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Conheça a droga que mantém pilotos de avião acordados por 64 horas

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Dormir pode ser considerado, por várias pessoas, uma das melhores coisas da vida. E mesmo que você seja uma pessoa que não gosta muito de dormir, todos nós precisamos de uma boa noite de descanso. Contudo, em alguns casos é imprescindível se manter acordado.

Um exemplo bem conhecido são os pilotos que usam drogas para ficarem acordados durante os voos. O que muitas pessoas podem não saber é que existem opções para serem usadas. Uma das mais recentes que foram testadas e aprovadas é o modafinil.

Mas é claro que o uso dessa e outras substâncias que os mantenham acordados é um grande risco para a saúde e trazem consigo discussões éticas.

No caso de voos militares, as drogas são usadas desde a Segunda Guerra Mundial. Por exemplo, os nazistas usavam anfetaminas para ficarem acordados durante as operações.

Depois de décadas, uma droga parecida, chamada dextroanfetamina, ficou bastante popular durante a Guerra do Golfo. Contudo, como ela tinha um potencial de vício muito grande, as organizações militares norte-americanas buscaram alternativas para os pilotos.

Com esse pensamento que um estimulante que foi criado na década de 1970 para tratar a narcolepsia, que é a sonolência diurna em excesso, começou a ser usado para manter os pilotos acordados: o modafinil.

Efeitos e riscos

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O modafinil não apenas evita o sono, como também tem o potencial de melhorar a memória e aumentar o desempenho cognitivo, o estado de alerta e a vigilância em situações de fadiga extrema.

De acordo com um estudo, essa droga conseguiu manter seus usuários em estado de alerta por até 64 horas. Os efeitos causados por ela foram comparados aos de beber 20 xícaras de café. Justamente por conta dos efeitos estimulantes, as tripulações começaram a usar a droga para se manterem acordados durante os voos.

O mais curioso é que o modafinil está disponível no mercado de forma ampla e já foi aprovado para uso pelas forças aéreas em Singapura, Índia, França, Holanda e Estados Unidos.

Contudo, usar esse remédio também traz riscos para a saúde. Alguns dos efeitos colaterais dele são: suor, fortes dores de cabeça e até alucinações. Como se isso não bastasse, conforme estudos, o modafinil tem um potencial aditivo e pode fazer com que as pessoas fiquem excessivamente confiantes nos seus julgamentos, o que pode resultar em erros e acidentes aéreos.

Na visão de Yara Wingelaar, chefe do departamento de medicina aeroespacial do Ministério da Defesa holandês, essa droga não tinha que ser usada na aviação comercial.

“Acredito que para a aviação comercial, temos que ser céticos em relação ao que pedimos aos nossos pilotos e à nossa sociedade. Será que realmente precisamos que nossos pilotos comerciais voem durante toda a noite para nos levar em nossa viagem, ou precisamos aceitar que as pessoas têm seus limites e a necessidade universal de dormir?”, disse ela.

Acordados

Jornal da franca

Além dos pilotos, as pessoas também podem ter situações em que precisam ficar acordadas. Como por exemplo, terminar um trabalho, acompanhar alguém no hospital, ou preparar uma apresentação que decidirá sua carreira. Mas se elas passarem a noite em claro, têm que estar cientes de que isso pode ser prejudicial para o corpo e também para o cérebro.

Os neurocientistas da Noruega observaram, de forma atenta, as possíveis repercussões na saúde das pessoas essa falta de sono. E o resultado não é uma coisa bonita.

Para o estudo, eles recrutaram 21 jovens saudáveis para fazerem uma série de testes de imagem por tensor de difusão (DTI). Eles indicam a difusão da água no corpo, e por conta disso, a saúde do sistema nervoso.

Os participantes ficaram acordados por 23 horas. E, para dar algumas condições de controle, eles não foram autorizados a consumir álcool, cafeína ou nicotina durante o estudo. Eles também não podiam comer nada antes de um exame de DTI.

Esse estudo apontou mudanças significativas na substância branca dentro do cérebro depois de uma noite sem dormir. Com isso, eles descobriram que “a privação de sono estava associada com anisotropia fracionada generalizada”.

Colocando em outras palavras, é uma degeneração das redes de conectividade dentro do cérebro. Você pode já ter sentido isso se tentou alguma vez organizar seus pensamentos depois de uma noite sem dormir.

Os neurocientistas notaram alterações em todo o cérebro. Elas cobriam o corpo caloso, tronco cerebral, tálamo, tratos fronto-temporal e parieto-occipital. Contudo, o que ainda não ficou claro é o quão permanente esse dano é. E se um sono longo na noite seguinte pode consertar todos esses danos que foram causados.

“Minha hipótese seria que os efeitos putativos de uma noite de privação de sono na microestrutura da substância branca são de curto prazo e se revertem depois de uma ou algumas noites de sono normal. No entanto, pode-se levantar a hipótese de que a insuficiência crônica do sono pode levar a alterações mais duradouras na estrutura do cérebro. Essa hipótese ainda precisa ser esclarecida”, disse o principal autor do relatório, Torbjørn Elvsåshagen.

No estudo, dois dos participantes não tiveram o mesmo padrão de comportamento cerebral que os outros. Isso talvez fosse um indicativo de que algumas pessoas tenham corpos mais protegidos contra os efeitos da privação de sono.

Esse estudo feito ainda é pequeno. Por isso, é preciso analisar seus resultados com cautela. E um estudo de acompanhamento poderia adicionar mais exames feitos em intervalos de tempo mais curtos, além de também levar em consideração as atividades dos participantes.

Por conta de todos esses fatores e perguntas ainda a serem respondidas, vários pesquisadores estão olhando para a mesma questão. E já foi demonstrado que a insônia interfere nos genes e nos cérebros das pessoas.

Fonte: Olhar digital

Imagens: Olhar digital, Jornal da franca

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