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O que o robô da Boston Dynamics descobriu em Chernobyl?

O que o robô da Boston Dynamics descobriu em Chernobyl?
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Se uma pessoa não pode ir até Chernobyl, o que fazer? Mande um robô! E foi exatamente isso que a Boston Dynamics, desenvolvedora do Spot, o “cão-robô”, fez. Agora, uma vez que robô da Boston Dynamics foi até o reator 4 de Chernobyl, local mais afetado do acidente, chegou a hora de revelar o que ele descobriu.

O reator 4, que sofreu um colapso catastrófico em 1986, foi coberto de quase todas as formas possíveis. Isso aconteceu em um esforço para manter seu núcleo contido. Mas, eventualmente, esse material nuclear terá de ser tratado de alguma maneira. Assim, para fazer isso, é importante entender quais partes dele são realmente ruins e quais são ainda piores. E é aqui que o Spot entra em cena para ajudar.

A radiação de Chernobyl está protegida por apenas 100 anos

Seis meses após o acidente nuclear de Chernobyl, o reator 4 foi coberto por um sarcófago feito de concreto e aço. Isso impediu que o combustível nuclear vazasse ainda mais radiação do que havia se espalhado. Ao todo, estima-se que sejam 30 toneladas de poeira altamente contaminada, 16 toneladas de urânio e plutônio e 200 toneladas de lava radioativa.

Posteriormente, o reator 4 foi coberto por uma cúpula de aço, criada pelas empresas Vinci e Bouygues, que protege o local de efeitos climáticos e confina a radioatividade. Sendo projetada na Itália, a estrutura pesa 36.000 toneladas, mede 108 metros de altura e 162 metros de comprimento. Para se ter uma ideia, isso representa o peso de mais de três Torres Eiffel e uma altura de um edifício de 30 andares.

Assim, a estrutura deve “confinar a poeira radioativa, permitir o futuro desmantelamento do reator acidentado e o tratamento de 200 toneladas de magma altamente radioativo do antigo sarcófago”, como afirma Nicolas Caille, diretor do projeto. Porém, a cúpula apenas protegerá 0 local por 100 anos. Depois disso, o que virá?

Esses robôs podem ir onde humanos não sobreviveriam

Atualmente, medições semanais de rotina em espaços contaminados em Chernobyl são feitas por humanos, o que os coloca em risco. Em breve, o robô da Boston Dynamics poderá fazer isso de maneira automatizada. Mas, para isso, será necessário tornar o robô à prova de radiação e isso não é uma tarefa nada fácil.

Em testes recentes, confirmamos que robôs são muito mais resistentes a radiação do que humanos. No entanto, ainda não é o suficiente. “Se pudermos descobrir quais são os pontos fracos de um sistema robótico, podemos resolvê-los, podemos redesenhá-los, ou pelo menos entender quando eles podem começar a falhar?”, afirma Dave Megson-Smith, pesquisador da Universidade de Bristol, no Reino Unido, e parte do Hot Robotics Facility no National Nuclear User Facility.

Hoje, a curto prazo, o objetivo do Spotvé o mapear a radiação de maneira autônoma, o que, até o momento, parece muito possível. Ele também será testado com uma gama mais ampla de pacotes de sensores de radiação. Com isso, tudo isso acontecerá com segurança em sua casa, no Reino Unido. Mas, no que diz respeito a Chernobyl, os robôs provavelmente terão um papel importante a desempenhar em um futuro próximo.

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