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Esse novo medicamento para Alzheimer pode ser um grande avanço

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As doenças que afetam o cérebro são vistas como algumas das mais preocupantes que as pessoas podem ter. Dentre esses problemas, está o mal de Alzheimer, uma enfermidade incurável, que vai ficando mais grave com o tempo.

Quem é acometido por este mal sofre com demência ou perda de algumas funções cognitivas, como memória, orientação, atenção e linguagem. Isso porque as células do cérebro começam a morrer. O diagnóstico, em seus primeiros estágios, pode ajudar a retardar o avanço da condição, mas nem sempre isso é possível.

Justamente por isso que pesquisas não param de ser feitas para se conseguir algum medicamento eficaz contra o Alzheimer. No Reino Unido, 20 anos atrás o último medicamento para esse mal foi licenciado.

Medicamento

Fundación Pasqual Maragall

Desde então, avanços na compreensão da doença foram feitos. Agora, diagnósticos melhores estão disponíveis, e os pesquisadores podem estar perto de novos tratamentos que tenham impactos em algumas das alterações cerebrais que tendem a causar essa demência.

Temos como exemplo esse novo medicamento que parece promissor, o lecanemab. Os resultados sobre ele foram publicados no “New England Journal of Medicine” e ele pode ser promissor para quem sofre de Alzheimer, mesmo com algumas ressalvas.

No Reino Unido, a demência afeta mais de 900 mil pessoas e é a principal causa de morte. De acordo com o Alzheimer’s Research UK, o custo para cuidar de uma pessoa com demência é mais de 25 bilhões de libras anualmente. Conforme a população vai envelhecendo, os números tendem a aumentar. Para se ter uma ideia, as estimativas sugerem que aproximadamente 1,6 milhão de pessoas irão ser afetadas pela demência até 2050.

Da mesma forma que existem várias causas de câncer, existem várias para a demência, sendo o Alzheimer a mais comum, representando dois terços dos casos. Essa doença está relacionada com o acúmulo anormal de duas proteínas no cérebro, a beta-amiloide. Ela se deposita fora das células nervosas e emaranhados de tau, que se acumulam dentro delas.

Na visão da maior parte dos especialistas, esse acúmulo de beta-amiloide desencadeia um processo que inclui inflamação e acúmulo de tau, levando à morte de células cerebrais e alterações na química do cérebro. É justamente isso que causa o comprometimento progressivo da memória do cotidiano até a perda das funções cognitivas. Nesse estágio, a pessoa fica dependente e depois isso leva, inevitavelmente, à morte.

Alzheimer

Guia da farmácia

Como os pesquisadores acreditam que o beta-amiloide tenha um papel importante na doença de Alzheimer, ele se tornou o alvo no desenvolvimento de medicamentos. Em 1999, um artigo disse que a vacinação poderia remover beta-amiloide do cérebro de camundongos. Desde então, abordagens parecidas foram testadas em humanos.

Infelizmente, as tentativas foram fracassadas. Contudo, o lecanemab quando foi administrado a pacientes com doença de Alzheimer precoce conseguiu não somente remover o beta-amiloide do cérebro dos pacientes, como também retardou o declínio cognitivo em cerca de 27% em 18 meses.

Por mais que a duração do estudo tenha sido curta para que os pesquisadores tenham certeza, as mudanças em outros marcadores de doenças sugerem que a remoção de beta-amiloide também pode estar relacionada com a desaceleração de outros processos patológicos.

Agora, a Eisai, fabricante do remédio, entrará com pedido de aprovação regulatória tanto nos EUA como na Europa. O esperado é que as decisões saiam antes do fim de 2023. Depois disso, também são esperados os testes definitivos em outro remédio parecido, o donanemab, da Eli Lilly.

Ter medicamentos que impactam nos principais processos biológicos subjacentes e produzem pelo menos alguns efeitos benéficos na cognição é um grande avanço. Isso porque a existência deles implica que a doença de Alzheimer pode ser potencialmente tratável e, talvez algum dia, até evitável, se os pesquisadores conseguirem identificar e tratar pessoas que consigam se beneficiar antes dos sintomas começarem.

Fonte: The Guardian

Imagens: Fundación Pasqual Maragall, Guia da farmácia

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