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Everest está preservando os germes que são tossidos e espirrados pelos alpinistas

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Entre o Tibet e o Nepal, existe o Monte Everest, o mais alto do mundo. Ele tem nada mais, nada menos, do que 8.844 metros de altitude, e pouco mais de 29 mil pés acima do nível do mar. O Monte foi escalado pela primeira vez em 1953, por Sir Edmund Hillary e Tenzing Norgay. Desde então, todos os anos, centenas de aventureiros, turistas e profissionais experientes tentam chegar ao topo da montanha mais alta do mundo.

Antes de começarem essa escalada, os montanhistas ficam acampados no colo sul, do lado sul do Monte Everest. E por mais que eles levem de volta para casa a sensação de aventura cumprida e uma experiência para a vida toda, eles também deixam coisas para trás.

Um novo estudo mostrou que alguns micróbios conseguem se esconder e sobreviver no gelo da montanha. No estudo, os pesquisadores conseguiram cultivar, mesmo com as condições extremas do Everest, fungos e bactérias isolados dos sedimentos da montanha.

Everest

Prameya news

Em sua maioria, esses organismos estão adormecidos e podem ter sido levados do colo sul do monte para outras regiões através do vento ou pelos próprios humanos. O estudo também mostrou qual é o impacto dos montanhistas e turistas no Everest, além de também mostrar os limites da vida no planeta e o potencial de vida em outros mundos.

Por ser o monte mais alto da Terra, o Everst está entre os ambientes mais extremos do planeta. E o colo sul, onde os pesquisadores liderados pelo ecologista microbiano Nicholas Dragone, da Universidade do Colorado Boulder, onde eles fizeram a coleta das amostras, fica aproximadamente 2.200 metros acima do nível do mar.

Por conta dessa altitude foi que os pesquisadores ficaram surpresos de ver até mesmo os micróbios adaptados a um clima e lugar quente e úmido, como o nariz e a garganta das pessoas.

“Há uma assinatura humana congelada no microbioma do Everest, mesmo naquela elevação. Se alguém assoar o nariz ou tossir, esse é o tipo de coisa que pode aparecer”, disse Steven Schmidt, ecologista microbiano da CU Boulder e autor principal do estudo.

Estudo

India today

Para conseguir identificar os micróbios específicos, os pesquisadores fizeram o sequenciamento do material genético no solo do Everest. Mesmo que membros da equipe já tivessem analisado amostras de solos de outros lugares, como os Andes, Himalaia e Antártida, eles disseram que essa foi a primeira vez que as amostras que eles analisaram mostraram evidências de micro-organismos relacionados aos humanos.

E no caso desses micro-organismos detectados, eles são apenas os mais robustos. Isso porque a alta concentração de luz ultravioleta, temperaturas mais baixas e falta de água faz com que a maioria dos micróbios morram.

Por mais que as bactérias Staphylococcus e Streptococcus sejam vistas com frequência no solo, as sequências genéticas vistas pelos pesquisadores mostraram que as encontradas eram iguais às vistas na pele humana e na boca. Fato curioso, já que as amostras foram coletadas 170 metros de distância de onde os montanhistas fazem seu acampamento.

“Prevemos que, se fizermos amostras nas áreas mais utilizadas pelo homem na montanha, poderemos encontrar ainda mais evidências microbianas do impacto humano no meio ambiente”,  disseram os pesquisadores.

Embora a maior parte dos micróbios que os humanos levem para altas altitudes como a do Everest fiquem dormentes ou morram quando são expostos a tais condições, alguns deles conseguem crescer quando existe uma disponibilidade de água, mesmo que breve.

Observações

National geographic

O que os pesquisadores não sabem é se a água escassa do gelo derretido no colo sul podem suportar o crescimento microbiano. E testar esse crescimento em uma área tão extrema não é uma coisa fácil. Até porque, em lugares como esse só é possível coletar e congelar organismos que foram colocados lá através do ar ou das pessoas.

Contudo, com as temperaturas no Everest subindo cerca de 0,33° Celsius por década, os pesquisadores dizem que com essa nova estação meteorológica no colo sul eles pode ter mais informações conforme o tempo passa.

Fonte: Science alert

Imagens: Prameya news, India today, National geographic

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