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Natrium: conheça o reator nuclear desenvolvido por Bill Gates e Warren Buffet

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O novo modelo de reator nuclear intitulado Natrium foi apresentado como “um ponto de inflexão para o setor de energia”. O projeto piloto foi desenvolvido pelo fundador da Microsoft, Bill Gates, e pelo investidor multimilionário Warren Buffett.

O projeto faz parte do objetivo de Gates de impulsionar as energias renováveis e de combater as mudanças climáticas.

Apesar dos conceitos “nuclear” e “renovável” poderem soar como algo oposto, pequenos reatores avançados, que operam através de combustíveis diferentes dos tradicionais, são considerados por alguns setores como uma tecnologia-chave livre de emissões de gases de efeito estufa. Além disso, pode ajudar no fornecimento de eletricidade em casos de baixa produção de energia eólica e solar.

O Natrium foi apresentado oficialmente durante uma cerimônia no dia 6 de junho de 2021. O projeto será desenvolvido pela empresa TerraPower, fundada por Gates há 15 anos, e pela PacifiCorp, de Warren Buffet.

“O reator Natrium e seu sistema de energia integrada redefinem o que a energia nuclear pode ser: competitiva e flexível”, explica a TerraPower em publicação no site da empresa.

Além disso, o projeto piloto será construído em uma usina de carvão desativada em Wyoming, nos Estados Unidos. O estado é o local com a maior produção de carvão do país.

Como funciona o Natrium?

Reprodução/TerraPower

O projeto é um novo conceito de geração e armazenamento de energia. De acordo com a TerraPower, ele combina um reator rápido de sódio com um sistema de armazenamento de sais fundidos que pode produzir 345 megawatts.

Ainda segundo a empresa, o sistema de armazenamento conseguirá aumentar a produção de energia para 500 megawatts de eletricidade durante mais de cinco horas e meia se for preciso. Essa quantidade seria o bastante para fornecer energia para cerca de 400 casas.

“Natrium é uma nova tecnologia que pretende simplificar os tipos de reatores já existentes”, informa o Fórum da Indústria Nuclear Espanhola, que é ligado à GE Hitachi Nuclear Energy, empresa que desenvolve a tecnologia em parceria com a TerraPower.

O reator nuclear é do tipo do tipo ondas viajantes (TWR, na sigla em inglês) e usará como combustível urânio empobrecido ou urânio natural. Todos os equipamentos que não forem nucleares ficarão guardados em prédios separados, para reduzir a complexidade da instalação e seu custo.

Power Technology

De acordo com o presidente da TerraPower, Chris Levesque, a planta-piloto levará aproximadamente sete anos para ser construída.

“Precisamos desse tipo de energia limpa no sistema nos anos de 2030”, informou Levesque à época.

O Natrium integra o Programa de Demonstração de Reatores Avançados do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Além disso, a TerraPower recebeu US$ 80 milhões em um pacote de financiamento inicial do Departamento de Energia para demonstrar o projeto, de acordo com o Business Insider.

O departamento ainda se comprometeu em disponibilizar financiamento adicional para o projeto nos próximos anos. Durante a apresentação do Natrium, o governador de Wyoming, Mark Gordon, afirmou que esse é o “caminho mais rápido e claro” para o estado em direção a uma “pegada negativa de carbono”.

“Esse pequeno reator modular fornecerá energia sob demanda e resultará em uma redução geral nas emissões de CO2. Também criará centenas de empregos bem remunerados por meio da construção e operação da unidade”, publicou em seu perfil no Twitter.

Outra perspectiva

Realidade Simulada

Vale lembrar que projetos como esse costumam gerar desconfiança em alguns setores. Um exemplo é a Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados), um grupo de defesa da ciência sem fins lucrativos dos Estados Unidos, que afirmou que reatores avançados como o Natrium podem acabar sendo um risco maior do que os convencionais.

“As tecnologias (desses reatores) são, sem dúvidas, diferentes dos reatores atuais. Mas não está nada claro que sejam melhores”, disse Edwin Lyman, diretor da UCS, à Reuters.

“Em muitos casos, são piores em termos de segurança, possibilidade de acidentes graves e proliferação nuclear”, concordou Lyman, autor de um relatório intitulado “Avançado nem sempre é melhor”, publicado pela UCS.

No relatório, a organização apresenta que o combustível para muitos reatores avançados teria que ser enriquecido em uma taxa superior à do combustível tradicional. De acordo com especialistas, isso simboliza que a cadeia de abastecimento de combustível poderia ser atraente para terroristas que desejam produzir uma arma nuclear rudimentar.

“Para que a energia nuclear desempenhe um papel maior na mitigação das mudanças climáticas, os reatores recém-construídos devem provar que são mais seguros e baratos que os atuais”, informa o relatório.

No entanto, Levesque, presidente da TerraPower, afirmou que as usinas com esses reatores diminuem os riscos de proliferação nuclear, já que reduzem o lixo nuclear de maneira generalizada.

Fonte: BBC

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