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Por que os mamíferos marinhos não morrem desidratados?

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Os mamíferos são animais que têm duas características bem marcantes. São elas: a presença de pelos no corpo e glândulas mamárias que produzem leite. Eles são animais vertebrados pertencentes ao Domínio Eukaryota, Reino Animalia. E estima-se que existam mais de cinco mil espécies de mamíferos, vistos em quase todos os biomas da Terra.

Os mamíferos são animais terrestres, aquáticos e voadores. Um deles chama atenção com uma pergunta que algumas pessoas já devem ter se feito. Como os mamíferos marinhos não morrem desidratados com a água do mar?

A resposta é por conta dos rins deles que são adaptados à vida marinha. Eles têm vários lóbulos que são chamados de renículos. Eles são parecidos como saquinhos grudados, o que dá uma aparência como se estivesse coberto por plástico.

Então, cada saquinho desse funciona como se fosse um mini-rim humano. E como eles são muitos, isso faz com que sua eficiência seja maior na retenção de água e excretamento de sal. Por conta disso, quanto mais saquinhos o animal tiver, mais sal ele conseguirá ingerir sem que se desidrate.

Mamíferos marinhos

Petz

As focas e os leões-marinhos, por exemplo, têm algumas dezenas de renículos, por isso sua urina chega a ser 2,5 vezes mais salgada do que a água do mar. Já os golfinhos têm 500 renículos em cada rim, e as baleias, mais de três mil.

O que muita gente pode não saber é que os mamíferos marinhos não se hidratam com a água do mar, mesmo que eles acabem engolindo muito dela. A hidratação desses animais vem através da sua alimentação. Isso porque, um dos subprodutos da metabolização de carboidratos e gordura é justamente a água. Esses mamíferos também têm uma camada de gordura no corpo que também podem metabolizar quando estão precisando de energia ou água.

Segundo o oceanógrafo Marcos César de Oliveira Santos, da USP, provavelmente, existem outros mecanismos tanto hormonais como fisiológicos envolvidos nesse controle das concentrações de sal dos mamíferos marinhos. Contudo, eles ainda são pouco conhecidos e estudados. Isso por causa da dificuldade que é criar esses animais em cativeiro.

Volta ao mar

Hypesciense

A evolução acontece não apenas com os humanos, mas também com todos os outros mamíferos e seres vivos do planeta. E descobertas podem mudar o que se imaginava anteriormente.

Como por exemplo, essa descoberta de um grande conjunto de pegadas fossilizadas. Ela mostrou que grandes mamíferos pré-históricos estavam se reunindo no mar milhões de anos antes do que era pensado.

Os pesquisadores Anton Wroblewski, da Universidade de Utah, e Bonnie Gulas-Wroblewski, do Texas A&M Natural Resources Institute, tiraram fotos e examinaram o local das pegadas. Elas foram encontradas pela primeira vez em 2019, por Wroblewski, enquanto ele mapeava rochas que se formaram em um antigo litoral, onde atualmente é Wyomig, nos EUA.

Os fósseis vegetais que foram encontrados nas camadas acima de onde as trilhas foram encontradas mostram que as pegadas têm aproximadamente 58 milhões de anos. Isso as torna as primeiras evidências diretas de mamíferos usando ambientes marinhos.

A evidência mais antiga era de baleias marinhas que vem de rochas que se formaram 9,4 milhões de anos depois. As pegadas de mamíferos que datam de 58 milhões de anos atrás, ou antes, são bem raras. E essa nova descoberta é apenas o quarto local em todo mundo onde elas foram encontradas. As primeiras foram encontradas perto de um antigo litoral.

“Os outros locais com as pistas têm algumas dezenas de pegadas. Este tem milhares de pegadas, então fornece uma visão realmente importante de como esses animais estavam se movendo, o que eles estavam fazendo”, disse Wroblewski.

Os pesquisadores registraram as pegadas em quatro camadas de sedimentos onde cada uma delas representa uma época diferente onde as trilhas foram feitas no ambiente.

“Não sabemos quanto tempo é representado por essas camadas, mas é quase certamente de milhares a dezenas de milhares de anos. Então, essas quatro camadas de rocha nos dizem que esses animais não entraram apenas no ambiente marinho uma vez. Eles fizeram isso muitas, muitas vezes ao longo de dezenas de milhares de anos. E é por isso que achamos que era um hábito deles. É algo que eles faziam regularmente”, explicou Wroblewski.

Essas pegadas foram feitas por, pelo menos, dois tipos de animais. E por mais que as pegadas sejam de quatro dedos, os pesquisadores não puderam compará-las com nenhum animal conhecido do mesmo período. As pegadas de cinco dedos foram provavelmente feitas pelo animal de hipopótamo Coryphodon.

“De certa forma, é uma extensão de tempo ao Coryphodon. O fato de você ter essa associação ambiental significa que pode ser possível olhar em outras áreas onde esses ambientes são preservados para ver se as faixas podem ser identificadas lá”, concluiu George Engelmann, da Universidade de Nebraska Omaha, EUA.

Fonte: Superinteressante, Hypescience

Imagens: Petz, Hypescience

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