Ciência e Tecnologia

James Webb conseguiu observar exoplaneta antes que ele desaparecesse

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O Telescópio Espacial James Webb (JWST) realizou uma descoberta impressionante ao capturar a imagem de um exoplaneta desaparecendo. Eles só será visível novamente em dez anos. A fotografia aconteceu de maneira direta.

O exoplaneta em questão, chamado AF Leporis b (AF Lep b), já tinha estabelecido recordes anteriores, como destacado pelo Space.com. Em 2023, ele se tornou o planeta de menor massa fora do nosso Sistema Solar a ser detectado por observação direta.

Além disso, foi o primeiro exoplaneta com massa tão baixa a ter sua massa medida por meio da técnica de astrometria, que monitora o movimento de estrelas ao longo do tempo para detectar pequenas oscilações causadas pela influência gravitacional de um planeta em órbita.

Com apenas 23 milhões de anos, o AF Lep b é considerado um planeta jovem em comparação com a Terra, que tem cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua massa é aproximadamente 3,2 vezes a de Júpiter, e seu diâmetro é cerca de 1,2 vezes o do gigante gasoso.

Via Olhar Digital

De acordo com o pesquisador Kyle Franson, da Universidade do Texas em Austin, o AF Lep b estava “no limite da detectabilidade”.

Embora o JWST seja extremamente sensível, ele é menor que os maiores telescópios terrestres, e as observações em comprimentos de onda maiores tornam os objetos mais difusos, dificultando a separação de fontes muito próximas.

Mesmo assim, o telescópio foi capaz de captar a imagem, apesar de o exoplaneta que está desaparecendo estar a 88 anos-luz de distância.

Exoplanetas

O primeiro exoplaneta oficial é da década de 1990, mas atualmente já são mais de seis mil conhecidos. No entanto, apenas uma fração deles tem fotos diretas.

A maioria se identifica por seu impacto na estrela hospedeira, seja bloqueando a luz ao passar em frente a ela ou pela influência gravitacional que exerce.

Essa dificuldade de observação ocorre porque a separação angular entre exoplanetas e suas estrelas hospedeiras, vistas a anos-luz de distância, é muito pequena, tornando-os difíceis de distinguir e ofuscados pela luz das estrelas.

O Telescópio Webb, por sua vez, tem uma vantagem nessa observação, pois conta com um coronógrafo, um instrumento projetado para bloquear a luz estelar e facilitar a visualização dos planetas.

O AF Lep b é um candidato ideal para esse tipo de observação, pois, sendo um planeta jovem, emite um “brilho de vaga-lume” considerável.

Interesse

Os pesquisadores estudam o exoplaneta AF Lep b com o objetivo de entender melhor sua atmosfera, uma vez que mundos com massas semelhantes aos nossos planetas gasosos são raros.

No entanto, foi necessário agir rapidamente, já que o exoplaneta está atualmente a cerca de oito vezes a distância entre a Terra e o Sol em relação à sua estrela, e sua órbita está se aproximando tanto da estrela quanto da nossa perspectiva.

Atualmente, o coronógrafo do JWST bloqueia 90% da luz do AF Lep b, mas à medida que o planeta e a estrela se aproximam, haverá um momento em que o exoplaneta não será mais visível para o telescópio.

Bem a tempo

Embora os astrônomos pudessem esperar que o AF Lep b reaparecesse do outro lado de sua estrela, sua órbita de 25 anos terrestres significa que levaria mais de uma década até que isso ocorresse.

A sabedoria convencional sugere que o JWST é mais sensível a planetas de menor massa em órbitas amplas em comparação com telescópios terrestres. Contudo, antes do seu lançamento, não estava claro se o JWST se destacaria em observações de pequenas separações.

Brendan Bowler, membro da equipe e astrônomo da Universidade do Texas em Austin, disse que estão levando a instrumentação ao limite.

Descobertas

Via PxHere

As observações realizadas pela equipe revelaram que o exoplaneta desaparecendo possui uma atmosfera bastante ativa, com correntes de convecção que misturam os elementos entre suas camadas mais altas e mais baixas.

Além disso, detectaram um nível de monóxido de carbono ao redor do AF Lep b muito superior ao esperado.

A hipótese principal para explicar essa anomalia é que correntes ascendentes intensas seriam a única maneira de transportar esse gás para a atmosfera superior do planeta.

Esses dados são do segundo ano de operações do JWST. Assim, não se trata apenas dos planetas que conhecemos atualmente, mas também dos que iremos descobrir em breve.

Isso sinaliza algumas das pesquisas empolgantes que a equipe terá nos próximos anos, afirmou Brendan Bowler. A pesquisa foi publicada no Astrophysical Journal.

 

Fonte: Olhar Digital

Imagens: Olhar Digital, PxHere

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