Paulo, o segundo gêmeo pode ser mantido na placenta o tempo que for preciso desde que isso não represente riscos nem para a mãe e nem para o bebê.

“Várias medidas, como internação, monitorização com exames de sangue, exame físico e uso de antibiótico, são tomadas para prevenir uma possível infecção e para que não haja complicações para mãe e filho. Sempre gosto de falar que existe o risco e o benefício. Quando o risco é maior do que o benefício, a gente muda a conduta. Ou seja, na hora que existe risco para um dos dois, e que estar fora do útero é melhor do que estar dentro, o parto é realizado”, explicou Karla.

Segundo nascimento

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No caminho para São Paulo, Marina se revezava entre perguntar como estava Miguel e pedir a Davi que ele não nascesse no caminho. Depois de quase 300 quilômetros de distância e quatro horas de viagem, Marina chegou à maternidade de São Paulo por volta das 14h. Nesse momento, ela já tinha algumas contrações.

“Quando ela entrou em trabalho de parto novamente, a gente viu que existiam alguns sinais de infecção que foram confirmados posteriormente pelo exame da placenta. Por isso, o útero começou a contrair. O organismo entende que se tem uma infecção no útero, ele precisa eliminar o foco dessa infecção que, no caso, seria o bebê, a placenta, a bolsa e a membrana amniótica. O útero contrai para que essa infecção não acometa o sistema inteiro da mãe, levando a uma septicemia, por exemplo. A gente conseguiu eliminar a infecção entrando com antibiótico para a mãe e tirando o foco dessa infecção que é o bebê”, lembrou Karla.

O segundo gêmeo nasceu de parto normal, pesando 1,3 quilos, às 18h10, depois de 36 horas e 34 minutos do seu irmão. Davi foi internado na UTI neonatal, mas não precisou ser entubado.

“Foi um alívio enorme e uma felicidade quando ele nasceu, tinha muita fé e otimismo de que os dois iriam ficar bem”, disse Marina.

Filhos

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Os gêmeos receberam alta do hospital no dia 19 de abril e, felizmente, os dois passam bem. Atualmente, Miguel e Davi têm três meses de vida e estão saudáveis e sem nenhuma sequela.

“Tenho muita gratidão por todos os envolvidos comigo nesse processo. Agradeço o cuidado da minha obstetra no Rio, a equipe de anjos que me acolheu em São Paulo, a minha família que apoiou e encorajou minha decisão e a Deus que me protegeu e me abençoou com a vida dos meus dois filhos. Após essa aventura, tudo o que quero é curtir o Miguel e Davi e ficar um bom tempo longe de hospital”, finalizou Marina.

Fonte: UOL

Imagens: UOL 

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