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Gripe Espanhola: a festa pós pandemia

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Quando uma pandemia afeta a população, recomenda-se que todos fiquem em casa. Assim, podem evitar aglomeração ao máximo, protegendo sua saúde e a daqueles ao seu redor. No entanto, com esse distanciamento social, uma pergunta permanece nas cabeças das pessoas que estão em busca de lazer após um período difícil: quando vou poder “festar”? Foi essa a pergunta que fizeram logo após o surto da Gripe Espanhola.

Não é novidade para a humanidade ter surtos de doenças. Por mais que a pandemia do novo coronavírus tenha sido um grande marco na história humana, já tivemos outras experiências parecidas. Assim, um exemplo disso é a Gripe Espanhola, que afetou as pessoas no início do século XX.

Como é de se esperar, depois de um período de muita provação e sofrimento, uma pessoa pode querer descanso, se afastando das festas e multidões. Ou então, pode ser um desejo aproveitar uma festa como nunca antes.

Sendo assim, podemos observar na história do século passado que os nossos antepassados fizeram o carnaval de 1919 ser considerado o “maior de todos os tempos”. A celebração foi realizada há 103 anos sob todas as ruínas da Gripe Espanhola que afetou o mundo.

Gripe Espanhola

A gripe espanhola foi uma pandemia que ocorreu entre 1918 e 1919 em todos os continentes. Dessa forma, foram cerca de 50 milhões de vítimas. Na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos 15 mil pessoas morreram em decorrência do surto.

A cena foi horripilante, com as ruas movimentadas e cheias de vida sendo substituídas por cadáveres que se amontoavam pelas calçadas. Eles eram recolhidos em sacos de lixos pelas autoridades municipais.

No entanto, assim como o vírus surgiu, ele desapareceu: subitamente. Já no final do ano, uma quantidade considerável de pessoas já tinha desenvolvido anticorpos o suficiente para que se tornasse imune ao vírus do H1N1. Logo, o vírus deixou de ser uma ameaça, pelo menos naquela época.

Um novo capítulo

Cordão da Bola Preta

Com os casos do surto diminuindo, a população teve de reestruturar a sociedade sob as ruínas da Gripe Espanhola. Assim, lentamente, a normalidade voltou no início do ano de 1919. Dessa forma, quando chegou o dia primeiro de março, o clima carnavalesco já estava entre as pessoas como uma explosão prestes a acontecer.

A festa que ocorreu nesse ano foi tão marcante que o escritor Ruy Castro chamou esse Carnaval de “a grande desforra contra a peste que dizimaria a cidade”. Mesmo que o Brasil não tivesse sofrido grandes efeitos com a Primeira Guerra Mundial como outros países, principalmente da Europa, a guerra foi outro motivo para celebrar a superação vivida naqueles tempos.

Então, carros alegóricos e bloquinhos tomaram conta das ruas enquanto as marchinhas fizeram referência a tudo que viveram naquele anos. “Quem não morreu da espanhola, quem dela pôde escapar, não dá mais tratos à bola, toca a rir, toca a brincar”, cantavam nas ruas.

Além disso, esse evento marcou o início do bloco carioca, o Cordão da Bola Preta, fundado em 31 de dezembro de 1918. Inspetores da saúde pública chegaram a pedir que as pessoas mantivessem distância, mas foram ignorados e a população se entregou à farra como se não houvesse amanhã.

Fonte: Aventuras na História

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