Natureza

Essa é a maior e mais fétida flor do mundo

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A Rafflesia tuan-mudae é classificada como a maior flor do mundo atualmente. A flor parasita possui aparência similar à de um cogumelo gigante e vive de quatro a cinco dias antes de murchar. Além disso, tem cinco pétalas avermelhadas, nenhuma folha, e pesa cerca de 10kg.

De acordo com a bióloga especializada no reino vegetal, Aina S. Erice, o tamanho da flor é por causa da saúde da planta da qual se aproveita, geralmente a Tetrastigma, uma espécie que cresce apenas em florestas do sudeste da Ásia. A planta não produz clorofila e pega os recursos da hospedeira, através de uma transferência de material genético, para se desenvolver.

“Formar uma flor desse tamanho é muito custoso. Desconheço se existe um limite, mas sei que ao mesmo tempo mudaria muito a existência da planta e já não seria viável”, explica.

De acordo com a cientista, essa planta cresce em ambientes diversos, em florestas ainda inexploradas em comparação com outras zonas. Erice ainda explica que a flor é descendente da família de flores da ilha de Páscoa, que são pequenas e vermelhas.

“É uma linha evolutiva impressionante, com um desvio brutal e, acredito, além disso, que é um dos exemplos de gigantismo mais extremos no reino vegetal.”

A história da flor

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As flores de espécie têm uma história originada aos séculos XVIII e XIX e se dividem em dois grupos. A primeira é a viagem de Louis Auguste Deschamps, um botânico francês, membro de uma expedição científica, à Ásia e ao Pacífico, em 1797, e a segunda é a descoberta dos britânicos Joseph Arnold e sir Stamford Raffles, em 1818.

Porém, durante as guerras, as amostras dessa planta obtidas pelos franceses foram confiscadas pelos britânicos. De acordo com especialistas, em 1954, o Museu de História Natural de Londres divulgou todas as informações que existiam sobre a planta, a Rafflesia Arnoldi, uma prima da maior planta do mundo. Ela foi descrita oficialmente em 1821, por Robert Brown, botânico escocês da Universidade de Edimburgo.

Essa planta possui uma semente do tamanho de uma serragem sob a casca de uma videira lenhosa. Após meses ou anos, ainda não foi identificado, pode surgir um botão parasita do tamanho de uma bola de golfe, sendo dificilmente separada do seu hospedeiro, a videira Tetrastigma. Depois disso, o botão se transforma em um protuberância em formato de repolho. Em seguida, na última evolução fica a grande raflésia, uma flor cor vermelho-sangue que possui odor de carne podre.

Vale dizer que as 30 espécies fétidas conhecidas do gênero Rafflesia são localizadas apenas nas florestas tropicais do Sudeste Asiático e estão sob ameaça de extinção. Isso devido à destruição do seu habitat e da colheita ilegal.

As características da Rafflesia

Gigantes do mundo

As flores da Rafflesia são inexplicavelmente grandes, com mais de um metro de diâmetro. Pela definição botânica, a flor mal é considerada planta, isso porque não possui caules, raízes e folhas, dependendo completamente do hospedeiro.

Devido a essas características únicas, torna-se difícil estudar e conservar a flor. Além disso, as flores são o centro reprodutivo das plantas e costumam ter as partes masculinas, produtoras de pólen, e as femininas, receptoras de pólen. Já as Rafflesia possuem apenas a parte necessária para polinização. Para a fertilização ocorrer, é preciso duas flores florescerem juntas, a menos de um quilômetro uma da outra. Vale lembrar que o tempo de desabrochamento é de uma semana.

A botânica Sofi Mursidawati começou a estudar a Rafflesia em 2004. Ela explica que muitas pessoas não estudam a planta por conta da dificuldade. Apesar de nunca ter conseguido fazer uma polinização manual da planta, ela  desenvolveu um método novo: enxertar tecidos de uma videira parasitada pela Rafflesia com outra planta hospedeira.

Fonte: El País, National Geographic

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