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Recentemente, em ambientes de festas, é provável que você veja pelo menos uma pessoa com um copo curioso na mão. Enquanto a maior parte segura lata ou copo de plástico, essa pessoa está segurando o que parece ser um copo de alumínio. Trata-se do copo Stanley, que se tornou um sucesso no Brasil.
No entanto, por mais que a marca tenha crescido nos últimos tempos, ela não é novidade no mercado. Isso porque, há mais de 100 anos a marca Stanley produz copos térmicos.
A partir de 2018, a PMI Worldwide, dona da marca Stanley, experienciou um crescimento de 700% em faturamento na América Latina, percentual impulsionado em grande parte por causa da linha bar, que inclui os famosos copos.
Dessa forma, assim que chegou na América Latina, a marca Stanley se tornou forte, principalmente na área de venda de produtos para o consumo de erva mate. Então, com foco em preservar a temperatura quente da água, a Stanley fez sucesso no Uruguai e na Argentina.
Stanley no Brasil
Em 2014, a PMI comprou a empresa familiar brasileira Aladdin, e ganhou na negociação a capilaridade e logística para apresentar a marca Stanley aos brasileiros. Isso principalmente ao sul do país, onde também há mercado para a venda de produtos que mantêm a água quente, como garrafas térmicas.
Com isso, aos poucos, a marca Stanley foi ganhando mais adeptos, incluindo brasileiros que consomem bebidas frias. Andréa Martins, presidente da PMI Worldwide América Latina, é a executiva responsável pela estratégia da empresa de associar os produtos ao calor do Brasil e a atividades ao ar livre.
“O crescimento que tivemos se deve à legião de fãs que fomos criando e também ao fato de o Brasil ser o terceiro maior mercado consumidor de cerveja no mundo. É um país quente e o brasileiro gosta de cerveja muito gelada. Aí nosso produto cai de forma perfeita. Nisso, começamos a comunicar ao público que a bebida fica gelada até o último gole. Hoje, se você vai à praia com uma long neck, metade da bebida esquenta. Então, foi algo que veio totalmente alinhado com a cultura do Brasil”, conta Andréa.
A técnica por trás dos copos Stanley, que mantêm a temperatura da bebida por cerca de quatro horas, não é misterioso e nem envolve magia. Basicamente, os copos têm um vácuo entre as paredes que impedem a troca de temperatura com o ambiente.
Esse método foi criado pelo médico e inventor que dá nome à empresa, William Stanley Jr., na cidade de nova York, em 1913. Agora, em 2022, a empresa familiar foi incorporada à PMI Worldwide, empresa que é a principal parceira da produção de copos térmicos da Starbucks.
Para Andréa, o sucesso por trás do copo Stanley também está na capacidade da marca de identificar os hábitos de consumo de um público e colher insights para o desenvolvimento de uma estratégia de venda. No caso, no Brasil, além do chimarrão no sul do país e a cerveja em toda sua extensão, Andréa ainda cita o hábito de consumir chá Tereré no centro-oeste.
Relação com o público brasileiro
“A divulgação foi muito no boca a boca entre comunidades de fãs porque como um produto mais caro, o consumidor tem que ver se realmente funciona. Mas não foi só isso. A partir de 2020, começamos a ter uma presença mais forte nas redes sociais, com esforço para atrair também microinfluenciadores, porque é um produto que ganha valor conforme você experimenta”, explica.
Além disso, a marca patrocina eventos esportivos, como o Rali dos Sertões, o Festival de Surf de Saquarema e um evento de kitesurf. Os surfistas Phil Rajzman, Yanca Costa e a kitesurfista Marcela Witt também são atletas patrocinados pela marca.
A relação do produto possuir um valor alto e acumular fãs já virou motivo de piada nas redes sociais. No site, o valor mais baixo de um copo Stanley é de 149 reais, com pessoas de alta renda sendo o maior consumidor.
Fonte: Exame
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