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Existe uma relação estranha entre tamanho do cérebro e bocejos, mostra estudo

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Todos nós bocejamos e sabemos que isso é um ato involuntário e que tem relação com a sensação de cansaço e sono. No entanto, o bocejo pode dizer mais coisas, como por exemplo, a falta de oxigenação no cérebro. E não para por aí. Isso porque, em 2021 foi feito um estudo animal em larga escala, e ele acabou mostrando coisas interessantes sobre o bocejo.

O estudo descobriu que os vertebrados que tinham cérebros maiores tinham uma tendência a ter os bocejos mais duradouros. Para fazer a análise, os pesquisadores observaram dados de 1.291 bocejos separados, tanto através de idas ao zoológico, como vendo vídeos online. Com isso, eles conseguiram observar 55 espécies de mamíferos e 46 de aves.

Como resultado, os pesquisadores viram “correlações positivas robustas” entre o tempo de bocejo de um animal e o tamanho do seu cérebro. “Fomos a vários zoológicos com uma câmera e esperamos nos recintos dos animais que os animais bocejassem. Foi um longo caminho”, disse o etólogo Jorg Massen, da Universidade de Utrecht, na Holanda, em um comunicado de 2021.

Estudo

Depositphotos

Esse estudo pode ser a resposta para algumas perguntas que ainda estavam sem resposta a respeito do bocejo, como por exemplo, o motivo de ele acontecer e por que alguns animais, como as girafas, não fazem esse ato.

“Embora o padrão de bocejo seja fixo, sua duração co-evoluiu com o tamanho do cérebro e o número de neurônios. Além disso, essa função parece ser conservada em uma gama diversificada de animais, de modo que sua origem evolutiva pode ser rastreada até pelo menos o ancestral comum de aves e mamíferos e potencialmente ainda mais”, disseram os pesquisadores.

Esse estudo foi feito para que eles testassem uma hipótese feita em 2007 por um dos pesquisadores do novo estudo. A hipótese era que o bocejo é uma coisa fundamental para esfriar o cérebro. Por conta disso os cérebros maiores precisam de bocejos maiores para que eles sejam resfriados de forma adequada.

Os dados parecem apoiar essa hipótese que, além disso, também mostraram que os mamíferos bocejam durante mais tempo que os pássaros. Até porque, como os pássaros têm uma temperatura mais alta do que os mamíferos, isso quer dizer que eles têm uma diferença maior de temperatura com o ar circundante. Por conta disso, o bocejo ser mais curto para eles já é suficiente para levar um pouco de ar mais frio.

Bocejo e cérebro

Pixabay

Em 2016, um estudo também chegou a conclusões parecidas observando humanos. No entanto, nesse caso, somente 205 bocejos e 24 espécies foram medidos. O resultado do estudo mostrou que os bocejos mais curtos, aqueles de 0,8 segundos, foram de camundongos, e os mais longos, 6,5 segundos, eram de humanos.

“Através da inalação simultânea de ar frio e do alongamento dos músculos ao redor da cavidade oral, o bocejo aumenta o fluxo de sangue mais frio para o cérebro e, portanto, tem uma função termorreguladora”, explicou o etólogo Andrew Gallup, da Universidade Estadual de Nova York.

Mesmo vendo isso, os pesquisadores não fizeram nenhuma relação com a inteligência, somente com o tamanho do cérebro e o número de neurônios que eles tinham. Tanto é que no estudo não existe nenhuma referência à frequência dos bocejos. Mas para se ter uma ideia, geralmente os humanos fazem isso entre cinco e 10 vezes por dia.

Observações

Segredos do mundo

Além disso, o bocejo é contagioso. O que pode explicar isso é que ele tem uma função social. Ou seja, ele é capaz de colocar um grupo no mesmo estado de espírito e quem sabe sincronizar os padrões de sono.

“Obter imagens de vídeo de tantos animais bocejando requer bastante paciência, e a codificação subsequente de todos esses bocejos me tornou imune ao contágio do bocejo”, observou a bióloga Margarita Hartlieb , da Universidade de Viena, na Áustria.

Embora nenhuma conclusão definitiva tenha sido feita nesse último estudo, os pesquisadores concluíram que “essas descobertas fornecem mais suporte para previsões distintas derivadas da hipótese do resfriamento cerebral”.

Fonte: Science alert

Imagens: Depositphotos, Pixabay, Segredos do mundo

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