Todos sabemos que por mais que a gente consiga perceber o som, ele é invisível. Apesar disso, ainda no século 18, o físico Ernst Chladini já imaginou se existia alguma forma de perceber as ondas sonoras de forma visual. Ainda hoje, o chamado Prato de Chladni ainda é a forma mais eficiente de perceber o som com os olhos sem precisar de proteção no rosto.
Primeiramente, é preciso entender como funciona o som. Todos os fenômenos que envolvem ruídos e barulhos são resultados de vibrações dos corpos. A movimentação e o contato entre objetos provoca vibrações no ambiente e, quando nosso ouvido recebe essas vibrações, percebemos o som. Quando falamos, batemos em alguma coisa ou tocamos um instrumento musical, por exemplo, estamos produzindo sons por meio da vibração de ondas.
Essas ondas sonoras, inclusive, não se propagam somente pelo ar, como também em superfícies líquidas e sólidas. Por mais que a maioria dos sons sejam percebidos pelo ar, as ondas sonoras viajam de forma mais rápida nas outras superfícies. Isso também explica porque no vácuo não há som. Já que não há moléculas de ar ou de outros objetos se movendo com a vibração, não tem com como ele se propagar.
Prato de Chladini
Ernst Florenz Friedrich Chladni foi um físico e músico nascido em 1756, em Wittenberg, na Alemanha. Por seus estudos na área de som, é conhecido como o pai da acústica. Na tentativa de visualizar as ondas sonoras, Chladni desenvolveu um método com uma placa de metal, areia e um arco de violino. Ao passar o arco na borda da placa, ele percebia que a areia formava padrões sobre a superfície.
Como funciona o experimento?
Apesar de Chladni, na sua época, ter utilizado um arco de violino, hoje em dia o experimento é reproduzido com outros equipamentos. Ao invés da ferramenta usada para tocar o instrumento, atualmente se utilizam geradores de sinais eletrônicos. Com a tecnologia, é possível controlar a frequência das ondas sonoras e administrar os padrões de ondas manifestados na placa.
Por que isso acontece?
Como os sons são formados por meio de ondas, ao vibrar no metal, eles refletem o formato das ondas na superfície. Apesar das ondas se movimentarem, existem pequenas regiões de transição que se mantem estáticas, chamadas nós. Nessas regiões, se formam espécies de trincheiras onde os grãos de areia se juntam. A cada frequência de som diferente, os padrões se modificam.
O que acontece é que quando mais alta é a frequência do som, mais complexos ficam os padrões. Isso porque quando mais agudo o ruído, há mais ondas por segundo sendo emitidas, resultando em formas com mais variações.
Como fazer?
Se você quiser reproduzir o experimento em casa, é possível. É claro que sem as ferramentas necessárias, o efeito pode não ser o mesmo, mas com alguns simples ingredientes você consegue fazer grãos se movimentarem por meio do som. Utilize um pedaço de balão e cubra um pequeno copo de plástico com ele. Em seguida coloque sal, farinha ou areia sobre o balão e aproxime uma caixa de som dos grãos. É importante que exista uma nota frequente sendo reproduzida e que o volume esteja alto, já que as condições são precárias. Se você conseguir encaixar o alto falante embaixo do copo, pode ter ainda mais sucesso.
Bônus
Para deixar o experimento ainda mais atraente visualmente, um grupo de japoneses utilizou areia de várias cores diferentes criando padrões incríveis com a mistura de cores e a movimentação dos grãos sobre a placa.