Incêndio subterrâneo na Austrália já dura 6 mil anos e não é um vulcão; entenda

Avatar for Mayara MarquesMayara MarquesNaturezaoutubro 21, 2024

A montanha em chamas é o famoso Monte Wingen, popular há muitos anos, e fica em uma colina australiana que carrega um enigmático incêndio subterrâneo, que queima há pelo menos seis mil anos. Alguns cientistas acreditam que o fogo possa ser ainda mais antigo.

Guillermo Rein, da University College London, é um especialista que comenta sobre o caso. Ele indica que ninguém sabe ao certo a extensão do incêndio sob a ‘montanha em chamas’. Tudo que eles possuem são estimativas.

Provavelmente, trata-se de uma massa de fogo com diâmetro entre 5 e 10 metros, que atinge temperaturas de cerca de 1.000 graus Celsius.

Situado em Nova Gales do Sul, Austrália, o nome Wingen foi dado pelos aborígenes da etnia Wonaruah, significando “fogo” em sua língua. De acordo com fontes australianas, os primeiros exploradores do século XVIII pensaram que o local era um vulcão.

Via Globo

Características

De acordo com o site ‘The Travel’, acredita-se que o incêndio no Monte Wingen tenha aproximadamente 30 metros de profundidade, queimando carvão há cerca de 235 anos e se movendo para o sul a uma velocidade de cerca de um metro por ano.

Quanto à origem, especialistas sugerem teorias que envolvem um antigo incêndio florestal ou a queda de um raio.

Os pesquisadores comentam que talvez tenha sido o enxofre, pois se sabe que ele pode se inflamar espontaneamente. Contudo, não existem confirmações sobre nenhuma teoria.

A ‘IFLScience’ explicou que a idade estimada da “montanha em chamas” é calculada com base no percurso do fogo, que se estende por aproximadamente 6,5 quilômetros, e na velocidade com que ele queima. As estimativas variam entre 15.000 e 6.000 anos.

Qual é sua origem?

Ainda não há uma explicação oficial para a origem do incêndio na montanha em chamas, mas a maioria dos especialistas concorda que os humanos não foram responsáveis por seu início.

Segundo o ScienceAlert, o primeiro registro europeu ocorreu em 1828, quando um morador local relatou ter descoberto um vulcão na região do Monte Wingen. No ano seguinte, em 1829, o geólogo reverendo CPN Wilton determinou que o fenômeno era, na verdade, um incêndio em uma jazida de carvão.

Ainda, alguns nativos consideram o local sagrado pelos guardiões tradicionais, o povo Wanaruah. Isso porque eles o utilizavam para cozinhar e fabricar armas.

Suas histórias de origem falam de uma viúva cujas lágrimas acenderam o fogo, ou de uma tocha empunhada por um guerreiro capturado pelo ‘Mal’ debaixo da montanha, explicou o portal científico.

Além das lendas indígenas, Guillermo Rein destacou que a causa mais provável do incêndio é natural.

Ele explica que não se pode descartar totalmente uma intervenção humana, mas é mais provável que a origem seja natural. Assim, pode ter sido um incêndio florestal causado por um raio que acendeu uma camada exposta de carvão, ou uma ignição resultante de autoaquecimento, acrescentou Guillermo Rein.

Via HypeScience

Explicação

O portal científico explicou que a ignição por aquecimento espontâneo ocorre quando uma camada de carvão está suficientemente próxima da superfície e exposta ao oxigênio.

Assim, se houver dias ensolarados e quentes o bastante, algo que será cada vez mais comum com as mudanças climáticas, o carvão na superfície se aquece e transmite calor à camada seguinte, eventualmente levando à ignição, acrescentou Rein, explicando uma das possíveis causas.

Quanto ao tempo que o fogo continuará queimando, o ScienceAlert afirmou que ninguém sabe ao certo. Os estudos sobre o tema são limitados e não passaram por revisão por pares. Por enquanto, o incêndio ainda tem oxigênio suficiente para continuar.

Rein conclui que o fogo pode queimar por milhares de anos sem intervenção humana. Dessa forma, à medida que avança, ele aquece a montanha.

Isso faz com que ela comece a expandir e rachar, permitindo a entrada de oxigênio, o que sustenta seu progresso. Assim, a montanha em chamas não consegue se apagar totalmente.

Ao mesmo tempo, o fogo cria sua própria chaminé e suprimento de oxigênio, concluiu Rein. É uma cadeia de reações autossuficiente, mas os cientistas não sabem, ao certo, se é algo positivo ou não.

Além disso, por não saberem a origem do fogo, ainda se preocupam com as reações na própria montanha em chamas. Ela pode cair? Permanecerá em pé nos próximos anos? Somente estudos futuros responderão essas perguntas com convicção.

 

Fonte: Globo

Imagens: Globo, HypeScience

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