Natureza

Em busca de água durante seca no Pantanal, jacarés lutam pela vida em poça de lama

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Durante a seca que atinge o Pantanal, vários jacarés já foram vistos agonizando em uma poça de lama, localizada em uma fazenda na região do Abobral. No vídeo triste, os animais aparecem amontoados lutando pela vida.

“Jacarezada está na beira da birita [bebedouro usado para armazenar água para o gado], por causa da água. Estão todos agoniados, morrendo, chega dá dó. Olha, que judiação!”, diz um homem no vídeo.

Assim sendo, nas imagens, é possível ver vários jacarés juntos, a poucos metros do que seria um bebedouro de água para cavalos e gado. No entanto, os animais, desnutridos e à beira da morte, se confundem com a lama e as pedrinhas. Alguns já parecem estar mortos enquanto outros se agarram à vida.

Quem registrou a cena trágica foi um funcionário da fazenda Sagrado, que faz parte do município de Corumbá, Mato Grosso do Sul. Após a gravação, Hugo Tognini compartilhou as imagens em suas redes sociais, confirmando que o registro se deu no Pantanal de Mato Grosso do Sul uma semana atrás.

Ainda na publicação, Hugo lamenta a situação e ressalta o tanto que o período de estiagem afeta o Pantanal. “Triste a situação em alguns lugares do Pantanal sul-mato-grossense, passam por uma seca severa”, detalhou.

Seca no Pantanal

Dessa forma, Zilca Campos, pesquisadora e especialista em jacarés, explica que a região do Abobral, onde o vídeo foi gravado, está seca desde 2020. “Pantanal do MS está muito seco, aliás não teve enchente em 2022. A seca severa continua levando à morte muitos jacarés e outros animais da fauna. Isso está acontecendo, isso é fato”, lamenta a pesquisadora.

Já o coronel Ângelo Rabelo, presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), comenta que a cena registrada na última semana já foi vista por ele em outros momentos no Pantanal. “Vai continuar acontecendo na medida que secar, lamentavelmente há muito pouco o que fazer”.

“Nós estamos entrando em um ciclo de muita seca. Bacias que estavam com muita água há 30 anos, secaram. Os animais mais espertos acompanharam o percurso dos rios. Alguns ficam para trás e ficam em processo de hibernação, mas outros acabam morrendo”, comentou Rabelo.

Estado de emergência

Gabriela Biló/Estadão Conteúdo

O governo de Mato Grosso do Sul já decretou estado de emergência em 14 cidades do estado por conta das queimadas no Pantanal e no Cerrado. A medida foi anunciada na última quinta-feira (21), pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB). O decreto começou a valer na sexta-feira (22).

A decisão terá validade de seis meses e tem a capacidade de ampliar os poderes das forças de segurança para que possam combater e prevenir os incêndios florestais. Além disso, o decreto permite que o governo estadual contrate ou adquira bens ou serviços em caráter emergencial.

Para tal, a decisão atual disponibiliza R$ 38 milhões para uso emergencial nas seguintes cidades:

  • Corumbá;
  • Ladário;
  • Miranda;
  • Aquidauana;
  • Porto Murtinho;
  • Sonora;
  • Rio Verde;
  • Coxim;
  • Bodoquena;
  • Jardim;
  • Bonito;
  • Anastácio;
  • Corguinho;
  • Rio Negro.

Quem será responsável por administrar os milhões é a Defesa Civil. Segundo o governo estadual, 1 mil horas de voo já foram contratadas. Assim, com mais verba, o governo ainda pretende comprar mais horas para sobrevoos, que auxiliam nos combates aos incêndios florestais.

Segundo dados apresentados, até 15 de julho de 2021, registrou-se 634 focos de calor e 89.550 hectares de área queimada no Pantanal. Dessa forma, no mesmo período de 2022, os números são ainda maiores: contabilizou-se 655 focos de calor e 111.150 hectares queimados.

A orientação das autoridades é para que as pessoas não joguem cigarros ou fósforos acesso às margens das rodovias e não façam queimadas para limpar terreno ou eliminar resíduos diversos. Isso porque, além de destruir a vegetação nativa e matar animais, incêndios florestais podem queimar pastos, atingir casas, armazéns e instalações rurais, além de colocar vidas em risco.

Fonte: G1

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