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Especialistas elegem as camisas mais bonitas de todas as Copas

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A Copa do Mundo pode ser o maior torneio de futebol, mas isso não quer dizer que ela é apenas sobre o esporte. Isso porque existem várias coisas relacionadas com o evento que fazem muito sucesso entre os fãs do esporte, como por exemplo, as camisas das seleções participantes.

Em cada torneio as seleções lançam seu modelos de camisas oficiais para os jogos. E claro que os amantes não só de futebol ficam loucos para ver como será o novo design apresentado. Agora, se escolher a camisa mais bonita do ano já é uma coisa difícil, imagine escolher quais são as mais bonitas de todos os tempos?

Até porque, são centenas de escolhas possíveis permeadas com lembranças de momentos marcantes e históricos que, querendo ou não, mexem com o julgamento. No entanto, mesmo parecendo uma tarefa impossível, designers, colecionadores e jornalistas que têm em comum o amor pelo futebol avaliaram cada camisa já vista em campo em uma Copa do Mundo para elegerem as mais bonitas. Ao todo, foram necessárias 86 pessoas para elegê-las.

Para se ter uma ideia, desde a Copa do Mundo de 1930, entraram em campo 764 camisas diferentes usadas por 82 seleções. A votação para eleger as mais bonitas foi feita em três etapas.

A primeira etapa, com 764 camisas, foi uma votação de “sim” ou “não”. Nela, foram eliminadas 618 das participantes. Na segunda etapa, com 146 camisas, cada uma delas recebeu uma avaliação de cada um dos jurados com notas de zero a 10.

E a última etapa elegeu as 20 camisas mais bonitas de acordo com o somatório das notas que elas receberam.

Camisas mais bonitas

20° – União Soviética 1962

Globo esporte

“O ano de 1962 foi um dos mais tensos da Guerra Fria, em decorrência da Revolução Cubana e do alinhamento entre Cuba e União Soviética. Naquele contexto, uma Copa do Mundo, mais do que um torneio de futebol, se transformava em um embate entre os blocos socialista e capitalista. Enquanto a bipolaridade só crescia, a belíssima camisa da União Soviética, vermelha, sem escudo, trazendo apenas a sigla CCCP, era vista nos países capitalistas como uma vestimenta do diabo. A grafia russa, no alfabeto cirílico, dava um ar de mistério ainda maior ao traje que ninguém, em um país capitalista, ousaria usar”, disse Luiz Antonio Simas, professor, escritor, poeta, compositor e colecionador de camisas de futebol.

19° – Portugal 1966

Globo esporte

“É uma camisa de lembranças ruins para o Brasil. Eusébio e Portugal eliminaram nossa seleção ainda na fase de grupos em 1966. Mas o registro na memória é bonito! O material pesado da camisa de Portugal, de alguma forma, a realçava na TV. Por ser muito viva, sobressaía nas transmissões, que começavam a ser coloridas”, disse Marcelo Barreto, editor-chefe do Redação Sportv.

18° – França 1978

Globo esporte

“É a camisa azul da esperança, aquela que marcou o início do renascimento do futebol francês após 30 anos no anonimato. A Adidas, patrocinadora da FFF desde 1972, imaginou um desenho de extrema simplicidade. Na Copa de 1978, as camisas oficiais foram usadas duas vezes: contra a Itália (1 x 2) e a Argentina (1 x 2). Na terceira partida, contra a Hungria, para se diferenciar do adversário, a França foi obrigada a improvisar e vestir uma camisa verde e branca emprestada por um time local, o Atlético Kimberley”, disse Eric Frosio, correspondente do L’Equipe e da France Football no Brasil desde 2008.

17° – Itália 1982

Globo esporte

“Ó camisa azurra que tantas lágrimas fez brotar em meu rosto adolescente. Jogaste sozinha a Copa espanhola. Foste capaz de destruir o futebol-arte brasileiro na trágica tarde do Sarriá. Não satisfeita, trucidaste a poderosa Alemanha numa final épica, onde um pênalti perdido por Cabrini não foi capaz de impedir sua magia. Que lindo foi ver Marco Tardelli, desfigurado, correndo sem destino após o segundo gol. Ó camisa azurra, te odeio tanto que te amo”, disse Sidney Garambone, editor-chefe do Segue o Jogo e do Bem, Amigos!.

16° – Holanda 1974

Globo esporte

“Elegantemente branca, com listras, números e escudo no mesmo laranja das meias do uniforme. Uma camisa moderna e classuda, que entrou em campo somente uma vez naquela Copa. E justamente contra o Brasil – que jogou de azul –, na última rodada da segunda fase, definindo quem avançava para final. Esse kit poderia parecer uma versão mais suave da laranja mecânica, mas não menos letal – como comprovaram os 2 x 0 para Holanda, fora o baile e o carrossel”, disse Marcelo Martinez, diretor de arte, roteirista e cartunista e autor de “O Guia Secreto do SabeTudo das Copas”.

15° – Uruguai 2018

Globo esporte

“A mística da camisa uruguaia vem de longe e povoa as diversas edições da Copa do Mundo. Uma, em especial, faz uma homenagem merecida ao artista Carlos Páez Vilaró. Seus desenhos paisagísticos decoram com alegria locais do Uruguai, como a Casapueblo, ao lado do mar sobre os rochedos de Punta Ballena. O sol que vem desenhado no centro da camisa celeste de 2018 relembra a escultura Un sol para Atlántida. A ideia dela nasceu com Vilaró, mas ele faleceu e o Departamento de Canelones tratou de realizar o sonho do artista em lembrança póstuma, construindo a escultura e a colocando no balneário de Atlántida, em Montevidéu”, disse Cíntia Barlem, jornalista, blogueira do ge.globo e comentarista de futebol feminino do Sportv.

14° – Brasil 1982

Globo esporte

“A Canarinho de 1982 mantém a simplicidade atemporal das três Copas anteriores. Impossível não associarmos essa camisa icônica ao futebol daquela geração. Não venceram, mas encantaram, inspiraram e nos encheram de orgulho. Talvez seja o time que tenha representado melhor a essência do futebol brasileiro”, disse Felipe Memoria, designer, fundador da Work & Co e membro do 1° time de design do ge.globo.

13° – Brasil 1958

Globo esporte

“Pouca gente lembra, mas o Brasil conquistou o mundo pela primeira vez vestindo azul – e jogando contra uma camisa amarela. Os suecos ganharam o sorteio das cores da final – e os brasileiros compraram em Estolcomo os novos uniformes, bordaram os escudos e entraram em campo com a cor inspirada no manto de Nossa Senhora. O mundo do futebol jamais seria o mesmo – mas se houvesse TV em cores na época… Talvez a amarelinha tivesse nascido como azulzinha”, disse Gustavo Poli, diretor de programas e conteúdo digital de esportes da Globo e colunista do jornal O Globo.

12° – França 2014

Globo esporte

“Camisa elegante e discreta, no estilo sportswear, com a marca do fabricante e o escudo da seleção inspirado na Copa de 1958 bordado no peito, logo abaixo da estrela de campeã mundial de 1998. O toque azul escuro, em vez do habitual azul royal, e a gola polo abotoada conferem uma dose extra de requinte a todo o conjunto”, disse Arnaud Ramsay, jornalista esportivo e autor de livros sobre futebol.

11° – Inglaterra 1966

Globo esporte

“O ano de 1966 não é especial para a Inglaterra só por causa do futebol. Tem outras coisas. Se a gente volta a outubro de 1962, foram lançados o primeiro filme de 007 e o primeiro disco dos Beatles. Rapidamente, um país que era velho de tradição virou descolado e influência em vários aspectos de cultura popular: música, cinema e até moda. A camisa da seleção de 66 levava um pouco desse espírito. É simples, mas com elegância, bom caimento e linhas claras, bem no espírito da época”, disse Tim Vickery, jornalista e correspondente de futebol sul-americano da BBC Sport.

10° – Holanda 2014

Globo esporte

“O laranja nunca marcou tanto um uniforme como o da Holanda. Por conta disso, a camisa de 2014 usou e abusou da cor numa ode ao tempo em que Cruyff, Neeskens e Rensenbrink dominavam as quatro linhas com o seu Futebol Total. Nessa camisa vimos a reestreia do escudo que remetia ao tão temido Carrossel Holandês da década de 70, trazendo o passado para a modernidade no traje que Robben, Sneijder e Van Persie usaram para conquistar o 3º lugar em terras brasileiras. Ela simbolizou o renascimento do futebol do país, levando a quem aprecia na moda e na bola o significado de que menos pode ser muito mais”, disse Vladimir Barros, designer digital, ilustrador, colecionador de camisas de futebol e professor da Cesar School.

9° – Itália 1970

Globo esporte

“Impossível olhar para esta clássica camisa azul e, ironicamente, não pensar em um dos maiores esquadrões da história do futebol mundial: o Brasil de 1970. Ainda assim, é preciso falar da vice-campeã Itália e de Riva, o maior artilheiro da seleção azurra em todos os tempos. Ele não marcou na final contra o Brasil, mas fez três gols na Copa do México, sendo um deles na histórica prorrogação da semifinal contra a Alemanha”, disse Carlos Eduardo Mansur, jornalista, comentarista do Sportv, blogueiro do ge.globo e colunista de O Globo.

8° – Argentina 1986

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“Esta relíquia é muito mais que uma histórica camiseta. É o manto sagrado do nosso D10S do futebol. É a bandeira que Maradona tatuou eternamente na sua pele e esteve presente no dia da sua consagração como campeão mundial e o melhor da história (ao lado do outro eterno 10). Diego dizia: ❛eu me equivoquei e paguei, mas a bola não fica manchada❜. La celeste y blanca também não. Esta ficará impoluta para sempre em sua homenagem”, disse Gonza Rodrigues, ilustrador e designer especializado em futebol. Atualmente ele cria as artes da Copa Libertadores e produtos oficiais do Flamengo e de vários outros clubes do Brasil.

7° – Argentina 1978

Globo esporte

“A camisa do Kempes é o primeiro manto sagrado argentino, com a particularidade que sempre pensamos nela com as mangas longas pelo frio que fazia em junho daquele ano. Parece que esta camisa está sempre pronta para abrir os braços e comemorar mais um gol de Kempes. O número 10 é uma obra do acaso; a numeração da Argentina era por ordem alfabética dos sobrenomes e quis o destino que vestisse o artilheiro, melhor jogador e principal rosto do Mundial de 1978”, disse Raphael Sibilla, correspondente da Globo na Argentina.

6° – Brasil 1958

Globo esporte

“Por ironia, é uma camisa que foi vista em preto e branco pelo torcedor. Vestiu sob medida deuses do nosso futebol: Mané, o menino Pelé, Didi. É a camisa que fez nascer o mito da amarelinha, a mais respeitada no mundo. A camisa que se tornou uma marca, um sinônimo de excelência, de futebol bonito; e, por consequência, também se transformou em um dos símbolos do nosso país”, disse Renato Ribeiro, diretor de Esportes da Globo.

5° – Alemanha 2010

Globo esporte

“Essa camisa preta me lembra muito a grande goleada de 4 x 0 da Alemanha sobre a Argentina, nas quartas de final da Copa de 2010. Na semifinal a Alemanha acaba eliminada pela Espanha, mas, por fim, conquista o terceiro lugar contra o Uruguai. Quatro anos depois, os alemães seriam campeões do mundo justamente contra a Argentina, que haviam goleado sem pena e vestindo justamente essa camisa”, disse Camila Carelli, jornalista, apresentadora e comentarista do sportv.

4° – Espanha 2010

Globo esporte

“A Espanha era melhor contra a Holanda, mas o jogo era duro. A bola chega em Iniesta, numa rara chance. O craque bate cruzado de direita. Gol da Espanha! Gol de Iniesta da camisa número 6! La Fúria, apelido da seleção espanhola, foi ‘quase’ muitas vezes, vestindo sua camisa La Roja. Mas foi o time técnico de Iniesta, e vestindo esta camisa azul, que finalmente deu ao seu país a sua primeira Copa do Mundo. Esta linda camisa é o símbolo de um estilo de jogo que revolucionou o futebol e deu aos espanhóis o seu maior triunfo”, disse Alexandre Arrabal, diretor de design da Globo.

3° – Alemanha 1990

Globo esporte

“Esse design foi um divisor de águas. Sem perder a elegância, rompeu com o uso de cores planas nas camisas de então, usando a bandeira para criar um efeito de movimento, acentuando assim a dinâmica e a plasticidade das jogadas. Talvez tenha sido a tendência mais copiada das Copas. Vestiu bem o time do técnico Franz Beckenbauer, que levantou a taça”, disse Ary Moraes, jornalista, designer e professor de Design da Escola de Belas Artes da UFRJ.

2° – Brasil 1970

Globo esporte

“Para vestir a melhor seleção da história, segundo muitos especialistas, o uniforme precisava ser especial. Uma mescla de beleza e simplicidade. Com o brilho do amarelo ouro que encantou sob o sol mexicano. E com a sobriedade do escudo, ainda sem as estrelas. Símbolos das conquistas daquele time e das equipes de 58 e 62. Que tinham um ponto em comum: um certo camisa 10. O uniforme para a despedida do Rei Pelé das Copas necessitava ser marcante. Um só não era suficiente. Modelos de marcas diferentes foram usados na maior parte da campanha, um em cada tempo. Afinal quem não queria vestir Pelé, Gerson, Tostão, Jairzinho, Rivellino e cia?”, disse Marcelo Monteiro, jornalista e colecionador de camisas de futebol.

1° – Holanda 1974

Globo esporte

“A camisa da Holanda é a marca de uma enorme surpresa no futebol mundial. Por ser laranja e a Holanda estar fora da Copa havia 36 anos, desde 1938, ela surpreendeu quase tanto quanto o estilo inovador, de uma equipe que marcava por pressão como nenhuma outra até então. Também que invertia pontas e laterais, fazia linha de impedimento e tinha Johan Cruyff sem posição fixa. O novo futebol total era um escândalo como a cor da família Orange”, disse Paulo Vinicius Coelho, PVC, jornalista, comentarista do Sportv e colecionador de camisas de futebol.

Fonte: Globo esporte

Imagens: Globo esporte

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