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‘Eu me vi completamente sem renda’, diz jovem que vende máquinas de escrever

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Nós vivemos cada vez mais uma era tecnológica. Os avanços estão mais rápidos do que nunca e parece que objetos usados no passado já não fazem mais sentido no mundo atual. Contudo, as máquinas de escrever parecem ainda ter seu lugar e serem capazes de salvar a vida uma pessoa.

Esse foi o caso de Louis Eugênio de Lima, 24 anos, que trabalhava como vendedor de cadernos artesanais nas universidades da capital paulista. No entanto, no começo da pandemia do COVID-19, o jovem perdeu o seu emprego, e sua fonte de renda, com o fechamento das instituições de ensino.

“Foi quase um ano sem dinheiro e vivendo apenas com o auxílio, do dia para a noite, me vi completamente sem renda”, disse ele.

Novo trabalho

R7

Assim como muitos brasileiros, Louis se viu sem sua principal fonte de renda e precisou se reinventar. Foi então que ele teve uma ideia depois de receber de presente de sua namorada uma máquina de escrever. A partir de então, o jovem começou a garimpar, na internet, máquinas de escrever usadas para que ele pudesse reformá-las e vendê-las.

Felizmente, o novo negócio de Louis deu certo. Desde o dia 15 de março de 2021, o jovem já vendeu mais de 180 máquinas e esse novo trabalho se tornou sua principal fonte de renda. E para que seu trabalho ficasse cada vez melhor, para ter o conhecimento técnico a respeito da manutenção dos equipamentos, Louis teve a ajuda do mecanógrafo Ronaldo de Oliveira, especialista em reformas de máquinas de escrever.

Máquinas de escrever

BBC

Assim como Louis notou com sua nova empreitada de trabalho, existem pessoas que ainda gostam das máquinas de escrever mesmo em um mundo tão tecnológico. E não apenas algumas pessoas. Existe um país onde as máquinas de escrever ainda fazem sucesso em pleno 2022.

No coração de uma das mais movimentadas ruas da cidade de Madurai, no sul da Índia, Dhanalakshmi Bhaskaran ensina a datilografia para centenas de estudantes todos os dias. Ele chefia um um instituto movido inteiramente por 20 máquinas de escrever manuais.

O chamado Instituto de Datilografia Umapathi, batizado em homenagem ao filho da dona, ensina a usar as máquinas de escrever em três línguas: inglês, hindi e tâmil, a língua local. A máquina usada para aprender é um modelo chamado Facit, é mais ou menos igual ao que foi lançado no final dos anos 1950.

Segundo Bhaskaran, seus alunos vêm de várias áreas. Alguns deles ainda fazem o segundo grau e querem aprender a datilografia para ter um diferencial no mercado de trabalho. Já outros são profissionais em busca de um emprego em algum departamento do governo. Existem também as jovens mães que querem aprender a usar as máquinas de escrever com a esperança de recomeçarem suas carreiras depois de terem tido filhos.

O Instituto de Datilografia Umapathi é um dos vários centros de datilografia aprovados pelo governo. Ao final do curso, os alunos são inscritos em exames feitos a cada seis meses. Cada aprovação que eles têm os ajudam na busca por um emprego.

Mas por que a datilografia ainda é tão importante em um mundo dominado pela tecnologia? De acordo com Bhaskaran, para as pessoas que estão em busca de um emprego e não têm acesso a latptops ou computadores pessoais em casa, aprender a digitar numa máquina de escrever manual pode ser a solução.

“Uma vez que você treinou nesta máquina, você pode melhorar sua velocidade de digitação e evitar erros. E é mais fácil transferir essas habilidades ao computador”, disse ela.

Segundo Bhaskaran, existe um motivo para que a burocracia indiana ainda mantenha o uso de máquinas de escrever. Com elas, os registros são mais permanentes. Até porque a datilografia dura.

“Alguns documentos importantes do governo ainda são escritos à máquina porque a tinta nunca apaga, diferentemente de impressões computadorizadas”, explicou Murugavel Prakash, que treina 300 alunos de datilografia no instituto que ele administra em Madurantakam, perto da cidade de Chennai, no sul da Índia.

Fonte: R7, BBC

Imagens: R7, BBC

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