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Dengue assintomática: como saber se você teve a infecção sem sintomas?

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A dengue é um dos principais problemas de saúde pública do mundo. A doença febril aguda é causada por um vírus, e seu principal vetor de transmissão é o famoso mosquito Aedes aegypti. A doença tem quatro tipos porque o transmissor dela tem quatro sorotipos diferentes. São eles: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Em nosso país, já foram encontrados todos esses tipos de dengue.

Por conta disso, a doença sempre foi uma preocupação no Brasil e infelizmente o avanço da doença não foi pouco nesse ano. O pior de tudo é que uma pessoa nunca ter sentido nenhum sintoma da doença não é garantia de que ela nunca tenha sido infectada.

Embora não haja um número estabelecido pela ciência para uma proporção de casos de dengue sem sintomas com relação ao número total de infecções, um estudo feito entre moradores de um alojamento de estudantes em Pernambuco revelou que para cada cinco casos, uma delas não tinha sintomas. E alguns infectologistas estimam que até metade dos casos de dengue sejam assintomáticos.

“Há pessoas que sentem sintomas que não são os mais característicos da doença e, por isso, não estão certas se já tiveram dengue. Há casos com sintomas respiratórios, que também são bastante incomuns”, explicou a infectologista Luciana Coutinho, de Minas Gerais.

A “sorte” das pessoas que não têm febre, dor no corpo e vômitos pode acabar escondendo o inimigo.

Maior risco

Metrópoles

A dengue tem quatro sorotipos e ter tido uma infecção resulta na proteção somente para aquele sorotipo que provocou a doença. Isso quer dizer que uma pessoa pode ter dengue quatro vezes durante sua vida.

Contudo, quando a pessoa cria imunidade para um dos sorotipos, ela fica mais suscetível a ter um quadro mais grave se for infectada novamente. Isso porque o corpo aprende a combater o vírus de uma maneira específica e começa a produzir defesas para pará-lo, no entanto, como na segunda vez o inimigo está diferente, os anticorpos não são eficazes.

“O resultado é que o corpo se sobrecarrega produzindo defesas que não acabarão com o problema e a dengue consegue avançar, mais facilmente, para o sistema circulatório, gerando a forma hemorrágica”, explicou a infectologista.

Por isso que ter tido uma infecção antes, mesmo sem sintomas, faz com que as chances de um quadro mais grave em uma nova infecção sejam maiores.

É possível saber se já teve dengue?

Laboratório diagnóstico

A dengue pode ser identificada por três tipos de testes. São eles: o antígeno NS1, o de sorologia e o PCR.

O antígeno NS1 é um teste rápido e deve ser feito até o quinto dia de sintomas. O resultado dele geralmente fica pronto em até um dia.

O PCR é um teste molecular e deve ser feito nos primeiros cinco dias. Esse tipo é mais detalhado e consegue identificar qual foi o sorotipo do vírus que infectou a pessoa. Por conta disso, o resultado dele demora sete dias úteis para ficar pronto.

O teste de sorologia é recomendável ser feito a partir do sexto dia de sintomas. Ele testa a imunidade do organismo contra o vírus. Quando o IgM é positivo isso quer dizer que a pessoa tem anticorpos do tipo imunoglobulina M, o que quer dizer que ela foi exposta ao vírus e está na fase ativa da doença.

Quando o IgC está positivo pode ser um indicativo de que o paciente está na fase crônica e/ou convalescente ou que já teve contato com a dengue em algum momento da vida. E mesmo mostrando se existem defesas contra o vírus, o teste não mostra qual foi o sorotipo. O resultado desse teste fica pronto em cinco dias úteis.

Se a pessoa não souber se já teve ou não dengue, ela pode fazer um teste de sorologia para ver se existem anticorpos no organismo. Contudo, o exame não consegue indicar qual tipo do vírus infectou a pessoa.

O recomendado pelos médicos é que os testes sejam feitos no caso de sintomas e se a pessoa tiver alguma intercorrência de saúde em meio à epidemia.

“Os testes não apenas auxiliam no tratamento dos pacientes, com a escolha certa de abordagens, mas também contribuem para o registro de casos, ampliando-se o conhecimento da epidemiologia das doenças e, consequentemente, permitindo o planejamento da melhor forma de prevenção”, afirmou o infectologista Celso Granato, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Fonte: Metrópoles

Imagens: Metrópoles, Laboratório diagnóstico

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