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Como ter alucinações sem drogas

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O cérebro, como um computador, é cabível de falhas. E alucinações, muitas vezes, são nada mais que uma versão biológica da famosa tela azul do Windows, avisando que você provavelmente está sob efeito de drogas, sem comida, sono ou luz por muito tempo. Mas deixando de lado esses métodos, nocivos para a saúde, existe algum meio de alucinar?

Na verdade, sim. Pode-se dizer que o cérebro é “viciado” em sensações. Exatamente, pois, quando desligamos todos os nossos sentidos e nos concentramos, é possível ouvir vozes, ver lugares e situações fantásticos sem sequer sair do lugar. Essa, inclusive, é a base da meditação: a eliminação de todos os outros sentidos e da conversa mental que quase nunca para. Isso acontece porque o cérebro está tão acostumado a receber estímulos constantes que não entende o que está acontecendo quando eles são cortados.

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Sabendo disso, fica mais fácil de entender a experiência de Ganzfeld: ao colocar um rádio numa estação com estática e cobrir os olhos com metades de uma bola de ping-pong, os sentidos são anestesiados. Pode-se, também, aplicar luzes (geralmente vermelhas) sobre os olhos, já que o intuito das metades da bolinha são para manter o seu campo visual homogêneo, assim como o chiado sonoro. Aqui alguns depoimentos de quem tentou:

“Por muito tempo, não vi nada além de uma neblina verde. Estava bastante entediante, e pensava ‘ah, que experimento sem sentido!’. Então, por um período de tempo que não sei medir, apaguei e fiquei completamente ausente. De repente eu estava segurando um pedaço de giz e escrevendo algo matemático num quadro negro. Foi tudo muito claro, porém rápido, durando apenas alguns segundos, então sumindo de novo. A imagem não ocupava todo o campo visual, era como ver por uma janela.”

“E ainda posso ver o rosto dele, é muito expressivo…Eu só podia ver o cavalo que vinha, como se de dentro das nuvens. Um cavalo branco que pulou sobre mim.”

“No lado direito do campo visual, um manequim apareceu. Era todo preto e tinha uma cabeça fina e comprida, ombros largos com braços bastante longos e um tronco pequeno. Ele apareceu, com as mãos gigantes em formato de vasilha. Ele ficou um pouco e depois voltou para o lugar de onde veio, vagarosamente.” 

Essa experiência, que existe há mais de 50 anos, é atualmente uma das mais famosas no campo da parapsicologia. Acontece que as alucinações causadas pela ausência de estímulos é muitas vezes citada como o despertar de habilidades psíquicas e paranormais, já que no estado as pessoas conversam com mortos e animais, viajam no tempo e têm “revelações”, entre outras coisas. Se é telepatia ou alucinação, só a ciência pode responder.

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Existem outros métodos, como o de Ganzfeld, que trabalham enganando o cérebro. Um deles, que funciona quase da mesma forma, são as Luzes de Purkinje. O cientista, que foi um dos fundadores da neurociência, descobriu quando criança este método para ver luzes coloridas e ficar doidão: de olhos fechados, vire seu rosto para o Sol, e depois balance seus dedos (espaçados) diante da vista.

Já que os olhos estarão fechados, a sensação será a de “ver” uma luz estroboscópica. Com essa confusão e sem saber interpretar o que está acontecendo, o cérebro começa a jogar imagens aleatórias de seu arquivo, produzindo visões.

Então pronto, se você está entediado e quer ter contato com o “mundo dos espíritos”, tudo que é necessário é uma bolinha de ping pong e um rádio velho, ou até o Sol e sua mão. Boa diversão!

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