Uma família de Ontario, no Canadá, chamou a atenção da imprensa internacional após eliminar o uso do papel higiênico da rotina familiar.
A família, conhecida pelo sobrenome Allen, eliminou o objeto inicialmente como uma forma de cortar gastos e conseguir quitar dívidas de mensalidades universitárias. Porém, isso acabou se tornando um hábito diário.
O caso foi noticiado pelo tabloide britânico The Sun. Segundo a matriarca da família, Amber Allen, a sensação de perda de dinheiro passou, mas o casal continuou comprando o item apenas para as ocasiões em que recebem visitas. “Estava literalmente jogando o meu dinheiro na privada”, acrescentou.
Para o veículo britânico, Amber ainda informou quais são os melhores tecidos, caso alguém queira aderir a esse estilo. A matriarca aponta que o ideal é evitar tecidos sintéticos e usar materiais mais duráveis, como cobertores de bebê, que costumam ser confeccionados com flanela.
Como civilizações antigas se viravam antes do papel higiênico
Apesar de parecer quase impossível sobreviver sem o uso de papel higiênico, como a família Allen, era assim a vida há mais de 165 anos, antes da produção e comercialização deste item sanitário.
No começo da Era Comum, para se limpar depois das necessidades fisiológicas, os romanos utilizavam o “tersorium”, que consistia em uma esponja presa a uma vareta. O objeto ficava guardado submerso em água salgada ou vinagre, na parte interna das casas. Ele era levado para fora quando a pessoa iria usá-lo e em seguida era novamente guardado para o próximo uso.
Vale destacar que os romanos tinham o hábito de usar como banheiro público longos bancos de mármore com buracos cortados em intervalos uniformes. Isso para conseguir ficar confortável e conversando com os vizinhos enquanto defecavam.
Além disso, esses banheiros públicos eram unissex. Por isso, eram usados em conjunto por membros da comunidade de qualquer idade e gênero.
No entanto, é preciso ressaltar que essa era a realidade das classes mais elevadas. Os romanos mais pobres utilizavam fragmentos de argila, cuidadosamente sem bordas afiadas, para evitar acidentes infelizes.
Apesar de para muitos isso parecer nojento, a tradição dos romanos era moderna ao ser comparada com culturas antigas que só usavam água e suas mãos esquerdas para se limpar.
Papel higiênico foi desprezado por alguns norte-americanos
Uma nação indígena esquimó Inuíte, que se estabeleceu no Círculo Ártico entre os séculos 14 e 15, confiava sua higiene à neve.
Já entre os séculos 16 e 17, os colonos e os nativos americanos usavam espigas de milho como papel higiênico. Mesmo que existam evidências de outros materiais orgânicos, como musgo, folhas e cascas, eles tinham uma preferência pelas espigas de milho.
Há relatos, inclusive, de que muitos norte-americanos continuaram usando a espiga de milho mesmo após a chegada do papel higiênico ao mercado.
Do outro lado do hemisfério, os japoneses antigos faziam a higienização com pau de madeira ou um pedaço de bambu chamado “chuugi”, às vezes envoltos em pano, assim como faziam os romanos.
As pessoas utilizavam o objeto para se limpar por dentro e por fora. Vale lembrar que esse “método da vara” era comum em todo o mundo nos tempos antigos.
O mar limpa
Já os vikings frequentemente utilizavam lã de ovelha no lugar de papel higiênico. Porém, como grande parte dos marinheiros pré-modernos, quando estavam em alto mar, eles defecavam diretamente no oceano. A higienização era feita com uma corda que ficava pendurada para fora das embarcações.
Logo depois, eles depositavam a corda de volta sob o oceano. O movimento do navio e do mar eram os responsáveis pela higienização para que a “ferramenta” estivesse pronta para a próxima pessoa.
Fonte: Aventuras na História, Olhar Digital
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